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    Disaster Report 4: Summer Memories – Análise

    Disaster Report 4: Summer Memories é o quarto título da franquia Zettai Zetsumei Toshi, uma série de jogos de sobrevivência em que o jogador se encontra no meio de uma catástrofe natural, e tem de tentar escapar ileso, ajudando outros cidadãos a fugir no processo. Originalmente anunciado em 2010 para PlayStation 3, este jogo foi mais tarde cancelado por razões não especificadas, alguns dias após o terramoto e Tsunami em Tohoku, que matou milhares de pessoas. Uma vez que o jogo se passa durante uma série de terramotos numa cidade Japonesa, é provável que tenha sido cancelado por respeito à catástrofe.

    Alguns anos depois, a Granzella, um estúdio formado por ex-funcionários da empresa que desenvolveu os jogos originais da franquia, adquiriu os direitos de Zettai Zetsumei Toshi e anunciou que o quarto jogo seria lançado para PlayStation 4. Com uma receção comercial boa no Japão, vemos agora um lançamento internacional pelas mãos da distribuidora NIS America. Será que depois de tantos anos, o jogo vale a pena?

    Em Disaster Report 4: Summer Memories, o jogador controla uma personagem que está a chegar a uma cidade pela primeira vez, quando se dá um violento terramoto que derruba edíficios, pontes, e o autocarro onde o protagonista está a viajar. Após este acontecimento traumático, o jogador encontra-se numa zona sem saídas, e tem de arranjar uma forma de fugir para segurança. Para progredir na sua fuga, o protagonista tem de ajudar pessoas, resolver alguns puzzles, e procurar formas de avançar de área para área. A premissa do jogo é muito simples, e nunca fica mais complexa do que isto.

    O que dá mais profundidade à história são as personagens que se conhecem no caminho, muitas delas com personalidades absurdas. Para dar um exemplo, na segunda área do jogo, o protagonista entra numa mercearia onde há uma fila de cinco pessoas à espera para pagar, mas o funcionário do caixa está desaparecido. Naturalmente, fui procurá-lo, e encontrei-o encolhido com medo num canto de uma sala de staff. Ao falar com ele, não me foi dada qualquer opção para dizer que ele tem de ir para o caixa, por isso continuei a explorar a loja. Eventualmente, dei com a casa de banho da mercearia, onde está o dono da loja preso porque não há papel higiénico. Fui procurar papel higiénico, mas não o encontrei. Decidi então ir perguntar ao funcionário onde estava o papel higiénico, ao que ele me responde que só me diz se eu vestir as roupas da loja e atender as pessoas que estão na fila, e foi o que fiz. Finalmente, o funcionário lá me disse onde estava o papel higiénico, fui buscá-lo e dei-o ao homem na casa de banho, que ficou aliviado. Mais tarde, vim a descobrir que esse homem estava a fingir ser o dono da loja para poder vender produtos a preços rídiculos e aproveitar-se da situação.

    O jogo está repleto de situações engraçadas como esta, e outras mais negras que tentam representar o lado mau de pessoas que tentam aproveitar-se destas situações para o seu próprio benefício. Apesar dos diálogos não serem escritos de uma forma particularmente cativante, estas interações são a melhor parte da experiência, e mantiveram-me entretido durante o meu tempo com o jogo.

    Olhando para o gameplay, começamos a ver alguns problemas: os controlos são pouco responsivos, a câmara consegue ser problemática às vezes, e a gestão de inventário é muito rudimentar e pouco intuitiva. No entanto, rapidamente habituámo-nos a lidar com estes problemas, uma vez que os controlos são muito básicos, sendo apenas um meio para atingir um fim.

    O jogo tem um sistema de escolhas onde o jogador deve tomar decisões sobre o que fazer e quem ajudar, e isto pode afetar acontecimentos futuros no jogo. Por exemplo, na primeira área, um homem com um ar suspeito pergunta ao protagonista se viu um jovem de t-shirt preta a fugir, e o jogador pode optar por dizer onde ele está ou não. Experimentei as duas opções em gravações do jogo diferentes, e vi algumas alterações na história. No entanto, uma grande maioria das opções que são dadas ao jogador não têm qualquer efeito na história, e servem apenas para ganhar ‘Moral/Immoral Points’ (pontos de moralidade/imoralidade), que nunca percebi para que servem.

    A nível de customização, o jogador cria a sua própria personagem que pode ser homem ou mulher, sendo as opções de customização limitadas a caras pré-definidas, cabelo e cor do cabelo. Ao longo do jogo o jogador adquire várias roupas e acessórios que pode usar, e customizar um pouco a sua personagem.

    Olhando para o grafismo, apesar do jogo correr em Unreal Engine 4, os gráficos parecem ser da geração passada. As texturas têm baixa qualidade, os modelos das personagens são pouco detalhados, e mesmo as animações de escala maior, como edifícios grandes a caír, são muito pouco realistas e têm pouco impacto.

    Para concluir, o Disaster Report 4: Summer Memories é um experiência interessante e estranha ao mesmo tempo. O jogo demora aproximadamente 8 horas para completar mas, graças ao sistema de escolhas, oferece razões para ser jogado uma segunda vez para ver os efeitos de escolhas diferentes na história. Não é um jogo para todos, mas pode ser uma escolha interessante para quem gosta de visual novels, jogos de sobrevivência, ou simplesmente alguém que queira experimentar algo novo.

    Disaster Report 4 Plus: Summer Memories está disponível para PlayStation 4 e Nintendo Switch.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    K_Keima
    K_Keima
    12 , Abril , 2020 12:30

    Este jogo lembrou-me o anime Tokyo Magnitude 8.0

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