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    O verdadeiro motivo pelo qual a Falcom está a fazer remakes de Trails

    Falcom admite que a série Trails estava a morrer no Japão (e o Ocidente salvou-a)

    A Nihon Falcom anunciou que Trails in the Sky 2nd Chapter, um remake completo em 3D do segundo jogo principal da franquia originalmente lançado em 2006, chegará mundialmente em 2026. Embora a notícia tenha sido recebida com entusiasmo pelos fãs de JRPG, o anúncio levantou inevitavelmente preocupações sobre o progresso da próxima entrada principal da série.

    Durante a reunião de acionistas da Nihon Falcom o presidente Toshihiro Kondo foi questionado sobre a decisão de inserir os remakes de Trails in the Sky antes do próximo jogo do arco Kai no Kiseki. Embora o benefício de atrair novos jogadores seja óbvio, os acionistas perguntaram se esta decisão foi devidamente ponderada contra o risco de perder fãs existentes que têm esperado pela conclusão da história.

    Uma base de jogadores em declínio e uma equipa exausta

    Em resposta, Kondo pediu desculpa pela longa espera e explicou que, com os jogos Kai no Kiseki a serem exclusivos de PlayStation (referindo-se aos lançamentos iniciais no Japão), “ficou claro que a base de jogadores está a diminuir”. Por essa razão, antes de avançar para a conclusão da história, os programadores decidiram saltar para os remakes de Trails in the Sky como forma de aumentar a probabilidade de que jogadores que tinham desistido, ou aqueles que tinham interesse na série mas achavam difícil entrar a meio, regressassem ou começassem a jogar.

    Outro ponto importante que Kondo destaca são os elevados custos de desenvolvimento de Kai no Kiseki e o cansaço da equipa. O presidente já tinha mencionado em ocasiões anteriores que os remakes de Trails in the Sky chegaram como um “descanso” para o staff de desenvolvimento, e reafirmou este ponto de vista na reunião de acionistas: “De um ponto de vista interno, há um desejo de dar à equipa de Trails um descanso, e de aumentar a sua motivação para completar Kai no Kiseki”.

    Este pode ser um bom momento para recordar que a Nihon Falcom tem apenas 69 funcionários a trabalhar em Kai no Kiseki, jogos de Ys e outros títulos. Kondo chegou a mencionar que a empresa precisaria eventualmente de chegar aos 100 funcionários se quisessem lançar mais de dois jogos por ano.

    O mercado ocidental salvou a série

    Num desenvolvimento relacionado, durante a mesma reunião de acionistas, Kondo revelou que Trails in the Sky 1st Chapter, o remake lançado em setembro de 2025, não cumpriu as expectativas no Japão. As vendas ficaram “significativamente aquém das quantidades projetadas” no mercado doméstico.

    No entanto, o presidente explicou que tinham antecipado que estes problemas poderiam surgir, razão pela qual procuraram uma expansão global simultânea: “No estrangeiro, particularmente na América do Norte desta vez, alcançámos as vendas mais altas”.

    Esta dependência crescente do mercado ocidental não é novidade para a Falcom. Em entrevistas anteriores, Kondo já tinha confirmado que as vendas ocidentais agora rotineiramente eclipsam as vendas japonesas dos mesmos jogos. A situação chegou a um ponto em que a Falcom teria estado em apuros se não fosse pelo sucesso encontrado no mercado internacional.

    Kondo concluiu: “Quanto à forma como vamos proceder no futuro, vamos focar-nos principalmente em mercados estrangeiros e estratégias multiplataforma”.

    Trails in the Sky 1st Chapter tornou-se no lançamento de maior sucesso da Nihon Falcom no Steam de sempre, com o maior registo de jogadores simultâneos, ultrapassando até as expectativas dos próprios criadores. O jogo recebeu elogios pela sua jogabilidade e gráficos melhorados, e uma história mais longa e desenvolvida que consegue manter-se fiel à narrativa original.

    Num dos pontos mais surpreendentes da reunião de acionistas, Kondo mencionou que “o impacto da demo no Steam foi enorme”, destacando a importância da plataforma PC para o sucesso do remake.

    Trails in the Sky 2nd Chapter está marcado para lançamento no outono de 2026 para PC (Steam), Nintendo Switch, Nintendo Switch 2 e PlayStation 5. O jogo continuará a história de Estelle Bright enquanto procura Joshua e confronta os Enforcers da Ouroboros, embora a luta se centre no Reino de Liberl, as suas implicações tocam o continente mais amplo de Zemuria.

    Trails in the Sky 2nd Chapter estava a ser desenvolvido em paralelo com o remake do primeiro capítulo, e era apenas uma questão de tempo até ser anunciado. Enquanto houve um intervalo de dois anos entre os lançamentos originais de FC e SC, desta vez, como Kondo notou, queriam “evitar um intervalo tão longo”, anunciando o novo jogo apenas alguns meses após o lançamento oficial de Trails in the Sky 1st Chapter.

    Quanto a remakes adicionais, Kondo já tinha sugerido anteriormente que qualquer coisa além do segundo capítulo (como um remake do terceiro jogo) dependerá provavelmente da “procura dos fãs”. Por agora, a Falcom está focada em completar os remakes de Sky enquanto dá à equipa o descanso necessário antes de retomar o trabalho no arco final de Kai no Kiseki.

    The Legend of Heroes: Trails beyond the Horizon, a mais recente entrada principal da série (conhecida no Japão como Kai no Kiseki), chegará ao Ocidente em janeiro de 2026 em todas as principais plataformas, dando aos fãs pelo menos uma nova aventura enquanto aguardam pelos remakes e pela eventual conclusão da saga.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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