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    Dragon Ball Z: Kakarot – Análise

    Análise de Dragon Ball Z: Kakarot por Bruno Reis.

    Sem surpresa e como a maioria, estava um pouco reticente por voltar a testemunhar uma história demasiado familiar. No entanto, este título sendo referenciado como um RPG onde jogamos com diversas personagens de Dragon Ball Z através de toda a sua história e dotado de uma maior liberdade resolvi dar-lhe uma chance. Não sei se pelo marketing ou aspeto do jogo em si, mas senti que existe uma enorme confusão quanto ao mesmo. Para começar este é apenas um jogo para um jogador sem a possibilidade de escolher entre personagens, e acabando o mesmo não existem grandes incentivos para o continuar, sendo que o seu tempo de jogo são de aproximadamente 50 horas, o que não é mau para um jogo desta natureza, mas péssimo para indivíduos que desejariam algo mais do que experienciar a história de Dragon Ball Z pela enésima vez. Um dos efeitos mais que mais constatou com o próprio género e ao contrário do RPG comum, é que aqui as atividades externas a história muitas das vezes são inúteis a progressão e desenvolvimento das suas personagens. O jogo ativa o desenvolvimento de personagens como bem entende, (o que realmente é uma pena já que dispomos de uma Skill Tree bastante requintada) sendo que praticamente não existem razões para combater ameaças no planeta tais como as tropas do Freezer, robots piratas da legião vermelha, colecionar Z-orbs ou as 7 bolas de cristal dispersas pelo mapa. Normalmente num RPG um mapa é expansivo e cheio de atividades. Rapidamente e infelizmente apercebi-me que o referenciando mundo aberto descrito neste título foi apenas uma manobra de marketing, visto que tecnicamente não percorremos um espaço em mundo aberto, mas sim pequenas áreas onde apenas podemos realizar algumas atividades, tais como pescar, caçar, comprar itens ou destruir torres da Legião vermelha, cujas recompensas muitas vezes nem valem o esforço e dedicação.

    Mas claro nem tudo foi mau e Kakarot foi estupendo em dois grandes pontos, os Quadros de Comunidade e a Enciclopédia Z. Os primeiros atuam sob uma espécie de puzzle, atribuindo bónus extra as nossas personagens, sob forma de Soul Emblems. Por exemplo, colocar Yamcha, Goku e Kuririn, unidos e no mesmo quadro comunitário desbloqueia um bónus adicional de força, visto que o trio são discípulos originais do Tartaruga Genial. Já a Enciclopédia Z, tal como o nome indica é um índice extensivo de todo o universo criado por Akira Toriyama. Enquanto a maioria das entradas são escritas com o decorrer do jogo, outras apenas surgem após a descoberta das memórias da primeira série de Dragon Ball. Estas estão espalhadas pelos mapas e relatam momentos chave da infância de Goku, realmente é impossível não sorrir perante tais eventos, sem contar que esta enciclopédia virtual também serviu para explicar algumas curiosidades e pontos-chave em toda a série.

    Literalmente jogar Dragon Ball Z Kakarot é experienciar as suas missões de história. Estas colocam-nos diante as maiores batalhas onde os Guerreiros Z participaram, e sem surpresa são a melhor parte do jogo. As mesmas representam muito possivelmente as melhores representações destes momentos até a data num videojogo, com toda a mestria a vir ao de cima que a CyberConnect2 colocou todos os seus anos com a série Naruto Ninja Storm. O talento e dedicação empregue nas mesmas por si só vale mais uma vez viver a história de Dragon Ball Z, e a consequente aquisição deste jogo. Claro que no melhor pano cai a nódoa e nem todas as representações alcançam o mesmo nível de qualidade. Muitas vezes assistimos a um momento acompanhado de personagens praticamente estáticas ou animações básicas. Convém salientar que o jogo dispõe de áudio localizado em inglês e japonês com as vozes originais da série o que enaltece os grandes momentos e ameniza os mais básicos, infelizmente nas missões opcionais estas ficaram ausentes apenas ouvimos grunhidos e pouco mais. Referente as mesmas a estrutura e desenvolvimentos consiste em apenas 3 momentos. Defender personagens de ameaças, falar com estas e viajar de um ponto a outro, ou simplesmente recolher e entregar um item, estas duas infelizmente copulam a maior parte destas atividades, e rapidamente tornam-se monótonas. Senti um enorme potencial desperdiçado nestes momentos, visto que o próprio autor de Dragon Ball, Akira Toriyama, esteve envolvido nas mesmas, não acrescentaram grandes desenvolvimentos ou a possibilidade tapar buracos entre a narrativa, foram simplesmente puro fanservice. Literalmente toda a história e desenvolvimentos decorrentes das mesmas são destinados apenas aos seus fãs. O jogo apresenta quase todos os momentos da série, inexplicavelmente momentos como o “It’s over 9000!!” a luta de Trunks Vs Cell, o Instant Kamehameha de Goku, ou até no arco de Majin Buu as lutas no torneio ficaram de fora por alguma estranha razão. Sentimos que pós-Namek o jogo desce de qualidade e conteúdo, (um contraste estranho já que a veia de RPG torna-se mais evidente) possivelmente porque a última da hora a produção também resolveu incluir os seus dois arco seguinte, nunca é demais referenciar que Dragon Ball Super ficou de fora, muitos especulam que surgirá na forma de um futuro DLC.

     

    Dragon Ball Z Kakarot muito simplesmente no que torna a mecânicas de combate parece uma versão simplificada de Dragon Ball Xenoverse. Apenas dispomos de um botão de ataques físicos, recarregar energia, esquivar, projeteis de Ki, e finalmente um para defesa. Ataques celebres como o Kamehameha, ou Final Flash têm de ser equipados em prior dos combates no menu, bem como itens curativos. Este último efeito na minha opinião foi o pior dos males, num sistema por si só já bastante básico. Não existem penalizações para o uso destes elementos em combate e os mesmos já apresentam uma dificuldade muito gentil. Se a dificuldade fosse mais elevada, o ênfase de viver como um Super Guerreiro, teria outro significado já que grande parte da história parte da preparação dos mesmos através de treinos, e as refeições teriam um peso maior. Na minha ótica a grande mais-valia destes combates não está no que nós enquanto jogador podemos fazer, mas sim no que os nossos inimigos conseguem. Em específicos encontros os nossos adversários entram em diversos estados e disferem ataques diferentes, obrigando a ambientar-nos a estes estágios, onde apenas atacar insensatamente não nos levará a lado nenhum. Outro elemento muito bem retratado em combate foram as transformações que pela primeira vez sentimos um pouco o sentido de urgência que muitas vezes visualizamos em Dragon Ball Z. Embora as nossas personagens possam disferir novos ataques e golpes mais fortes nestes estados o seu Ki desce progressivamente, e não só temos de o recarregar frequentemente como por vezes percorrer estados. Ainda existe a possibilidade de outras personagens nos apoiarem a combate, mas pelas situações descritas este efeito acabar por se sentir nulo e vazio.

    Nem só de combate Dragon Ball Z Kakarot retira elementos de Xenoverse. O grafismo também é muito semelhante, felizmente aquele brilho excessivo das personagens foi posto de lado, e certas sequências parecem quase retiradas na íntegra. O jogo como já foi referido conta com um grafismo sem paralelo no que toca a adaptações desta lendária obra, os modelos são detalhados, contamos com diversos espaços para navegar e as animações (mesmo as limitadas) cumprem as suas funções. A versão para PC conta com diversas opções gráficas, que embora sejam diminutas estão uns passos acima de muitas já apresentadas pela , até existe a possibilidade de modificar a resolução interna, infelizmente e sem Mods o jogo não corre a mais de 60 fps. Respeitante ao som, Dragon Ball Z Kakarot conta com efeitos, as já referidas vozes e músicas ligeiramente diferentes das originais, um elemento mais que bem-vindo para terminar com as faixas de rock genérico que sempre viveram nestas séries de videojogos, se bem que por vezes não se adequaram de todo a ação.

    Como não podia deixar de ser, Dragon Ball Z: Kakarot é um produto único e exclusivamente talhado para os seus fãs, e uma interessante abordagem para quem desejar conhecer a série, evitando episódios de incessantes gritos e trocas de olhares, afinal aqui o episódio só termina quando desejarmos.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Taryon
    Taryon
    29 , Janeiro , 2020 15:15

    Depois de 5 horas de jogo desisti dele. Missões repetitivas e como todo RPG, ter q sair no mapa recolhendo coisas para conseguir evoluir as skills nas missões é um saco.

    Enquanto voa no mapa, terá lutas contra mobs fracos e acaba se torna um saco, pq fica entediante e lutar com eles mas chega ser mais produtivo q sair caçando itens pra evoluir skills.

    Os comando de combos e golpes são outra falha no jogo. Tentei combinar combos padrão com os poderes especiais, com golpes de super soco ou poderes grandes, mas ñ foram, é como vc tivesse desistindo e ter q começar tudo de novo. No geral as lutas se resumem em fugir, recupera ki, solta poder, foge, recupera ki, solta poder e vai nesse ciclo.

    Sistema de navegação no mapa e voar é chupado da versão Budokai 3, ainda mais aquela opção de sentir o ki das coisas e após transformação ter q o ki caindo lentamente e ter q recuperar ki pra continuar com a transformação.

    Comunidade é divertido mas no fim deixa de ser mt relavante e depois q vc desbloqueia o Shen long, é só pedir dinheiro e comprar vida e tudo bem e ficar nessa nas lutas vai ficar tudo ok.

    E coitada da Masako, 80 anos e ainda dublando o Goku, digo isso pq em diversas falas da pra perceber a voz “tremula” de idosos em alguns momento e nessa hora eu “desconectava” do jogo e percebo que ela ta velha mesmo e ta na hora de aposentar.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  Taryon
    31 , Janeiro , 2020 12:47

    Bons pontos e confesso no que disseste tens muita razão. Agora que falas na Masako, vou estar mais atento as falas porque não senti esse efeito, é de louvar a sua energia com essa idade. Além do trabalho em Dragon Ball, está também a representar o Medama Oyagi de Gegege no Kitarou.

    João Vítor Nerís
    João Vítor Nerís
    29 , Janeiro , 2020 15:15

    Depois desse análise deu até vontade de jogar de novo

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  João Vítor Nerís
    31 , Janeiro , 2020 12:47

    Ainda não lhe deste uma hipótese?

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