O fundador da Arkane Studios, Raphael Colantonio, não poupou críticas ao serviço Game Pass da Microsoft, classificando-o como um “modelo insustentável” que está a prejudicar gravemente a indústria dos videojogos. As declarações surgem na sequência dos despedimentos massivos que a Microsoft anunciou na semana passada, que afetaram mais de 9.000 funcionários.
Através de uma série de publicações na rede social X, Colantonio questionou porque é que “ninguém fala do elefante na sala“, referindo-se diretamente ao Game Pass. O criador de jogos aclamados como Dishonored, Prey e Deathloop considera que o serviço de subscrição tem sido “cada vez mais prejudicial” para o setor durante a última década.
“Penso que o Game Pass é um modelo insustentável que tem prejudicado cada vez mais a indústria, subsidiado pelo ‘dinheiro infinito’ da Microsoft, mas a certa altura a realidade tem de bater”, afirmou Colantonio. O veterano da indústria acredita que o modelo não pode coexistir com outras abordagens comerciais, prevendo que a Microsoft “ou mata todos os outros, ou desiste”.
As críticas de Colantonio ganham particular relevância no contexto dos recentes cortes na Microsoft, que resultaram no encerramento de vários estúdios de desenvolvimento e no cancelamento de múltiplos projetos. Entre os afetados estão equipas dos Halo Studios e da King, criadora de Candy Crush.
Microsoft despede até 9.000 funcionários numa nova vaga de cortes
O fundador da Arkane mostrou-se especialmente crítico em relação às alegações da Microsoft de que o Game Pass não afeta as vendas de jogos premium. “Estou farto de todas as tretas que nos contaram sobre isso“, declarou, sugerindo que se trata de uma estratégia a longo prazo que envolve “lançar um tsunami sobre todo o ecossistema da indústria“.
Segundo Colantonio, os jogadores só apoiam o serviço porque “a oferta é boa demais para ser verdade“, mas prevê que acabarão por odiá-lo “quando perceberem os efeitos nos jogos“. Esta posição sugere que o modelo estilo Netflix para videojogos pode estar a contribuir para uma diminuição na qualidade dos títulos disponibilizados.
No entanto, nem todos partilham desta perspetiva. Jason Kingsley, CEO da Rebellion, descreveu recentemente o lançamento do jogo Atomfall no Game Pass como “um grande sucesso“, elogiando a Microsoft como parceira e destacando os benefícios mútuos da colaboração.
A Microsoft, por sua vez, tem defendido o seu modelo, afirmando que o número de horas jogadas na plataforma Xbox “continua a crescer substancialmente“, em parte devido ao Game Pass. Phil Spencer, responsável pela divisão de jogos da empresa, justificou os despedimentos como necessários para remover camadas de gestão para aumentar a agilidade.
A polémica levanta questões importantes sobre o futuro da indústria dos videojogos e a sustentabilidade dos modelos de subscrição. Enquanto alguns veem o Game Pass como uma evolução natural do mercado, outros, como Colantonio, temem que possa estar a comprometer a viabilidade económica dos produtors e a qualidade dos jogos produzidos.
Raphael Colantonio deixou a Arkane Studios em 2019 e fundou posteriormente a WolfEye Studios, onde continua a trabalhar em novos projetos. A Arkane, agora propriedade da Microsoft, encontra-se atualmente a desenvolver um jogo baseado no personagem Blade da Marvel.
Vocês são uma piada…Deveriam ter VERGONHA do trabalho de vocês. Tem tantas, mas TANTAS noticias em relação ao xbox que vocês não trazem, mas TODA noticia “ruim” vocês estão aqui, “espalhando a palavra”. Incluindo (várias vezes) opiniões claramente burras e idiotas de pessoas que são atualmente praticamente irrelevantes.
nojo….