Ala dos Livros lança Elise e os novos Partisans

Elise e os novos Partisans capa Ala dos Livros

A Ala dos Livros lançou Elise e os novos Partisans por Dominique Grange e Jacques Tardi. Podem comprar aqui com desconto.

No liceu, em Lyon, Elise é uma aluna como todas as outras. O encontro com uma professora de filosofia vai, no entanto, mudar-lhe a vida pois cada aula é um momento apaixonante onde ouve, pela primeira vez, falar de assuntos que lhe são estranhos: a colonização, a escravatura, a luta de classes, o marxismo…

Quando em 1958 Elise chega a Paris, oriunda de Lyon, para se lançar no mundo da música e do espectáculo, a Guerra pela independência da Argélia dura há já 4 anos.  E ao mesmo tempo que Elise descobre os bairros da lata de Nanterre onde, mantidos à distância, os trabalhadores argelinos (entre outros) permanecem invisíveis, as manifestações contra a guerra e a chegada de De Gaulle ao poder multiplicam-se nas ruas de Paris, antecedendo o movimento de Maio de 68.

Com desenho de Jacques Tardi – mestre incontestável da reconstrução histórica e da crítica social – e argumento da cantora Dominique Grange – sua companheira de há muitos anos – ELISE OS NOVOS PARTISANS conta-nos o trajecto de Elise, uma jovem cantora que acaba por virar as costas ao mundo do espectáculo para se juntar aos grupos que, na época, lutam contra a exploração dos trabalhadores, a injustiça social e o racismo. Um percurso pessoal atípico que é, em simultâneo, um relato de uma época de crucial importância para a história de França e da Europa do século XX.

ELISE E OS NOVOS PARTISANS

  • Argumento: Dominique Grange
  • Desenho: Jacques Tardi
  • 176 páginas. Preto e Branco
  • Capa dura. 235 x 310 mm
  • PVP: 29,90 €
  • ISBN: 978-989-9108-25-7

Dominique Grange nasceu em 1940 em Aix-les-Bains, França e, para além de militante política, é autora-compositora-intérprete e tradutora de banda desenhada.

Em 1958, com 18 anos, desloca-se de Lyon para Paris onde prossegue os seus estudos na Escola Superior de Intérpretes da Sorbonne e frequenta cursos de Arte Dramática, iniciando uma carreira como comediante. A sua participação no movimento de Maio de 1968 leva-a no entanto a abandonar a música tradicional e a representação, trocando-as pela canção contestatária. Escreverá canções que se tornarão importantes hinos militantes, como é o caso de « Les Nouveaux Partisans » ou « À bas l’État policier».

Em 2021 Dominique Grange assina o argumento da novela gráfica “Elise e Os Novos Partisans”, desenhada pelo seu esposo Jacques Tardi, na qual conta o percurso de uma jovem “politicamente comprometida” que é, em grande parte, inspirado na sua própria vida.

“Elise e os Novos Partisans”, serviu de base ao documentário cinematográfico “Não Apaguem os Nossos Rastos”, que tem a assinatura do português Pedro Fidalgo.

Nascido em Valence, França, em 1946, Jacques Tardi estudou na Academia de Belas Artes de Lyon e na Escola Superior de Artes Decorativas de Paris antes de, em 1969, publicar a sua primeira história de banda desenhada na mítica revista Pilote: trata-se de “Un Cheval en Hiver”, história de 6 páginas cujo argumento é assinado por Jean Giraud. Depois de outras colaborações, nomeadamente com Serge de Beketch, a sua primeira história “em continuação” surge em 1971: trata-se de uma história de ficção política, “Rumeur sur le Rouergue”, cujo argumento tem a assinatura de Pierre Christin. No ano seguinte, com argumento próprio, surge “Adieu Brindavoine”, história onde já se denota o estilo que caracterizará a sua obra futura e a sua paixão pela Primeira Guerra Mundial. Em 1974 é publicada, pela editora Darguad e directamente em álbum, a BD “O Demónio dos Gelos” (novamente com argumento de Christin). No mesmo ano surge ainda, na Futuropolis, “La veritable histoire du Soldad Inconnu” e em 1975, a história “Un épisode banal de la guérre des tranchées”, inicialmente rejeitada pela Dargaud, é publicada como suplemento no jornal Libération.

Em 1976 a editora Casterman publicou o primeiro livro daquela que viria a tornar-se, em França, a sua série mais popular: “Adéle Blanc-Sec”, uma homenagem aos folhetins do princípio do século XX. Esta série, que tem como particularidade o facto de a protagonista principal ser uma mulher, conta neste momento com um total de 10 álbuns e teve, em 2010, uma adaptação ao cinema efectuada por Luc Besson.

Vencedor do Grande Prêmio da cidade de Angoulême em 1985 e do Prêmio Saint-Michel, em 1977 e 1979, Tardi recebeu várias outras distinções, incluindo três outros prêmios no Festival de BD de Angoulême, dois prémios Max e Moritz (Alemanha), dois Eisner Awards (Estados Unidos) e um Einhard-Preis (Alemanha).

Para além disso, Tardi foi ainda distinguido pelo governo francês com a Ordem de Cavaleiro das Artes e das Letras.

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