
As edições standard e digital deluxe de Saros foram classificadas em Taiwan. Ambas as versões receberam a classificação PG-15, com referências a violência e tiroteios. A aparição destas classificações a apenas três dias dos Game Awards 2025 não parece ser coincidência, levando muitos a especular que o anúncio de pré-encomendas pode acontecer durante a cerimónia de quinta-feira, 11 de dezembro.
O timing é estratégico. Saros tem data de lançamento marcada para 20 de março de 2026, o que significa que faltam apenas três meses. Para jogos AAA desta dimensão, é comum as pré-encomendas abrirem entre três a quatro meses antes do lançamento, e a proximidade dos Game Awards 2025 oferece o palco perfeito para um anúncio de alto impacto.
O jogo da Housemarque é dos títulos mais aguardados de 2026. Trata-se do sucessor espiritual de Returnal, um dos exclusivos mais aclamados da PlayStation 5 quando foi lançado em 2021. Saros mantém a base de third-person shooter com elementos roguelike, mas introduz mudanças significativas que pretendem tornar a experiência mais acessível sem perder a intensidade.
A grande diferença está na progressão permanente. Ao contrário de Returnal, onde cada morte te devolvia praticamente ao ponto de partida, Saros permite guardar recursos e melhorias permanentes entre mortes. Como explicou a Housemarque no site oficial: “Uma distinção chave de gameplay entre SAROS e Returnal são os recursos permanentes e progressão que fazem cada morte valiosa. Depois de cada morte vais enfrentar um mundo alterado, mas em SAROS vais poder escolher e melhorar permanentemente o teu loadout de um conjunto evolutivo de armas e peças de fato para ‘voltares mais forte'”.
Esta abordagem pretende manter a dificuldade característica dos jogos Housemarque, mas sem a frustração de perder horas de progresso numa única morte. É uma resposta direta ao feedback de jogadores que adoraram Returnal mas acharam o loop demasiado punitivo.

A história passa-se em Carcosa, um planeta que abriga uma colónia perdida e está preso numa eclipse permanente. O protagonista é Arjun Devraj, um Soltari Enforcer interpretado por Rahul Kohli, conhecido pelas séries Midnight Mass e The Haunting of Bly Manor. A Housemarque descreveu o desempenho de Kohli como “fundamentado” e “poderoso”, prometendo uma história focada no estudo de personagem.
O gameplay mostrado até agora sugere uma experiência mais agressiva que Returnal. Arjun usa um fato de combate avançado Soltari que lhe dá habilidades aumentadas, incluindo um escudo que pode absorver energia de projéteis inimigos e transformar o seu braço direito em Carcosan Power Weapons. É uma mecânica que encoraja jogadores a avançarem em vez de se esconderem.
O arsenal combina armamento humano Soltari com tecnologia alienígena Carcosan. No deep dive do State of Play de setembro, vimos a Phosphorous Shotgun Soltari, uma arma capaz de derreter inimigos. Cada corrida permite escolher o loadout desde o início, misturando diferentes tipos de armamento conforme o estilo de jogo preferido.
O desenvolvimento de Saros começou em 2022, logo após a aquisição da Housemarque pela Sony. Segundo o CEO Ilari Kuittinen, o orçamento do jogo ronda os 70 milhões de euros, comparável ao de Alan Wake 2 da Remedy Entertainment. É o projeto mais ambicioso da história do estúdio.
Kuittinen foi direto ao afirmar que Saros não teria sido possível sem a aquisição pela Sony. Como estúdio independente, a Housemarque não conseguiria investir esta quantia: “Não podias ter feito tais investimentos como um estúdio independente”, disse, recordando os tempos difíceis em que a cada viagem de vendas se perguntavam se seria a última da empresa.
O orçamento de 70 milhões de euros faz de Saros a produção cultural mais cara alguma vez criada na Finlândia. É uma quantia considerável, mas modesta comparada com os padrões atuais da indústria AAA, onde alguns títulos ultrapassam os 300 milhões de dólares. A Housemarque está a receber suporte adicional da Nixxes Software em elementos de arte e gameplay, e da PlayStation Studios Creative Arts no design de som.
Visualmente, espera-se que Saros esteja ao nível de Returnal, que foi um dos jogos graficamente mais impressionantes da PS5 no seu lançamento. O jogo vai ter melhorias específicas para PS5 Pro, embora os detalhes exatos ainda não tenham sido revelados. Na PS5 standard, o jogo corre a 60 fps com resoluções internas entre 1080p e 1152p, priorizando performance fluida sobre resolução máxima.
A versão Pro deverá oferecer melhor qualidade de imagem através de upscaling PSSR e resoluções internas mais elevadas. Podem também incluir funcionalidades de ray tracing, tal como aconteceu com a versão PC de Returnal que foi lançada dois anos após a estreia na PS5.
Quanto às edições, ainda não se sabe o que a Digital Deluxe incluirá. Nos últimos anos, as edições deluxe da Sony têm abandonado o modelo de season pass e passaram a incluir extras como skins adicionais, armas exclusivas e tokens de upgrade. É provável que a edição deluxe de Saros siga esta fórmula, oferecendo fatos alternativos para Arjun e talvez alguns upgrades iniciais.
O preço base deverá rondar os 69,99 dólares, seguindo o padrão atual para jogos first-party da PlayStation. A edição deluxe provavelmente ficará entre os 79,99 e os 89,99 dólares, dependendo do conteúdo extra incluído.
O mês de março de 2026 está particularmente carregado. Para além de Saros, chega também 007 First Light e Crimson Desert na mesma janela temporal. Há ainda rumores persistentes sobre um remake de Assassin’s Creed 4: Black Flag da Ubisoft que pode estrear nesse período. Para a Housemarque, a competição será feroz.
A Housemarque tem uma história longa com a PlayStation. Antes de ser adquirida em junho de 2021, o estúdio finlandês já tinha desenvolvido títulos como Resogun, Alienation e Matterfall exclusivamente para plataformas Sony. Returnal foi o primeiro grande projeto AAA do estúdio, e o sucesso crítico abriu portas para este projeto ainda mais ambicioso.
A Housemarque também deixou claro que quer continuar a fazer jogos single-player “enquanto as pessoas os estiverem a comprar”. Numa indústria cada vez mais obcecada com live service e multiplayer, a declaração é refrescante. Returnal vendeu bem o suficiente para justificar este investimento maior em Saros, e o estúdio espera que o público responda da mesma forma.









