A Valve está prestes a dar um novo passo no mercado da realidade virtual. Segundo informações de um grupo de analistas chinês, o próximo headset SteamVR da empresa entrou em fase de produção em massa, sinalizando que o lançamento pode estar mais próximo do que se pensava.
O XR Research Institute, citado inicialmente pelo UploadVR, afirma que estão a ser produzidas entre 400.000 e 600.000 unidades do dispositivo conhecido internamente pelo nome de código Deckard. Os números sugerem uma aposta significativa da Valve neste produto, indicando expectativas elevadas quanto à procura.
Há até quem acredite que o headset, que deverá ser comercializado com o nome Valve Frame, possa ser anunciado e lançado antes do final de 2025. Se esta previsão se confirmar, estaremos apenas a semanas de conhecer oficialmente o sucessor do Valve Index, lançado há mais de seis anos.
A credibilidade destas informações foi reforçada por Brad Lynch, uma fonte interna da Valve com historial fiável. Lynch revelou que os modelos Deckard DV1 e DV2 apareceram recentemente na versão beta do SteamVR. Segundo ele, as unidades DV representam as fases finais antes do modelo PV, que é aquele que efetivamente chegará às mãos dos consumidores.
Esta progressão na nomenclatura dos protótipos é um indicador técnico importante. Quando um dispositivo atinge a fase DV no processo de desenvolvimento, significa que o design está essencialmente finalizado e que a empresa está a fazer os últimos ajustes antes da produção comercial em larga escala.
Quanto a especificações técnicas ou preço, praticamente nada foi revelado oficialmente. A Valve mantém-se em silêncio absoluto sobre as características do novo headset, o que é compreensível tendo em conta a natureza competitiva do mercado de realidade virtual.
O que se sabe é que o equipamento deverá ser lançado em conjunto com os novos comandos Roy, que estão a ser desenvolvidos especificamente para este headset. A Valve tem tradição de criar controladores inovadores para os seus dispositivos VR, e espera-se que os Roy tragam melhorias significativas face aos atuais Index Controllers.
O mercado de realidade virtual tem evoluído consideravelmente desde o lançamento do Valve Index em 2019. Dispositivos como o Meta Quest 3 e o PlayStation VR2 estabeleceram novos padrões em termos de resolução, taxa de atualização e facilidade de utilização. A Valve terá de apresentar algo verdadeiramente diferenciador para se destacar.
Mas a realidade virtual não é o único projeto em que a Valve tem estado a trabalhar nos bastidores. Durante o verão, apareceu pela primeira vez no site de benchmarking Geekbench aquilo que parece ser uma nova tentativa da empresa de criar uma consola: o Valve Fremont.
Os dados revelados no Geekbench sugerem um dispositivo equipado com um processador de seis núcleos e 12 threads a funcionar a 3,2 GHz, 8GB de memória DDR5 e uma GPU personalizada AMD RX 7600. São especificações que colocariam o Fremont algures entre uma consola tradicional e um PC gaming de entrada de gama.
Naturalmente, estas especificações podem ainda mudar antes do lançamento oficial. É comum que protótipos passem por várias iterações até chegarem à versão final que será comercializada.
A questão que permanece é se a Valve conseguirá produzir estes dispositivos em quantidade suficiente. A empresa tem histórico de problemas com stock, particularmente nos lançamentos iniciais. O Steam Deck sofreu com isso durante meses após o lançamento.
Com uma produção inicial estimada em meio milhão de unidades para o Deckard, parece que a Valve aprendeu com experiências anteriores e está a preparar-se para uma procura robusta desde o primeiro dia.