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    Melhores níveis introdutórios (década de 90)

    Uma mão cheia de momentos únicos

    A primeira impressão para muitos é um fator importante. Sem surpresa este registo aconteceu em vários estágios das nossas vidas, onde certamente o entretenimento também foi uma constituinte. Ao longo de décadas, os videojogos produziram momentos intemporais logo nos seus instantes iniciais, e neste breve artigo indico-te alguns destes da década de 90, cingindo-me a um por série.

    Megaman X (1993)

    Foi preciso viajarmos até 21XX para experienciarmos um dos melhores níveis iniciais de sempre na história dos videojogos. O mesmo foi de tal forma refinado que educou o jogador de todos seus constituintes, sem necessitar de interromper a ação com tempos mortos ou tutoriais. Através do seu “level design” também introduziu os fãs do robô azul a uma nova série. Numa determinada parte do nível após a destruição de um dos Bee Bladers, o solo desmoronou-se e através da nova mecânica de escalada de paredes -que muito curiosamente brotou da frustração de Keiji Inafune quando não sabia o que fazer com a personagem, saiu do escritório e furiosamente começou a pontapear muros- o jogador pôde prosseguir viagem. Contudo, no próximo confronto existiu uma recompensa na forma de energia que apenas seria adquirida se o jogador replicasse com mestria o que aprendeu até ao momento. Para fechar com chave de ouro, X enfrentou uma ameaça que não conseguiu derrotar, e só sobreviveu com a participação de Zero, que lhe indica que um dia também será forte o suficiente se dedicar-se a tal. Foi com este fechar que o tema principal de Megaman X, se iniciou, ou seja, o sentimento de nos tornarmos mais fortes.

    No início o jogador é servido a um propósito, ser forte o suficiente para derrotar Vile

    Sonic The Hedgehog 3 & Knuckles (1994) 

    A derradeira experiência de Sonic The Hedgehog 3, foi exímia a narrar uma história através do seu minimalismo. Ao longo do jogo surgiram diversos indicadores que se o jogador estivesse atento contavam a história do mesmo sem falas. O “Death Egg” gradualmente a descolar da “Lava Reef Zone”, o mural da profecia do guerreiro dourado quando enfrentamos Knuckles na “Hidden Palace Zone”, ou a perseguição do Death Egg na “Sky Sanctuary Zone”, foram apenas alguns destes momentos. É incrível como Sonic The Hedgehog 3 & Knuckles contou a sua história inicial com cerca de cinco segundos. Sonic e Tails viajam até à Angel Island para impedirem mais uma vez que o Death Egg descole. Este evento foi especial por dois grandes fatores, para muitos foi o primeiro momento que viram Sonic como Super Sonic, e quem acompanhou Sonic The Hedgehog 2 na presença do ouriço dourado descobriu que não só pairava uma ameaça mais aterradora no ar, como a mesma destrui o poder do invencível Super Sonic com apenas um ataque. Como não fosse bastante roubou-lhe as Esmeraldas do caos impedindo esse processo, no rescaldo de tudo o bater de pé do ouriço revelou que tinhamos entre mãos uma aventura bem mais complexa. A forma como Sonic The Hedgehog 3 & Knuckles contou tanto em tão pouco tempo foi genial, que no final também serviu para produzir um dos momentos mais marcantes da Sega Mega Drive.

    Para muitos esta foi a primeira revelação de Super Sonic

    Super Mario 64 (1996)

    Super Mario 64, é um dos jogos mais inovadores da história. Não só introduziu Mario a mundos poligonais como foi o molde para um sem fim de experiências passadas, que ainda hoje sentimos os seus efeitos. Após a exploração do seu hub (Castelo de Peach) imergimos no nível inicial Bob-omb Battlefield. Este foi de tal forma icónico que ainda hoje é uma referência dentro e fora da série. Os seus campos foram vastos, Mario podia realizar diversas ações nunca antes vistas, dotadas de uma liberdade total de movimentos. A exploração recompensava o jogador mais dedicado, e uma banda-sonora alegre e vibrante serviu indiscutivelmente um dos níveis iniciais mais célebres do canalizador. Sem darmos por nossa conta o termo “sandbox” estava nos horizontes do nosso olhar e esta seria segunda grande pedra para pavimentar o género –The Legend of Zelda foi o primeiro- “mundo aberto” que atualmente domina a indústria.

    No interior de um quadro estaria o futuro da indústria

    Final Fantasy VII (1997)

    Final Fantasy VII, é um dos jogos mais acarinhados da série por muitos fãs. A história do Ex-SOLDIER Cloud Strife e da AVALANCHE injetou nova vida num género que até ao momento era um tanto desconhecido no ocidente. Um dos grandes impulsionadores deste efeito, foi sem sombra de dúvidas o seu capitulo inicial. Assim que a aventura começa assistimos a uma mulher a vender flores numa cidade que aumenta de escopo a cada instante que passa, e quando nos revela a sua gigantesca proporção, a câmara desce a pique para a outra ponta da mesma, onde assistimos à chegada de um comboio e somos introduzidos a um Cloud Strife -que como sabemos tornou-se num dos ícones da série- um mercenário de cabelos longos espigados com uma enorme espada que se alia a um grupo de terroristas ambientais na destruição de um reator. Não só a banda-sonora que nos acompanhou nesta viagem foi envolvente como também foi carregada de simbolismo -a sua instrumentalização é equiparável a uma locomotiva- e tornou-se numa das mais icónicas de toda a sua interminável série. Final Fantasy VII foi vanguardista numa vasta panóplia de referências; primeiro jogo 3D da série; pequenos segmentos animados de enorme qualidade em CGI; mundo futurista. Também foi um dos primeiros jogos onde sentíamos existir algo mais do que colecionar moedas ou anéis, existia um propósito maior de um tema preocupante que marcaria a atualidade décadas mais tarde.

    O início de uma aventura revisitada por várias gerações

    Resident Evil 3: Nemesis (1999)

    Ao passo que o primeiro Resident Evil foi marcado pelo mistério, e o segundo por uma aventura de paralelos, o terceiro explodiu nos nossos ecrãs dotado de uma enorme resolução. O seu início foi essencialmente o rescaldo de todos os eventos anteriores. Jill Valentine, a heroína do primeiro jogo regressou com novas vestes e uma atitude muito mais ativa. O jogo abriu com momentos de pura ação, onde a agente do S.T.A.R.S. munida de uma metralhadora abriu caminho através de uma Racoon City inundada de loucura e desespero. Contudo, ao longo desta jornada inicial descobriu que uma ameaça procura por si e pelos seus colegas nas ruas de uma cidade repleta de mortos-vivos e outras criaturas sedentas de sangue. Esta ameaça foi nem mais, nem menos do que indiscutivelmente o B.O.W mais célebre da série, a arma biológica, Nemesis. A forma como este jogo abriu foi simplesmente espetacular. Sentimos que os S.T.A.R.S. já não são meros figurantes nas mãos da Umbrella, a faixa musical que acompanhou Jill, também a vestiu de camadas resolução e o facto de estar munida de novas mecânicas e armas de fogo com muito mais poder revelaram que a jovem estava decidida a sobreviver a todo o custo. No culminar de tudo o confronto com Nemesis na esquadra colocou Jill diante de uma ameaça inicial equiparável às que enfrentamos no final dos anteriores jogos.

    Novas mecânicas, novas ameaças, e uma atitude mais determinada, tudo em Resident Evil 3: Nemesis respira de convicção

    Estes são apenas cinco de um vasto elenco que pode ser revisitado na mesma ou noutras eras, se o artigo for do vosso agrado. Também posso fazer o mesmo, mas inverso, ou seja, no clímax de muitos jogos. Digam também o que acharam e as vossas escolhas nos comentários.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    Satoshi7601
    Satoshi7601
    3 , Janeiro , 2022 14:33

    o primeiro resident evil era lindo demais quando saiu

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  Satoshi7601
    5 , Janeiro , 2022 0:21

    Lembro-me de chamar gráficos quase perfeitos ou filme.

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