
A madrugada de 9 de novembro promete ser atípica para os fãs portugueses de esports. Dois cinemas do país voltam a abrir portas num horário pouco convencional para transmitir ao vivo a final do Campeonato do Mundo de League of Legends, que se disputa do outro lado do planeta.
Os Cinemas NOS do NorteShopping, no Porto, e do Colombo, em Lisboa, recebem pela segunda vez este tipo de evento, confirmando uma tendência crescente de levar competições de videojogos aos ecrãs grandes. A transmissão começa às 7h00 da manhã, refletindo o desfasamento horário com Chengdu, cidade chinesa que acolhe a fase final do torneio.
Dezassete equipas, um só título
O Worlds 2025 representa o momento mais importante do calendário competitivo de League of Legends. Das dezassete equipas que alcançaram esta fase, apenas uma sairá coroada campeã mundial, levando consigo não só o troféu mais cobiçado da modalidade mas também reconhecimento global.
A competição desenrola-se há várias semanas, com jogos eliminatórios que reduziram progressivamente o número de equipas em prova. As duas finalistas chegam ao confronto decisivo após superarem adversários de diferentes regiões, cada uma representando estratégias e estilos de jogo distintos que se desenvolveram nos seus territórios.
League of Legends mantém-se como um dos títulos mais assistidos a nível mundial no contexto competitivo. Os números de audiência dos eventos anteriores ultrapassaram consistentemente os milhões de espectadores simultâneos, rivalizar com eventos desportivos tradicionais em termos de alcance mediático.
Ver esports numa sala de cinema oferece vantagens que vão além do tamanho do ecrã. O sistema de som envolvente amplifica cada pormenor das lutas, desde as habilidades dos campeões até aos comentários acalorados dos casters que narram a ação.
A experiência coletiva também pesa. Enquanto assistir em casa permite total controlo sobre o ambiente, a sala de cinema potencializa as reações do público. Jogadas espetaculares ou reviravoltas inesperadas ganham outra dimensão quando partilhadas com dezenas de pessoas igualmente investidas no resultado.
Este formato de watch party consolidou-se gradualmente em vários países. O que começou como iniciativas isoladas transformou-se numa prática recorrente para finais de grandes torneios, criando rituais próprios dentro da comunidade.
Acordar antes das 7h00 num sábado não faz parte dos planos habituais de muita gente. No entanto, os fãs mais dedicados de esports já habituaram-se a adaptar rotinas para acompanhar competições que decorrem em fusos horários distantes.
A transmissão ao vivo elimina o risco de spoilers, algo particularmente relevante numa era onde os resultados circulam instantaneamente pelas redes sociais. Para quem valoriza a autenticidade do momento, ver o desenlace em tempo real compensa o sacrifício matinal.
Chengdu, situada no sudoeste da China, encontra-se sete horas à frente de Portugal continental. Quando a final começar por lá ao início da tarde, por cá o sol ainda mal terá nascido. A diferença temporal justifica o horário peculiar e sublinha a natureza verdadeiramente global destes eventos.









