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    Call of Duty promete mudanças após vendas fracas de Black Ops 7

    Activision admite que a série não correspondeu às expectativas e anuncia o fim dos lançamentos consecutivos de Modern Warfare e Black Ops

    Call of Duty Black Ops 7 visual

    A Activision acabou de reconhecer publicamente que Call of Duty: Black Ops 7 não está à altura do que os fãs esperavam. Numa mensagem no site oficial assinada pela equipa de Call of Duty, a empresa admitiu que “para alguns de vocês, a franquia não correspondeu totalmente às vossas expectativas” e prometeu “entregar, e entregar em excesso, essas expectativas à medida que avançamos”.

    A declaração surge numa altura em que as vendas de Black Ops 7 registaram uma queda brutal na Europa. Segundo dados da GSD publicados pelo The Game Business, o jogo vendeu 63% menos cópias do que Battlefield 6 durante a semana de lançamento e registou uma quebra de mais de 60% em comparação com Black Ops 6, lançado em 2024. Para uma série que durante anos dominou as tabelas de vendas globalmente, estes números representam um momento inédito na sua história.

    A competição desta temporada foi particularmente feroz. Battlefield 6, da Electronic Arts, conseguiu reconquistar jogadores que há anos tinham abandonado a série, oferecendo um multiplayer bem recebido que contrastou com as críticas ao modo campanha de Black Ops 7.

    O problema não se ficou pelas vendas. Black Ops 7 tem atualmente 67 no Metacritic para PC e 66 para consolas, tornando-se no segundo pior jogo da série principal em termos de classificação crítica. Apenas Modern Warfare 3 de 2022 teve pontuação inferior. Mas o pior são as avaliações dos utilizadores, com uma pontuação de 1.6, Black Ops 7 é o jogo de Call of Duty mais mal avaliado pelo público na história da plataforma.

    Black Ops 7 torna-se o Call of Duty com pior avaliação de sempre pelos jogadores

    As críticas focaram-se sobretudo na estrutura da campanha, que abandona a narrativa linear tradicional em favor de um formato cooperativo sempre online, com lobbies entre missões e ausência de checkpoints. Muitos jogadores compararam a experiência a Destiny, o que não foi necessariamente um elogio. O uso de recursos gerados por inteligência artificial em alguns elementos visuais também não ajudou a melhorar a receção do público.

    Na mensagem divulgada, a Activision prometeu mudanças concretas na estratégia da série. A mais significativa é o compromisso de nunca mais lançar jogos de Modern Warfare ou Black Ops em anos consecutivos: “Não faremos mais lançamentos consecutivos de jogos Modern Warfare ou Black Ops. As razões são muitas, mas a principal é garantir que proporcionamos uma experiência absolutamente única todos os anos”, lê-se no comunicado.

    A decisão põe fim a uma prática que se tornou norma nos últimos anos. Dos últimos oito jogos principais anuais de Call of Duty, sete foram títulos de Black Ops ou Modern Warfare, sendo a única exceção Call of Duty: Vanguard de 2021. Esta estratégia permitia aos estúdios reciclar motores gráficos e mecânicas de jogo entre títulos consecutivos, mas também criou uma sensação de repetição que os jogadores começaram a rejeitar.

    A equipa de Call of Duty também prometeu “inovação que é significativa, não incremental”, embora não tenha revelado detalhes concretos sobre o que isso significa. “Temos estado a construir a próxima era de Call of Duty, e ela vai entregar precisamente o que vocês querem juntamente com algumas surpresas que empurram a franquia e o género para a frente”, escreveram.

    Para tentar recuperar alguma boa vontade dos jogadores, a Activision vai lançar um fim de semana gratuito de Black Ops 7 na próxima semana, permitindo que todos experimentem os modos multijogador e zombies sem custos. O evento incluirá também experiência a dobrar (Double XP). A mensagem deixa claro que, apesar das críticas, a empresa continua a defender o trabalho dos estúdios Treyarch e Raven Software: “Com respeito a Black Ops 7, estabelecemos os nossos objetivos para entregar um sucessor espiritual de Black Ops 2 e os estúdios colocaram a sua paixão em fazer um grande jogo de que todos nós estamos muito orgulhosos”.

    Vale notar que os números de vendas não refletem totalmente a base de jogadores de Black Ops 7. O jogo está incluído no Xbox Game Pass Ultimate desde o lançamento, o que significa que milhões de subscritores têm acesso ao título sem precisar de o comprar diretamente. Esta foi uma estratégia iniciada com Black Ops 6, o primeiro jogo da série a estrear no serviço de subscrição no dia de lançamento.

    Ainda assim, mesmo tendo em conta os subscritores do Game Pass, os indicadores sugerem que o jogo não conseguiu captar a atenção dos jogadores. No Steam, Black Ops 7 atingiu um pico de pouco mais de 100.000 jogadores simultâneos no fim de semana de lançamento, uma queda significativa em relação aos 315.000 de Black Ops 6. A Activision não partilhou estatísticas de jogadores nas suas publicações nas redes sociais sobre o lançamento, algo que fazia consistentemente para jogos anteriores quando os números eram favoráveis.

    O contexto da indústria também não ajudou. Para além de Battlefield 6, o shooter de extração Arc Raiders, da Nexon, também conseguiu números impressionantes de jogadores no Steam, ultrapassando Black Ops 7 em várias ocasiões. E a competição vai intensificar-se ainda mais, Grand Theft Auto 6 está previsto para 2026, o que provavelmente dominará o mercado de videojogos durante meses.

    A situação de Black Ops 7 representa um ponto de viragem para uma das séries mais lucrativas da história dos videojogos. Durante mais de uma década, Call of Duty foi praticamente garantia de sucesso comercial, independentemente da receção crítica. Mas os jogadores parecem finalmente estar cansados da fórmula anual e a exigir mudanças mais substanciais.

    A equipa de Call of Duty terminou a mensagem com uma nota otimista: “Para deixar claro, o futuro de Call of Duty é muito forte e acreditamos que os nossos melhores dias estão à nossa frente, dada a profundidade e talento das nossas equipas de desenvolvimento”. Resta saber se conseguirão cumprir estas promessas e reconquistar os jogadores que, pelos vistos, já começaram a procurar alternativas.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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