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    Bungie chega a acordo com artista após controvérsia de plágio em Marathon

    Sete meses depois das acusações de roubo de arte que adiaram indefinidamente o lançamento do jogo, a artista Fern Hook anuncia que o problema foi resolvido com a Bungie e a Sony de forma satisfatória.

    imagem teste fechado de Marathon

    A saga do plágio de arte em Marathon chegou oficialmente ao fim. No dia 2 de dezembro, a artista escocesa Fern Hook, conhecida pelo pseudónimo Antireal, anunciou nas redes sociais que chegou a um acordo com a Bungie e a Sony Interactive Entertainment relativamente ao uso não autorizado das suas criações no shooter de extração.

    “O problema de arte do Marathon foi resolvido com a Bungie e a Sony Interactive Entertainment de forma satisfatória para mim”, escreveu no twiiter. Hook não revelou quaisquer detalhes sobre os termos do acordo, mas o tom formal e breve da declaração sugere que o assunto passou por salas de reunião, advogados e provavelmente um pagamento significativo.

    Tudo começou a 15 de maio de 2025, quando Antireal publicou comparações lado a lado entre os seus posters de design criados em 2017 e os assets encontrados no alpha fechado de Marathon. As semelhanças eram inegáveis, logotipos, setas, textos e elementos decorativos tinham sido copiados diretamente para texturas usadas em edifícios e estruturas do jogo.

    Num dos casos mais flagrantes, uma textura no jogo ainda continha o texto “Antireal daily series” parcialmente desfocado, revelando a origem do material. A palavra “Aleph” em maiúsculas, acompanhada do texto “Dark-space haulage logistics”, aparecia inalterada em várias estruturas do Marathon, retirada diretamente de um dos seus posters.

    “A versão alpha do Marathon foi lançada recentemente e os seus ambientes estão cobertos de assets retirados de designs de posters que fiz em 2017”, escreveu Hook na altura. “A Bungie não é, claro, obrigada a contratar-me ao fazer um jogo que se inspira esmagadoramente na mesma linguagem de design que refinei na última década, mas claramente o meu trabalho era bom o suficiente para pilhar ideias e espalhar pelo jogo sem pagamento ou atribuição”.

    A resposta rápida e o adiamento inevitável

    Horas depois das acusações ganharem tração, a Bungie admitiu publicamente o erro. “Investigámos imediatamente uma preocupação relativa ao uso não autorizado de decalques de artista no Marathon e confirmámos que um antigo artista da Bungie incluiu estes numa folha de texturas que foi depois usada no jogo”, declarou a equipa de desenvolvimento através da conta oficial do Marathon Dev Team no twitter.

    Joe Cross, diretor de arte do Marathon, foi mais direto durante uma transmissão ao vivo poucos dias depois. “Um artista que trabalhou no Marathon pegou em elementos de uma designer gráfica sem permissão ou reconhecimento e colocou-os numa folha de decalques que foi depois incluída em 2020”, admitiu Cross. “Não há absolutamente nenhuma desculpa para esta supervisão e estamos a trabalhar no nosso processo de revisão para garantir que incidentes como este não voltam a acontecer”.

    A ironia não passou despercebida à comunidade, Cross e vários outros artistas da Bungie seguiam a conta de Antireal nas redes sociais há anos, tornando a alegação de desconhecimento particularmente difícil de aceitar.

    O impacto foi imediato e devastador. As acusações descarrilaram completamente os planos de lançamento da Bungie. Marathon estava programado para ser lançado a 23 de setembro de 2025, mas a 17 de junho, a empresa anunciou um adiamento indefinido. A Bungie iniciou uma auditoria completa a todos os assets visuais do jogo, um processo moroso que obrigou a cancelar os testes públicos planeados para agosto.

    Este não é o primeiro incidente do género para a Bungie. Em 2023, a empresa teve de compensar um artista cujo trabalho foi usado “por engano” numa cutscene de Destiny 2. No ano passado, uma peça de fan art acabou misteriosamente numa pistola Nerf oficial de Destiny. E ainda houve um processo judicial com um autor de ficção científica por alegado plágio de histórias do seu blog WordPress para a campanha de lançamento de Destiny 2.

    A frequência com que estes casos surgem levanta questões sérias sobre os processos internos de verificação de assets na Bungie, especialmente considerando que a empresa pertence agora à Sony, uma das maiores corporações de entretenimento do mundo.

    Sony garante que Marathon não vai ser novamente adiado e sai em 2026

    O futuro incerto de Marathon

    Embora o acordo com Antireal represente o encerramento formal desta controvérsia específica, Marathon continua num limbo indefinido.

    Os testes fechados foram retomados em novembro com jogadores selecionados obrigados a assinar acordos de confidencialidade rigorosos. A empresa disse que está a focar-se em melhorar a experiência social do jogo, incluindo a adição de chat de proximidade, ajustar o combate contra inimigos controlados pela IA e investir mais profundamente em narrativa e storytelling ambiental com um tom mais sombrio.

    Como o jogo já deveria ter sido lançado há três meses, alguns especulam que os The Game Awards 2025 possam trazer uma nova data de lançamento para 2026. Mas dada a turbulência dos últimos meses e o historial recente da Sony com jogos live-service, o futuro de Marathon permanece envolto em incerteza.

    Pelo menos, para Antireal, o capítulo mais doloroso desta história parece ter chegado a um final satisfatório, ainda que tardio.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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