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    Shigeru Miyamoto pronuncia-se sobre a violência nos videojogos

    Shigeru Miyamoto, o carismático e influente criador das séries Super Mario e The Legend of Zelda, recentemente foi entrevistado pelo jornal The New Yorker. Além de comentar sobre vários aspetos da sua vida, uma das questões mais interessantes, foi a sua visão quanto a jogos violentos.

    Como todos sabemos as suas séries são conhecidas também pelos seus temas e Miyamoto ao longo de toda a sua carreira sempre enveredou por ambientes amáveis, divertidos e coloridos. Este relatou que o seu apelo à antiviolência não partiu logo nos seus anos iniciais, mas sim com a popularização de jogos em primeira pessoa como Doom ou Quake, títulos que se celebrizaram em meados dos anos 90. Na sua casa, ou seja, na Nintendo 64, o simpático criador de Mario também não ficou agradado com o agente James Bond, assassinar indivíduos no jogo 007 GoldenEye.

    Miyamoto comentou na entrevista o seguinte:

    “Como seres humanos, temos muitas formas de experienciar diversão. Idealmente, os criadores de jogos deveriam explorar este efeito de todas as formas. Penso ser um fator negativo que existam estúdios que se focam apenas nesta simples mecânica, e não é ideal a criação de jogos de tiros em primeira pessoa só porque vendem bem. Seria incrível se mais criadores encontrassem novas formas de projetar diversão nos seus jogadores. Também resisto à ideia de que é certo apenas matar todos os monstros. Até os monstros têm motivações para atuarem, e é algo em que penso quando crio os meus projetos. Seria excelente se mais criadores tomassem uma via mais ampla, ao invés de mostrarem sempre a cena do ângulo mais óbvio. A ideia também por detrás desta reformulação seria fazer com que as pessoas fossem mais atenciosas e gentis umas com as outras, de forma a desencorajar o egoísmo e apoiar um crescimento emocional dentro e fora da indústria dos videojogos.

    Com base neste paragrafo, faz sentido como a Nintendo, sempre procurou demonstrar uma abordagem diferente num género. Jogos como Splatoon, onde o foco não é matar o adversário, mas sim de pintar um cenário, ou Super Smash Bros. onde o vencedor derruba o seu oponente sem esgotar a sua força vital, mas sim evitar que permaneça numa plataforma num campo de batalha. É louvável o esforço que a Nintendo faz nesta industria para mostrar um lado B da mesma.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    King of Lies #DR10Y
    King of Lies #DR10Y
    24 , Dezembro , 2020 3:52

    Só não deixa o Miyamoto saber de certas fanarts que os entusiastas da Nintendo fazem por aí (cof-cof Isabelle de Animal Crossing com o Doom Slayer).

    madmonkey mcknight
    madmonkey mcknight
    24 , Dezembro , 2020 3:52

    Acho interessante a perspetiva do Miyamoto. Não sou contra jogos violentos, mas gosto da ideia dele de tornar qualquer tipo de jogo mais apelativo e colorido sem deixar de lado o seu conceito base.

    Caioviski_
    Caioviski_
    28 , Dezembro , 2020 2:37

    Shigeru Miyamoto como sempre mito. Gostei bastante dessas perspectiva e dos argumentos que ele coloca na indústria dos jogos. Não sou contra a jogos violentos, mas gostei dos argumentos deles, Miyamoto como sempre mitando.

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