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    Xbox está a repetir os erros que levaram a SEGA a abandonar as consolas

    Trajetória da Microsoft espelha o declínio da gigante japonesa dos anos 90

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    A história parece estar a repetir-se na indústria dos videojogos. A Microsoft e a sua marca Xbox seguem um caminho perigosamente semelhante ao que a SEGA percorreu nos anos 90, terminando com a saída definitiva do mercado de consolas. As semelhanças entre ambas as empresas vão muito além de meras coincidências e levantam questões sobre o futuro da Xbox.

    Quando a Microsoft entrou no mercado das consolas com a Xbox original em 2001, ocupou um espaço deixado vazio pela SEGA, que tinha abandonado o desenvolvimento de hardware após o fracasso da Dreamcast. A primeira Xbox teve dificuldades em competir com a PlayStation 2, especialmente no Japão e na Europa, onde a consola da Sony dominava. Apesar de ter vendido 1,5 milhões de unidades na América do Norte no lançamento, a Xbox era cara de produzir e a Microsoft acabou por ter prejuízos.

    Esta entrada difícil espelha os primeiros passos da SEGA no mercado. A empresa japonesa lançou a SG-1000 em 1983, no mesmo dia que a Nintendo apresentou a Family Computer, mas essa consola nunca teve verdadeiro sucesso internacional. Dois anos depois surgiu a Master System, que se saiu melhor mas ficou longe de ameaçar o domínio da Nintendo.

    O verdadeiro triunfo de ambas as empresas chegou com as suas segundas gerações bem-sucedidas. A SEGA encontrou o seu momento de glória com a Mega Drive, conhecida como Genesis nos Estados Unidos. A consola não só rivalizou com a Super Nintendo como apresentou Sonic the Hedgehog, que se tornou num rival direto de Mario. Durante algum tempo, parecia que a SEGA poderia ultrapassar a Nintendo e tornar-se a força dominante no sector.

    A Microsoft viveu momento semelhante com a Xbox 360, lançada um ano antes da PS3 e da Wii. Enquanto a Wii conquistava o público casual e a PS3 enfrentava problemas com a sua arquitetura complicada, a Xbox 360 tornou-se a melhor plataforma para jogar títulos como Dead Space e Grand Theft Auto IV. A empresa conseguiu até atrair programadores japoneses, incluindo Final Fantasy XIII na sua biblioteca, e ofereceu uma plataforma para indies através do Xbox Live Arcade.

    Os problemas começaram precisamente quando ambas as empresas estavam no auge. A SEGA tornou-se excessivamente ambiciosa após o sucesso da Genesis. O SEGA CD e o 32X, ambos periféricos para a Genesis, foram autênticos fracassos comerciais. A Game Gear tentou competir com o Game Boy mas sofreu com a fraca duração da bateria. A SEGA Saturn, que deveria recuperar o sucesso da Genesis, tinha uma arquitetura demasiado complexa e surgiu precisamente quando a Sony entrou no mercado com a PlayStation.

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    A Microsoft cometeu erros igualmente graves. A Xbox 360 revelou problemas de fabrico que resultaram numa taxa de falhas anormalmente elevada, conhecida como “red ring of death”. No final do ciclo de vida da consola, a empresa apostou fortemente no acessório Kinect, afastando-se do foco nos jogos.

    O anúncio da Xbox One foi desastroso. A Microsoft declarou que todos os jogos, físicos ou digitais, ficariam ligados à conta do utilizador, numa tentativa de controlar o mercado de usados. A Sony respondeu com um vídeo simples mostrando uma pessoa a passar um jogo para outra. A Xbox One foi também promovida como uma consola multimédia em vez de uma máquina dedicada aos jogos. Embora a Microsoft tenha recuado nestas decisões, o dano estava feito. A PS4 vendeu mais do dobro da Xbox One, e até a PS3 acabou por ultrapassar a Xbox 360 em vendas totais.

    A Dreamcast foi a última tentativa da SEGA para corrigir os seus erros. Lançada em 1999, a consola estava à frente do seu tempo, especialmente no foco ao jogo online, e tinha jogos de qualidade como Sonic Adventure e Quake III Arena. Mas não foi suficiente para recuperar dos danos causados pelos periféricos da Genesis e pela Saturn. O lançamento da PS2 meses depois selou o destino da consola, e a SEGA abandonou definitivamente o mercado de hardware para se focar apenas no desenvolvimento de jogos.

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    A Xbox parece dirigir-se para o mesmo destino. Surgiram relatos de que a produção de hardware Xbox terá sido interrompida, embora a Microsoft os tenha negado. Os aumentos de preço do Game Pass e as fracas vendas de consolas mostram que a empresa enfrenta dificuldades sérias. A diferença é que a SEGA deixou um legado positivo, a Dreamcast tornou-se numa consola de culto apreciada por muitos jogadores. As decisões da Microsoft durante a era Xbox Series X/S diminuíram muito da boa vontade que os jogadores tinham pela marca.

    Resta saber se a futura consola portátil da Xbox conseguirá inverter esta tendência, mas os sinais não são animadores.

    SourceCBR
    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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