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    Resident Evil Requiem: dois jogos num só, segundo o diretor

    As secções de Leon e Grace prometem experiências radicalmente diferentes, como "saltar para um banho frio depois de uma sauna quente"

    Leon Kennedy confirmado em Resident Evil Requiem (1)

    O segredo mais mal guardado de 2025 finalmente caiu durante os The Game Awards 2025, Leon S. Kennedy está de volta em Resident Evil Requiem. Mas não é apenas mais um regresso nostálgico. Numa entrevista à Automaton, o diretor Akifumi Nakanishi revelou como o jogo vai alternar entre duas formas completamente distintas de jogar, criando algo que ele descreve como “quase ter dois jogos com tipos de tensão completamente diferentes misturados”.

    A Capcom manteve Leon escondido durante meses de campanha promocional, focando-se na nova protagonista Grace Ashcroft. Agora sabemos porquê, a estrutura narrativa do jogo depende do contraste radical entre as duas personagens.

    Uma divisão quase perfeita

    Nakanishi confirmou que “em termos de jogabilidade, as secções jogáveis de Grace e Leon estão divididas quase equitativamente”, comparando a estrutura a Resident Evil Revelations. Mas ao contrário de jogos anteriores onde as mudanças de protagonista serviam apenas para variar cenários, aqui a alternância tem um propósito muito específico.

    Grace representa o survival horror clássico da série, recursos escassos, furtividade, tensão constante. É “a maior medricas da história de Resident Evil”, nas palavras do diretor. Leon, por outro lado, traz consigo a ação adrenalínica que o tornou icónico em Resident Evil 4. Artes marciais, movimentos corpo a corpo, e um Porsche Cayenne Turbo GT personalizado (sim, a sério).

    “Leon não é adequado para horror”, explicou Nakanishi, “Como secções tranquilas onde te encolhes perante monstros não se adequam a ele, os seus capítulos focam-se em ação intensa que bombeia adrenalina”. As secções de Grace, pelo contrário, são as mais assustadoras, “Estamos realmente a enfatizar a diferença nas suas experiências desta vez”.

    A metáfora que o diretor usou para descrever a experiência é particularmente visual. Os jogadores vão sentir-se como se estivessem “a saltar para um banho frio depois de estar sentado numa sauna quente”, disse Nakanishi entre risos.

    A equipa inicialmente preocupou-se que os jogadores não conseguissem acompanhar as mudanças bruscas de ritmo. Mas acabaram por concluir que “o contraste dá ao jogo um ritmo único”. Leon funciona como um alívio de tensão, um momento onde os jogadores se podem sentir seguros, antes de voltarem para as secções aterrorizantes de Grace.

    “Se o jogo inteiro fosse Grace, seria extremamente assustador”, admitiu o diretor, “Neste sentido, as secções de Leon servem para libertar a tensão. Sentes-te seguro durante os capítulos de Leon e depois assustado novamente durante os de Grace. É uma estrutura de horror conscientemente desenhada”.

    Um Leon mais velho e cansado

    Esta é a primeira vez que Leon regressa como protagonista principal desde Resident Evil 6, em 2012. E passa-se em 2026, dentro do universo do jogo. A equipa de desenvolvimento fez uma pergunta fundamental: como seria Leon neste ano? Apesar de continuar a lutar para salvar pessoas, o bioterrorismo nunca desaparece. Que estado de espírito alcançou agora? O que pode fazer com as suas capacidades de combate experientes?

    A resposta veio na forma de um “ikeoji”, termo japonês para um “tipo mais velho fixe e atraente”. Nakanishi revelou que os designers trabalharam arduamente neste aspeto, e que há muitos fãs de Leon dentro da própria Capcom. O produtor Masato Kumazawa acrescentou, “Há imensos fãs de Leon dentro da empresa, afinal de contas”.

    Este também é o primeiro regresso de Leon a Raccoon City desde Resident Evil 2. Ver como ele reage ao “lugar onde tudo começou” agora que é mais velho é outro ponto de interesse importante, segundo Nakanishi. A batalha desta vez “provavelmente vai empurrar Leon aos seus limites mais do que nunca”, numa parte crucial da experiência.

    O mistério do Porsche

    Uma das imagens mais marcantes do trailer dos Game Awards foi Leon a conduzir um Porsche Cayenne Turbo GT. Kumazawa explicou que estavam à procura de um carro que se adequasse a Leon, e felizmente a Porsche concordou gentilmente, o que levou a uma colaboração completa. Fizeram dele o carro pessoal de Leon, um Cayenne Turbo GT construído à medida para se adequar ao mundo do jogo, “É um carro único no seu género”.

    Quando questionados sobre o destino do veículo, tendo em conta que a série tem uma tendência para destruir meios de transporte, Kumazawa riu-se: “Normalmente são os helicópteros que são destruídos”.

    Resident Evil Requiem vai ser lançado dia 27 de fevereiro de 2026 para PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch 2 e PC.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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