
A Electronic Arts não planeia trazer Dead Space de volta tão cedo. Segundo fontes internas citadas pelo Insider Gaming, a série foi colocada “on ice” (no gelo) com base em mensagens internas a circular dentro da empresa. As fontes acrescentaram que, dada a direção atual da EA, não esperam que a série seja retomada num futuro próximo, seja através de remake, reboot ou sequela.
A notícia não vem completamente do nada. Em 2024, o insider Jeff Grubb já tinha revelado que planos para um remake de Dead Space 2 existiram brevemente, mas foram rapidamente descartados devido às vendas consideradas insuficientes do remake do primeiro jogo. Apesar de críticas extremamente positivas e vendas na ordem dos milhões de cópias, os números aparentemente não atingiram as expectativas elevadas da EA.
O remake de Dead Space, lançado em janeiro de 2023 pelo estúdio Motive, foi amplamente elogiado. A produção respirava cuidado e respeito pelo material original, atualizando gráficos e mecânicas enquanto preservava a essência do clássico de terror espacial de 2008. Para muitos fãs, parecia o início de uma nova era para a franquia.
Mas há uma luz ao fundo do túnel, ainda que ténue. Com a EA a atravessar uma transição de propriedade massiva, o fundo soberano saudita Public Investment Fund vai deter 93.4% da empresa após a conclusão da compra de 55 mil milhões de dólares, alguns dentro da empresa alimentam esperanças de que a nova gestão possa considerar vender o IP de Dead Space.
Glen Schofield, criador original de Dead Space, já tentou propor Dead Space 4 à EA sem sucesso. Numa entrevista ao canal Dan Allen Gaming no YouTube, Schofield e os colegas Christopher Stone e Bret Robbins confirmaram que a proposta foi imediatamente rejeitada.
A equipa que trabalhou no remake de Dead Space foi entretanto redistribuída para ajudar nos esforços de desenvolvimento de Battlefield 6, que é claramente uma prioridade máxima para a EA. Battlefield, apesar de uma entrada recente problemática com Battlefield 2042, continua a ser visto como uma franquia com potencial de gerar receitas recorrentes através de componentes live-service, algo que Dead Space, pela sua natureza single-player e narrativa, nunca poderá oferecer.
A possibilidade de venda do IP levanta questões interessantes. Quem estaria interessado em comprar Dead Space? Uma editora mais pequena poderia ver valor numa franquia estabelecida com reconhecimento e potencial criativo, mesmo que as expectativas de vendas sejam mais modestas. Schofield, que agora trabalha no estúdio Striking Distance (criadores de The Callisto Protocol), já expressou interesse em voltar à franquia.
Dead Space junta-se assim a uma longa lista de IPs valiosas que a EA possui mas não desenvolve ativamente. A série Dead Space original, desenvolvida pelo estúdio Visceral Games (anteriormente EA Redwood Shores), lançou três jogos principais entre 2008 e 2013. O primeiro Dead Space é amplamente considerado um dos melhores jogos de survival horror de sempre, estabelecendo Isaac Clarke como um protagonista memorável e os Necromorphs como inimigos verdadeiramente aterradores. Dead Space 2, lançado em 2011, é frequentemente citado por fãs como o melhor da série, expandindo o universo enquanto refinava as mecânicas de gameplay.

Dead Space 3, lançado em 2013, teve uma receção mais mista devido à introdução de elementos de ação que alguns sentiram diluíram o terror. O jogo vendeu razoavelmente mas não atingiu os objetivos da EA, levando ao encerramento da Visceral Games em 2017, uma decisão que na altura gerou controvérsia na indústria.
O remake de 2023 foi visto por muitos como uma oportunidade de redenção, uma hipótese da EA demonstrar que tinha aprendido com erros passados e estava comprometida com experiências single-player de qualidade. Por alguns meses, pareceu que tinha funcionado. Agora, com a série novamente no gelo, fica a pergunta, qual era mesmo o objetivo de trazer Dead Space de volta se não havia intenção de dar seguimento?









