Neil Druckmann revelou que a Naughty Dog passou por um longo período de debate interno sobre se deveria desenvolver diretamente The Last of Us Part III após o sucesso de Part II, ou apostar numa nova propriedade intelectual. Em entrevista à revista Variety, o presidente do estúdio explicou como a equipa acabou por escolher o que hoje conhecemos como Intergalactic: The Heretic Prophet.
“Quando terminámos The Last of Us Part II, e foi altamente bem-sucedido para nós, estávamos a debater se deveríamos ir direto para The Last of Us 3, e tivemos um período realmente longo onde analisámos ideias para o que poderia estar nesse jogo”, explicou Druckmann.
Durante este processo de decisão, a Naughty Dog considerou várias opções, incluindo regressar a franquias como Uncharted e Jak and Daxter, para além do projeto de ficção científica que viria a tornar-se Intergalactic. Segundo Druckmann, foi esta última opção que despertou maior paixão na equipa, levando à decisão final.
A revelação contrasta com declarações anteriores algo contraditórias de Druckmann sobre o futuro de The Last of Us. No documentário Grounded II, incluído na remasterização de Part II, o diretor tinha sugerido ter encontrado um conceito empolgante para uma terceira parte: “Há anos que não conseguia encontrar esse conceito, mas recentemente isso mudou. Não tenho uma história, mas tenho um conceito que para mim é tão empolgante quanto o 1, tão empolgante quanto o 2”.
Contudo, numa entrevista de março de 2025, Druckmann adotou um tom mais cauteloso, alertando os fãs para não contarem com mais jogos da série: “Acho que a única coisa que diria é para não contarem com mais The Last of Us. Isto pode ser tudo”.
O processo de decisão reflete a cultura da Naughty Dog de priorizar projetos pelos quais a equipa sente genuína paixão. “Não costumamos planear muito para o futuro, porque descobrimos – e isto é algo que herdei, é apenas a cultura da Naughty Dog – que fazemos o nosso melhor trabalho quando é algo por que estamos realmente empolgados, realmente apaixonados”, justificou Druckmann.
A escolha por Intergalactic representa assim uma aposta arriscada do estúdio, que opta por explorar território desconhecido em vez de capitalizar numa franquia comprovadamente lucrativa. The Last of Us tornou-se uma das propriedades mais valiosas da PlayStation, tanto nos videojogos como na adaptação televisiva da HBO.
Apesar da decisão atual, Druckmann não fechou completamente a porta a The Last of Us Part III, sugerindo que a ideia permanece “na mesa teórica ou potencial” enquanto o estúdio se concentra no desenvolvimento de Intergalactic.