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    Ex-responsável de Assassin’s Creed: “Não me demiti, fui afastado”

    Antigo chefe de Assassin's Creed nega demissão e acusa Ubisoft de o ter afastado

    Assassin's Creed Shadows fire

    Marc-Alexis Côté, figura central no desenvolvimento de Assassin’s Creed durante quase 20 anos, veio a público desmentir que tenha abandonado voluntariamente o cargo de responsável pela franquia. Numa publicação no LinkedIn, Côté afirma categoricamente que não se demitiu, tendo sido a Ubisoft a pedir-lhe que se afastasse.

    A polémica surge dias depois de ser tornada publica a saída de Côté da liderança de Assassin’s Creed, numa altura em que a Ubisoft criava uma nova subsidiária, a Vantage Studios, parcialmente detida pela Tencent. Esta nova estrutura passou a supervisionar as maiores franquias da empresa, incluindo Assassin’s Creed.

    Numa mensagem interna enviada aos colaboradores, os co-CEOs da Vantage, Charlie Guillemot e Christophe Derennes, afirmaram que Côté tinha recusado uma posição de liderança na subsidiária, optando por deixar a Ubisoft. Segundo esta versão, a empresa teria ficado “desiludida” com a decisão, mas respeitava as expectativas e prioridades de Côté.

    A resposta não se fez esperar. Côté utilizou o LinkedIn para apresentar uma versão bastante diferente dos acontecimentos. “Muitos de vocês expressaram surpresa por eu escolher deixar Assassin’s Creed após tantos anos, especialmente dada a paixão que ainda tenho pela série”, escreveu. “A verdade é simples: eu não fiz essa escolha. A Ubisoft decidiu transferir a liderança da franquia para alguém mais próximo da sua nova estrutura organizacional”.

    O veterano criador de videojogos, que trabalhou na série como designer, diretor e produtor, deixa claro que a posição alternativa oferecida não era equivalente. “Foi mencionada uma posição diferente, mas não tinha o mesmo âmbito, mandato ou continuidade com o trabalho que me tinha sido confiado nos últimos anos”, explicou.

    Apesar do desacordo público, Côté fez questão de sublinhar que não guarda ressentimentos. “A Ubisoft foi a minha casa durante toda a minha vida profissional, e estarei sempre grato pelas pessoas, pelos projetos e pela crença de que juntos poderíamos criar mundos que inspiram milhões”, afirmou. “Mas também devo às minhas equipas, passadas e presentes, dizer isto claramente – eu não me afastei. Mantive-me no meu posto até a Ubisoft me pedir para me afastar”.

    Numa comparação que revela a forma como encarava o seu papel, Côté recorreu a uma referência à série Star Trek: The Next Generation, que o inspirou ao longo da carreira. “Nos últimos anos da minha carreira, passei a ver-me como o capitão do navio Assassin’s Creed, alguém que só sai quando todas as almas a bordo estão a salvo. E foi exatamente isso que fiz durante o tempo que consegui”.

    A contradição entre as duas versões dos acontecimentos lança uma sombra sobre a reorganização em curso na Ubisoft. Enquanto a empresa tenta apresentar a saída como uma escolha pessoal de Côté, o próprio descreve uma situação em que foi efetivamente substituído, com a oferta de um cargo menor a servir como alternativa pouco atrativa.

    A criação da Vantage Studios representa uma mudança significativa na estrutura da Ubisoft, com a entrada da Tencent como parceira minoritária. Esta reestruturação parece ter tido consequências diretas para figuras estabelecidas como Côté, cuja relação de quase duas décadas com Assassin’s Creed terminou de forma abrupta.

    SourceVGC
    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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