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O youtuber e insider Reece Reilly, conhecido como Kiwi Talkz, fez declarações bombásticas sobre GTA 6 que prometem alimentar ainda mais o hype em torno do jogo. Segundo Reilly, que antecipou corretamente o segundo adiamento do jogo antes do anúncio oficial, aquilo que a Rockstar Games está a fazer com GTA 6 é tão ambicioso que nenhum outro estúdio conseguirá igualar durante as próximas duas décadas.
As declarações surgiram numa resposta no Twitter, onde Reilly contestou afirmações de que GTA 6 seria apenas GTA 5 2.0. “Definitivamente não é GTA 5 2.0 e as pessoas não fazem ideia do que estão a falar”, escreveu. “Algumas das coisas que ouvi sobre o que a Rockstar está a fazer com GTA 6 são super ambiciosas e é improvável que qualquer outro estúdio consiga igualar o que eles estão a fazer durante 15 a 20 anos ou mais”.
Embora Reilly não tenha entrado em detalhes específicos, várias patentes registadas pela Rockstar e ofertas de emprego publicadas pelo estúdio ao longo dos últimos anos oferecem pistas sobre o que pode estar por detrás destas afirmações. A tecnologia que está a ser desenvolvida parece ir muito além de simples melhorias incrementais.
Uma oferta de emprego de 2021 para um artista de efeitos visuais indicava que GTA 6 incluirá destruição em grande escala, como arranha-céus a desabar, e efeitos climáticos avançados. Mais recentemente, o perfil no LinkedIn de um programador principal da engine da Rockstar revelou trabalho em ray tracing, iluminação global com ray tracing e, mais intrigante ainda, geração processual para objetos e ambientes do jogo.
Esta última tecnologia é particularmente revolucionária. Patentes registadas pela Take-Two Interactive sugerem que GTA 6 utilizará inteligência artificial para gerar proceduralmente interiores de edifícios. Isto significa que apartamentos de luxo terão decoração limpa e cara, enquanto casas degradadas apresentarão mobiliário barato e deteriorado. O sistema baseia-se em etiquetas temáticas como limpo, moderno ou privado, que influenciam o layout e os objetos que aparecem, criando variedade sem sacrificar a atenção ao detalhe característica da Rockstar.

Mas a ambição vai muito além da decoração de interiores. Os NPCs em GTA 6 deverão comportar-se de forma radicalmente mais realista do que em qualquer jogo anterior. Segundo informações que circulam na comunidade, os personagens não jogáveis terão humores dinâmicos que reagem ao caos de maneira diferente dependendo da hora do dia, localização e do que testemunharam. Um habitante local num bairro problemático pode ignorar um assalto de carro, enquanto um turista entra em pânico e chama a polícia.
Ainda mais impressionante é o sistema de memória que está a ser desenvolvido. Certos personagens poderão lembrar-se das escolhas do jogador. Assediar um barman repetidamente pode resultar em ser banido do estabelecimento. Poupar alguém durante um assalto pode transformar essa pessoa num aliado, ou numa testemunha. Este nível de persistência e consequência é praticamente inédito em jogos de mundo aberto.
O leaker GameRoll, que revelou corretamente os apelidos dos protagonistas Jason e Lucia antes de a Rockstar os anunciar, afirmou que haverá mais de 700 lojas e centros comerciais que os jogadores podem entrar e assaltar. Se confirmado, este número representaria um salto monumental em termos de acessibilidade do mundo do jogo. Especulações apontam para que cerca de 70% dos edifícios sejam acessíveis, um número impressionante considerando a escala já confirmada do mapa.
O sistema de animação também recebeu uma revolução completa. Uma patente de Tobias Kleanthous, funcionário da Rockstar, descreve um sistema que separa o movimento das personagens em componentes granulares: postura, tipo de locomoção, manuseamento de armas e contexto ambiental. Em vez de animações separadas para correr agachado ou caminhar ferido, as personagens são agora animadas através de uma mistura processual de blocos reutilizáveis.
Na prática, isto significa que um tiroteio à chuva terá dinâmicas únicas. Uma personagem pode mancar enquanto muda de cobertura. Outra desliza numa superfície molhada com base no momentum. Os polícias agacham-se atrás de obstáculos de altura variável, ajustando dinamicamente a postura em vez de encaixar em poses pré-definidas.
O motor Euphoria, usado pela Rockstar desde GTA 4, foi completamente reconstruido. Agora utiliza lógica de locomoção processual para misturar estados de animação em tempo real. Jason agacha-se de maneira diferente dependendo da arma, postura e tipo de cobertura. Lucia pode saltar obstáculos, deitar-se e mudar a sua mira enquanto se move. Agarrar, marcar alvos para aliados, saquear sacos e mirar livremente de dentro de carros são agora interações básicas.
O combate evolui de confrontos estilo arcade para jogabilidade tática contextual. Dependendo da situação, os jogadores podem mirar por cima de qualquer ombro, mudar de cobertura ajustando a posição, restringir NPCs e até empregar equipamento especializado. As mecânicas passam de scripted para reativas, criando encontros genuinamente emergentes.
Contudo, há nuvens negras no horizonte. Relatórios indicam que a moral na Rockstar está em níveis baixos, em parte devido a controvérsias sobre despedimentos alegadamente relacionados com esforços de sindicalização. Se verdade, isto pode afetar a pipeline de produção e potencialmente levar a outro adiamento.
A escala de ambição é tal que até analistas da indústria estão impressionados. Piers Harding-Rolls da Ampere Analysis sugeriu que o lançamento de GTA 6 em novembro de 2026 pode influenciar quando Sony e Microsoft lançam as consolas de próxima geração, potencialmente empurrando a PS6 e a próxima Xbox para 2028.
Strauss Zelnick, CEO da Take-Two Interactive, já tinha insinuado algo especial em entrevistas anteriores. Falando sobre o uso de IA em jogos, mencionou que NPCs poderiam tornar-se realmente interessantes e divertidos, em vez dos personagens não jogáveis geralmente pouco cativantes que povoam a maioria dos jogos. Imaginou um futuro onde interagir com qualquer NPC seria uma experiência única, com diálogo gerado dinamicamente e respostas contextuais.

A integração de lógica processual, geração de interiores e comportamento reativo cria um ecossistema que parece menos uma sandbox e mais uma sociedade simulada. Este não é apenas um grande passo para a Rockstar, mas um salto significativo para a indústria de videojogos como um todo.
Por enquanto, os fãs terão de esperar por mais informações oficiais. O terceiro trailer, se seguir os padrões históricos da Rockstar, deverá chegar por volta de fevereiro de 2026, três meses após o anúncio do segundo adiamento. Será então que o mundo finalmente verá em ação algumas destas tecnologias revolucionárias que tanto têm alimentado as especulações.








