
Satya Nadella, CEO da Microsoft, confirmou aquilo que muitos já suspeitavam, a empresa pretende disponibilizar os seus jogos em todas as plataformas possíveis. A declaração surge numa altura em que Halo: Campaign Evolved, remake de Combat Evolved, se prepara para chegar às consolas PlayStation desde o lançamento, uma estreia absoluta para a icónica série.
A mudança de estratégia não é propriamente nova. Gears of War: Reloaded já fez o salto para a PlayStation 5 no início deste ano, e o Microsoft Flight Simulator 2025 seguirá o mesmo caminho. O que antes eram exclusivos intocáveis da Xbox têm vindo gradualmente a aparecer noutras consolas, mas as recentes declarações de Nadella parecem indicar que isto é apenas o princípio de uma transformação muito mais profunda.
Durante uma conversa com o TBPN sobre a nova parceria com a OpenAI, o CEO acabou por abordar o futuro da Xbox e aquilo que chama de “fim das guerras das consolas”. As suas palavras deixam pouca margem para dúvidas sobre a direção que a empresa pretende seguir.
“Lembrem-se, o maior negócio de jogos é o negócio do Windows”, começou por dizer Nadella. O executivo destacou o papel da Steam, que “construiu um mercado massivo em cima dele e fez um trabalho muito bem-sucedido”. Para a Microsoft, a visão para os videojogos passa por ser “a maior editora” após a aquisição da Activision.
“Portanto, queremos ser uma editora fantástica, com uma abordagem semelhante ao que fizemos com o Office”, explicou. “Vamos estar em todo o lado, em todas as plataformas. Queremos garantir que, sejam consolas, seja PC, seja mobile, seja cloud gaming ou TV – queremos simplesmente que os jogos sejam apreciados pelos jogadores em todo o lado”.
A comparação com o Office não é casual. Tal como a suite de produtividade da Microsoft abandonou há anos a exclusividade do Windows para estar disponível em MacOS, iOS e Android, os jogos seguirão o mesmo caminho. A lógica é simples: maximizar o alcance e as receitas, em vez de usar os títulos como forma de vender hardware.
No entanto, a transformação levanta questões sobre a identidade da Xbox enquanto marca. As vendas dececionantes da Xbox Series X|S já tinham sinalizado problemas na estratégia baseada em exclusividades, mas este movimento radical representa uma admissão de que o modelo tradicional de consolas já não faz sentido para a Microsoft.
Há rumores de uma nova consola Xbox para 2027, mas permanece por esclarecer que papel terá num ecossistema onde os jogos da empresa estarão disponíveis em todo o lado. A Xbox transformar-se-á numa marca de serviços em vez de hardware? Será que a próxima geração trará mudanças significativas na forma como a Microsoft aborda o mercado das consolas?
O que parece certo é que Nadella está determinado a posicionar a Microsoft como a maior editora de jogos do mundo, aproveitando o catálogo expandido pela compra da Activision. Para os jogadores, isto significa mais opções. Para os defensores acérrimos das exclusividades, representa o fim de uma era que definia a identidade das plataformas através dos seus títulos únicos.







