O regresso de uma das franquias de ação mais desafiantes e adoradas gerou uma onda de entusiasmo. Desenvolvido pela aclamada PlatinumGames em colaboração com a Team Ninja, a expectativa à volta de Ninja Gaiden 4 era imensa para perceber como esta nova iteração se posicionaria face aos seus antecessores. Os especialistas já emitiram os seus veredictos, e as opiniões, embora maioritariamente positivas, revelam uma complexidade que transcende o simples “gosto” ou “não gosto”. Este artigo compila as análises de meios especializados, oferecendo uma visão abrangente sobre o que realmente faz de Ninja Gaiden 4 um título digno de destaque.
Uma das mudanças mais notórias em Ninja Gaiden 4 é a introdução de um novo protagonista, Yakumo, do clã Raven, que assume o papel principal, relegando o icónico Ryu Hayabusa para um plano secundário. Esta decisão, embora tenha gerado alguma discussão, é vista pela maioria dos críticos como um sopro de ar fresco para a série. O Polygon descreve Yakumo como mais jovem, rápido e com um sistema de combate profundo, embora por vezes avassalador. O TheVerge aponta-o como um personagem “punk” com uma personalidade “emo” que incentiva um estilo de luta agressivo e direto, tornando o jogo um excelente ponto de entrada para novos jogadores. O GameInformer destaca a sua brutalidade e finesse em combate, apesar de o considerar unidimensional na narrativa. Já o TheGamer elogia a sua evolução de um “punk” inicial para um herói mais cativante, com uma história que, pela primeira vez na série, merece ser acompanhada.
O Combate: Entre a Perfeição e a Complexidade Excessiva
O cerne de qualquer jogo Ninja Gaiden reside no seu sistema de combate, e NG4 não desilude na intensidade. A colaboração entre a Team Ninja e a PlatinumGames resultou numa jogabilidade que, para muitos, eleva a brutalidade e a fluidez a novos patamares. O TheGamer afirma que o combate é mais satisfatório e brutal do que nunca, com um foco renovado em esquivas perfeitas, parries e counters. A introdução das habilidades Bloodraven de Yakumo, que permitem transformações de armas e ataques mais poderosos, é vista como uma evolução que adiciona profundidade e um toque distintivo ao estilo de Yakumo.
Contudo, esta profundidade pode ser uma faca de dois gumes. O PCGamer critica a complexidade excessiva, sugerindo que o jogo “complica o combate ao ponto de quase o quebrar”, tornando-o menos elegante do que os títulos clássicos. A mesma análise menciona que o sistema de progressão, que desbloqueia habilidades essenciais de forma demasiado rápida, e elementos de interface de utilizador (UI) “irritantes” prejudicam a experiência. O Polygon também reconhece que o sistema de combate pode ser “avassalador” devido à abundância de métodos de defesa e ataque.
O Papel de Ryu Hayabusa: Um Cameo ou uma Oportunidade Perdida?
O destino de Ryu Hayabusa em Ninja Gaiden 4 é um ponto de discórdia entre os críticos. Enquanto o TheGamer considera que o seu estatuto de “super ninja lendário” e rival de Yakumo o torna mais interessante do que nunca, a sua presença no jogo é limitada. A maioria das análises concorda que Ryu é jogável em apenas um punhado de missões recicladas, muitas vezes revisitando áreas e bosses já enfrentados por Yakumo. O PCGamer descreve a sua secção como uma “obrigação contratual” que não acrescenta valor à história, e o TheGamer lamenta que o protagonista da série se sinta mais como um “cameo” para “pontos de nostalgia”. Embora o estilo de jogo de Ryu seja mais preciso e divertido para alguns, a falta de armas e fases únicas faz com que se sinta “subaproveitado”.
Design de Níveis e Dificuldade
Ninja Gaiden 4 mantém a reputação da série de ser um jogo desafiador. Mesmo na dificuldade normal, os críticos notam um nível de desafio lendário, com inimigos que exigem novas táticas e batalhas de bosses que testam reflexos e resistência. O jogo oferece concessões, como modos de treino e um modo fácil, que permite aos jogadores aprenderem as mecânicas sem a frustração inicial.
No que diz respeito ao design de níveis, o TheVerge elogia a estrutura mais tradicional e linear do jogo, sem mundo aberto, o que ajuda a manter o foco. A travessia dos níveis é dinâmica e variada, com elementos de parkour que incluem correr em paredes, usar ganchos e até “surfar” em pranchas ninja. No entanto, o PCGamer critica as secções de travessia como repetitivas e monótonas, sugerindo que o jogo “se demora demasiado nos mesmos locais”, o que pode levar à sensação de que o jogo deveria ser mais curto ou mais ambicioso.
Conclusão: Um Regresso Brutal, Mas Imperfeito
Ninja Gaiden 4 é, sem dúvida, um regresso impactante para a franquia. A colaboração entre a Team Ninja e a PlatinumGames trouxe um sistema de combate visceral e desafiador, com um novo protagonista que, apesar das suas falhas narrativas, consegue cativar. A modernização da fórmula de ação ninja 3D é evidente, e o jogo oferece uma experiência que, para muitos, é um dos melhores jogos de ação dos últimos anos.
No entanto, não está isento de críticas. A complexidade excessiva do combate, a subutilização de Ryu Hayabusa e algumas decisões de design de níveis e UI dividem as opiniões. Apesar destas ressalvas, Ninja Gaiden 4 é um jogo que os fãs de ação intensa e desafios brutais não devem ignorar.