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    10 mangás perturbadores que precisam urgentemente de uma adaptação

    2025 provou que o público está preparado para histórias que não têm medo de ir aos extremos. Chainsaw Man arrasou nas bilheteiras e nas audiências, enquanto títulos menos conhecidos como Takopi’s Original Sin encontraram o seu nicho de fãs dedicados. O padrão está estabelecido: existe mercado para narrativas sombrias e perturbadoras.

    10
    Fire Punch

    Tatsuki Fujimoto está no seu melhor momento. Chainsaw Man tornou-se fenómeno global, Look Back emocionou audiências em todo o mundo, e agora os fãs perguntam-se quando é que o primeiro trabalho serializado do autor vai receber tratamento semelhante.

    Fire Punch é brutalidade pura. Num mundo congelado pós-apocalíptico, Agni possui regeneração que devia ser uma bênção mas torna-se maldição quando fica coberto de chamas inextinguíveis. A dor é constante, a vingança é o único objetivo, e a narrativa não hesita em mostrar os horrores que daí resultam.

    O CEO da MAPPA já expressou interesse em adaptar todas as obras de Fujimoto. O problema? Fire Punch é ainda mais extremo que Chainsaw Man. Desmembramento, canibalismo, temas tabu, tudo está lá. Poucos estúdios teriam coragem de produzir isto tal como foi concebido originalmente.

    9
    Blood on the Tracks

    Blood on the Tracks vol 13 cover (1)

    Shuzo Oshimi especializou-se em criar desconforto. The Flowers of Evil e Happiness já o provaram, mas Blood on the Tracks pode ser o seu trabalho mais assustador.

    A premissa parece simples, Seiichi é um estudante normal com uma mãe superprotetora. Após um incidente numa caminhada, essa relação muda. Seiko começa a mostrar quem realmente é, e o filho fica preso numa situação cada vez mais claustrofóbica.

    O horror aqui não é sobrenatural. É visceralmente real. Oshimi disseca o amor materno tóxico com uma precisão cirúrgica que deixa os leitores genuinamente perturbados. A obra vendeu mais de 2.3 milhões de cópias entre 2017 e 2023, provando que há público para este tipo de narrativa psicológica.

    O estilo visual alterna entre celestial e opressivo conforme o estado mental de Seiichi muda. Cada revelação sobre o comportamento da mãe funciona como um soco no estômago.

    8
    Goodnight Punpun

    Oyasumi_Punpun_pela_JBC

    Inio Asano criou algo único com Goodnight Punpun. O protagonista é literalmente desenhado como um pássaro rabiscado, enquanto tudo à sua volta é hiper-realista e fotograficamente detalhado. Ele não fala, apenas emite onomatopeias simples.

    Esta história de amadurecimento é devastadora. Asano funde experimentação absurdista com a escuridão esmagadora da vida quotidiana, criando um dos contos de adolescência mais inesquecíveis alguma vez escritos.

    Mas há um problema gigante, como adaptar isto? O estilo artístico está demasiado enraizado no meio original. A forma como Punpun é representado visualmente é essencial à narrativa. Qualquer adaptação teria de resolver este puzzle técnico enquanto mantém a integridade emocional da obra.

    Poucos estúdios teriam coragem de tentar. Mas se alguém conseguisse, o resultado seria revolucionário.

    7
    Billy Bat

    Billy Bat vol 11 cover

    Naoki Urasawa é lendário. Monster e 20th Century Boys já o provaram. Billy Bat, criado com Takashi Nagasaki, pode não ser o seu trabalho mais conhecido, mas merece estar ao mesmo nível.

    Kevin Yamagata é um artista de banda desenhada nipónico-americano que descobre que a sua criação, Billy Bat, pode ter origens no Japão. A busca pela verdade leva-o por conspirações, assassinatos e profecias que atravessam décadas.

    Como todas as obras de Urasawa, isto é um slow-burn magistral. A narrativa combina eventos históricos reais com ficção numa teia complexa que explora criatividade, influência cultural e o poder das histórias para moldar a realidade.

    O mangá terminou em 2016 e permanece criminalmente subvalorizado fora do Japão. Uma adaptação ao nível de Monster seria perfeita para corrigir essa injustiça.

    6
    Homunculus

    Homunculus vol 1 cover

    Nakoshi tem 34 anos e vive no carro. Quando até isso lhe é tirado, aceita participar numa experiência médica bizarra, um estudante excêntrico vai perfurar um buraco no seu crânio em troca de dinheiro rápido.

    O resultado? Nakoshi ganha a habilidade de ver os “homúnculos” das pessoas, manifestações físicas dos seus demónios interiores, distorções grotescas que revelam traumas e inseguranças escondidas.

    Hideo Yamamoto não tem pudor. Homunculus mergulha na pseudociência, na feiura da psique humana e na autodestruição com uma intensidade nauseante. As visualizações são repugnantes mas impossíveis de ignorar.

    Já existe uma versão live-action dececionante. Os fãs concordam que funcionaria muito melhor como anime, desde que mantivesse intacto o núcleo perturbador do original. As imagens estáticas do mangá ganhariam nova vida em sequências animadas verdadeiramente nauseantes.

    5
    MPD Psycho

    MPD Psycho vol 1 cover

    Yousuke Kobayashi é detetive. Também sofre de perturbação dissociativa de identidade. À medida que investiga assassinos em série particularmente horríveis, personalidades extremas tomam controlo, e a narrativa espirala para território cada vez mais insano.

    Multiple Personality Detective Psycho mistura ficção científica com horror psicológico e thriller policial. Clonagem, manipulação genética, cultos bizarros, está tudo presente numa teia narrativa que mantém os leitores constantemente a adivinhar.

    O estilo artístico é limpo mas evocativo. As reviravoltas são constantes e alucinantes. A série terminou em 2016 após quase duas décadas, mas permanece uma obra singular no género.

    Uma adaptação para anime reviveria o interesse nesta curiosidade sombria que nunca teve medo de ir aos extremos visuais e narrativos.

    4
    After God

    After God vol 10 cover

    Japão distópico. Criaturas colossais chamadas “Deuses” invadiram e transformaram cidades inteiras em zonas mortais. Tokinaga, investigador Anti-Deus, junta-se à misteriosa Waka para derrubar esta era.

    After God começou a ser publicado em 2021 e destacou-se imediatamente. O estilo artístico é deslumbrante, composições que parecem pinturas, detalhes microscópicos, design de personagens que equilibra realismo com fantasia.

    Mas não é só visual. A história é catártica e imprevisível, desafiando constantemente as expectativas. A mitologia dos Deuses revela-se muito mais complexa do que parece inicialmente, e o papel de Waka nesse mundo é um mistério que se desdobra gradualmente.

    Isto tem todos os ingredientes para se tornar sensação quando for adaptado. Especialmente se o estúdio conseguir capturar a escala épica das criaturas e a tensão constante das zonas contaminadas.

    3
    Choujin X

    Choujin X vol 13 cover (1)

    Sui Ishida criou Tokyo Ghoul. Toda a gente conhece Tokyo Ghoul. Mas Choujin X pode ser ainda melhor.

    Azuma e Tokio são melhores amigos com personalidades opostas. Um encontro com os Choujins, super-humanos sobrenaturais, muda tudo irreversivelmente. Tokio transforma-se num Choujin abutre enquanto lida com as próprias inseguranças e a dinâmica de poder alterada na amizade.

    Além da ação visceral, isto é estudo de personagem. Ishida explora inadequação, transformação e o peso das expectativas com uma maturidade surpreendente. A escrita por vezes até supera Tokyo Ghoul nos seus melhores momentos.

    O problema? A adaptação de Tokyo Ghoul foi desastrosa, especialmente a segunda temporada. Ishida está aberto a adaptar Choujin X, mas os fãs têm medo que a história se repita. Precisam de um estúdio que respeite o material e lhe dê o tempo necessário.

    2
    Dai Dark

    Dai Dark vol 1 cover (1)

    Q Hayashida criou Dorohedoro. Se conheces Dorohedoro, sabes o que esperar: insanidade exagerada, violência gráfica, humor negro absurdo.

    Dai Dark é isso mas no espaço. Zaha Sanko é um adolescente alien cujos ossos supostamente concedem desejos. Resultado? Toda a gente no cosmos quer matá-lo e roubar-lhe o esqueleto.

    Sanko vive em fuga com companheiros excêntricos, viajando por planetas estranhos e enfrentando caçadores de recompensas, cultos religiosos e criaturas bizarras. O tom é maluco mas a história gradualmente evolui para algo genuinamente envolvente.

    Dorohedoro funcionou perfeitamente em anime com o tratamento híbrido 2D/3D da MAPPA. Dai Dark seguiria o mesmo caminho sem problemas.

    1
    Ultra Heaven

    Sociedade futurista. Drogas legalizadas e regulamentadas pelo governo. Kabu é viciado com tolerância absurdamente alta, sempre à procura de emoções mais intensas.

    Então experimenta Ultra Heaven, substância ilegal que o atira para um mundo psicodélico onde realidade, sonhos e pesadelos se fundem. As viagens mentais tornam-se progressivamente mais complexas, questionando a própria natureza da consciência.

    Narrativamente e artisticamente, isto é único. Layouts experimentais, uso ousado de cor e espaço negativo, páginas que parecem instalações de arte em vez de narrativa sequencial tradicional.

    O problema? Ultra Heaven começou a ser publicado em 2001, lançou três volumes, e entrou em hiato há mais de uma década. A história está permanentemente inacabada. As hipóteses de adaptação são quase nulas.

    Mas se alguém assumisse o risco, o resultado seria revolucionário. Infelizmente, a natureza inacabada e o conteúdo extremamente experimental tornam o projeto comercialmente impossível de justificar.

    SourceCBR
    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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