A Ala dos Livros vai dia 28 de março publicar em Portugal a adaptação para banda desenhada de um romance marcante da literatura contemporânea, A Estrada, de Manu Larcenet, adaptado da obra homónima de Cormac McCarthy. Já em pré-venda no site da editora.
Entre os sobreviventes de um mundo pós-apocalíptico devastado, coberto de cinzas e de cadáveres, um pai e o seu filho deambulam por uma estrada, empurrando um carrinho de compras cheio de objectos diversos que, supostamente, os ajudarão ao longo da sua viagem. Sob a chuva, a neve e expostos ao frio, avançam rumo às costas do Sul, com o medo colado ao estômago: hordas de canibais selvagens que vagueiam pelo território aterrorizam o que resta da humanidade.
Conseguirão eles sobreviver e chegar ao seu destino?
A obra “A ESTRADA”, da autoria de Cormac McCarthy, venceu o prémio Pulitzer em 2007, sendo considerado pela crítica como uma “obra-prima moderna”.
SOBRE OS AUTORES
Manu Larcenet
Desenhador (também argumentista e colorista), considerado por muitos uma das figuras chave da Nova Banda Desenhada Francesa, Manu Larcenet nasceu em 1969 em Issy-les-Moulineaux, França.
Em termos profissionais, Larcenet iniciou a sua actividade em 1994 nas páginas da revista Fluide Glacial, tendo o seu primeiro álbum sido publicado dois anos mais tarde, através da editora Audie. Colabora depois com a revista semanal Spirou e em 1997 funda, com Nicolas Lebedel, a editora Les Rêveurs de Runes, na qual edita os seus próprios projectos. Colabora, em 2000, com Lewis Trondheim na sua célebre saga Donjon, desenhando vários álbuns. Nesse mesmo ano inicia a publicação na Dargaud, produzindo para a colecção Poisson Pilote álbuns como Les Entremondes (2000), que assina com o seu irmão Patrice Larcenet, Os Cosmonautas do Futuro (2001, com argumento de Trondheim), Le Temps de Chien (2002), Le Retour a la Terre (2002, com argumento de Jean-Yves Ferri), La légende de Robin des Bois (2003), e Nic Oumouk (2005-2007). A publicação de Combate Quotidiano ocorre entre 2003 e 2008 e o primeiro tomo desta série valeu-lhe o prémio do melhor álbum no Festival de Angoulême em 2004.
Entre 2008 e 2014, trabalha em Blast (2009-2014, Dargaud) , quatro álbuns densos e fascinantes. Em 2012 ilustra o romance de Daniel Pennac “Diário de Um Corpo”, inicialmente publicado pela editora francesa Futuropolis, mas é em 2015 que se lança pela primeira vez na adaptação de uma obra literária: trata-se de O Relatório de Brodeck, um romance de Philippe Claudel.
Depois de Thérapie de groupe (Dargaud, 2020), A ESTRADA (Dargaud, 2024) é a sua última obra.
Cormac McCarthy
Após quatro anos passados no exército americano, Cormac McCarthy (1933-2023) assume pequenos trabalhos para viver, mas decide muito rapidamente dedicar-se por inteiro à escrita. A partir da década de 1960, publica os seus primeiros romances. Consegue um primeiro reconhecimento da crítica com “Filho de Deus” (1973). “Meridiano de Sangue” (1985) é também bem acolhido, mas o verdadeiro sucesso chega com “Cavalos tão lindos” (1992). No início da década de 2000, “Este país não é para velhos” e “A Estrada”, são ambos adaptados ao cinema, e vão definitivamente coroar Cormac McCarthy. Escritor reservado, McCarthy recusou sempre entrevistas ou encontros com os seus leitores. A Estrada concentra grande parte das preocupações de um autor sensível aos sonhos e à sua interpretação, trabalhadas pela fragilidade da humanidade e da sua possível destruição. Mais de quinze anos depois de “A Estrada”, McCarthy lança a sua última obra, um díptico: “O Passageiro” e “Stella Maris”.