A petição “Stop Killing Games“, ultrapassou a meta de 1,4 milhões de assinaturas apenas dez dias antes do prazo final estabelecido, garantindo assim a legitimidade necessária perante a Iniciativa de Cidadania Europeia. O movimento, que luta pela preservação dos videojogos, conseguiu mobilizar um apoio sem precedentes em toda a Europa.
Este marco significa que mesmo que uma parte considerável das assinaturas seja considerada inválida durante a verificação, a petição mantém números suficientes para ser analisada pelo Parlamento Europeu. As assinaturas continuam a crescer, impulsionadas também por declarações controversas de figuras da indústria dos videojogos.
O que pretende a iniciativa
O movimento “Stop Killing Games” não exige que as editoras mantenham os seus jogos ativos indefinidamente, mas sim que forneçam meios para que os jogadores possam continuar a jogar quando os servidores oficiais forem desativados.
A petição estabelece claramente os seus objetivos: “Esta iniciativa exige que as editoras que vendem ou licenciam videojogos a consumidores na União Europeia deixem esses videojogos num estado funcional (jogável)“.
O texto especifica ainda que se pretende “evitar a desativação remota de videojogos pelas editoras, fornecendo meios razoáveis para continuar o funcionamento desses videojogos sem o envolvimento da editora“.
Importa sublinhar que a iniciativa não procura adquirir a propriedade dos jogos, direitos intelectuais ou de monetização, nem espera que as editoras forneçam recursos para os jogos depois de os descontinuarem.
Podemos ler na iniciativa:
O “Stop Killing Games” é uma iniciativa, de consumidores, que começou a contestar a legalidade da destruição de videojogos que as editoras venderam aos clientes. Um número crescente de videojogos é vendido efetivamente como mercadoria, sem data de validade declarada, mas concebido para ser completamente impossível de jogar assim que o apoio da editora terminar. Esta prática é uma forma de obsolescência programada e não só é prejudicial para os clientes, como também torna a sua preservação efetivamente impossível. Para além disso, a legalidade desta prática ainda não foi testada em muitos países.
Ubisoft no centro da polémica
A questão ganhou ainda mais destaque após declarações do CEO da Ubisoft, Yves Guillemot, que se manifestou contra a iniciativa. O executivo defendeu que os jogos têm um ciclo de vida natural que levará sempre ao seu encerramento, argumentando que a Ubisoft deixa isso claro quando as pessoas compram e começam a jogar os seus títulos.
A empresa francesa tornou-se um símbolo do problema após ter retirado o acesso a jogos como The Crew nos últimos anos, deixando os jogadores impossibilitados de aceder a conteúdo que tinham adquirido.
Próximos passos
Com o objetivo alcançado, a petição “Stop Killing Games” entra agora numa fase de análise, onde os deputados europeus irão rever o conteúdo e determinar os próximos passos. Este é apenas o início de um processo que poderá ainda demorar vários meses até chegar a uma resolução definitiva.
A iniciativa representa um momento histórico na luta pela preservação digital e pelos direitos dos consumidores no mundo dos videojogos, podendo estabelecer precedentes importantes para a indústria a nível mundial.
Ótimo, que continue a aumentar pois muitas destas assinaturas não são válidas por terem sido feitas por Bots, estarem incorretas ou por serem repetidas.