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    Ninguém acreditava que Pokémon tivesse sucesso fora do Japão… nem mesmo a Nintendo

    Passadas cerca de duas décadas desde o lançamento original de Pokémon no Ocidente, é difícil imaginar que alguma vez tenham existido dúvidas sobre o seu êxito fora do Japão. No entanto, estas reservas eram bem reais aquando do lançamento de Pokémon Red & Pokémon Blue. Segundo Leslie Swan, antiga diretora de localização da Nintendo of America, não só a filial norte americana da Nintendo tinha dúvidas sobre o sucesso da marca como também a fabricante de brinquedos Toy Biz partilhava o mesmo ceticismo.

    Estas informações surgem no rescaldo de um par de entrevistas recentes nas quais as protagonistas partilharam memórias sobre os primeiros tempos da clássica série multimédia e as hesitações quanto ao seu potencial para se tornar um fenómeno global. É verdade que este contexto não constitui propriamente uma novidade sobre o projeto, mas ajuda a perceber o seu ceticismo na época. O próprio Shigeru Miyamoto, afirmou à Gamespot que lhe tinham dito que o jogo nunca agradaria ao público americano e confessou que nunca tinha pensado que existisse uma versão inglesa. Gail Tilden, editora chefe fundadora da Revista Nintendo Power, revelou mais tarde à Polygon num artigo publicado em 2019 que um RPG japonês no Game Boy era um tiro no pé. A equipa de marketing da Nintendo e uma agência de publicidade chegaram mesmo a ponderar alterar os gráficos do jogo para os adaptar ao mercado norte americano dada a incerteza sobre a sua aceitação.

    Contudo, mesmo com reservas, foi Gail Tilden que motivou o lançamento dos monstros de bolso no ocidente. Pokémon. Na época ainda como editora geral, Gail foi destacada para trabalhar no desenvolvimento de produto mesmo antes de existir uma equipa de localização para preparar o lançamento nos Estados Unidos porque nada estava garantido. Evidentemente que foi preciso alguma persuasão para convencer a chefia de que o jogo funcionaria no mercado norte americano, e felizmente, Gail trabalhou arduamente para que tal acontecesse.

    Curiosamente a Nintendo não era a única com dúvidas sobre o potencial de sucesso da série. Jesse Falcon contou em 2000 que quando a 4Kids Entertainment comprou os direitos de licenciamento em 1998 ofereceu à Toy Biz a oportunidade de ajudar a comercializar os jogos e a série anime mas a empresa recusou porque não percebia o fenómeno. Falcon explicou que estavam a trabalhar com a 4Kids, os representantes da Nintendo, e que lhes foi apresentada a nova propriedade. Olharam para aquilo e disseram que não percebiam nem sabiam o que era, algo que se revelaria um grande erro porque Pokémon se tornou um enorme sucesso. O acordo não incluía os cromos nem os trading cards mas abrangia todo o resto.

    A Toy Biz acabou por obter a licença para fabricar brinquedos de Pokémon apenas depois do início da Pokémania que incluiu a compra da licença para criar figuras magnéticas e berlindes com a marca Pokémon no ano 2000. Naturalmente saiu mais caro do que teria sido se tivesse decidido entrar desde cedo e abrangia significativamente menos produtos do que a oferta inicial. Falcon reconhece que isso acontece de vez em quando e que por vezes se tem sorte com essas oportunidades e outras vezes não.

    SourceAWN
    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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