Hideaki Itsuno, o aclamado criador por trás de Devil May Cry e Dragon’s Dogma, levanta finalmente o véu sobre o misterioso projeto que o levou a abandonar a Capcom após três décadas. Em entrevista à revista japonesa Famitsu, o diretor revela que o seu novo jogo de ação AAA na LightSpeed Studios pretende ser uma síntese de tudo o que aprendeu ao longo da carreira.
“O meu objetivo é criar um jogo que reúna o melhor de tudo o que fiz até agora”, explica Itsuno, que assumiu a liderança do estúdio japonês da Lightspeed Studios (propriedade da Tencent) em agosto de 2024. A ambição é elevada: combinar os elementos de luta da série Rival Schools, a ação de Devil May Cry e a inteligência artificial inovadora de Dragon’s Dogma.
Apesar de não estar ainda pronto para revelar detalhes concretos sobre o título, Itsuno garante que a influência de Rival Schools não será literal, não se trata de criar um novo jogo de luta versus. Em vez disso, pretende estender naturalmente ideias que já se tinham infiltrado em Devil May Cry anteriormente, nomeadamente os combos elaborados, técnicas variadas e personagens com personalidades intensas e distintas.
“As personagens sempre foram uma parte crucial do meu trabalho, por isso planeio investir muito esforço na criação de personagens”, sublinha o veterano. Esta filosofia não surpreende quem conhece o trabalho de Itsuno, onde protagonistas carismáticos como Dante e sistemas de companheiros de Dragon’s Dogma se tornaram marcas distintivas.
Itsuno destaca ainda um aspeto particularmente encorajador: o projeto foi aprovado essencialmente como o apresentou originalmente, sem alterações significativas impostas pela empresa.
Embora se trate de um projeto AAA destinado ao mercado global, Itsuno promete manter um ciclo de desenvolvimento relativamente compacto. “Não estaremos a olhar para um ciclo de desenvolvimento de cinco ou seis anos”, garante, sugerindo que os fãs não terão de esperar uma década pelo próximo grande trabalho do diretor.
Aos 58 anos, o veterano criador de videojogos vê este projeto como potencialmente a sua “última grande oportunidade” de criar algo verdadeiramente original, livre das pressões de continuar a desenvolver sequelas das suas criações mais conhecidas.