AVA – 48 horas na vida de Ava Gardner (de Ana Miralles e Emilio Ruiz) é uma das propostas da Ala dos Livros para este mês de outubro de 2024.
1954. Ava Gardner é uma das maiores estrelas de cinema a nível mundial. O filme “A Condessa Descalça” acaba de estrear e, numa deslocação ao Rio de Janeiro para a sua promoção, a presença da actriz gera um grande interesse por parte do público. No instável contexto político do Brasil dos anos 50, a estrela de cinema é recebida de forma entusiástica, mas vê-se também envolvida em diversas controvérsias e sujeita ao assédio constante da imprensa. São os acontecimentos dessas 48 horas da sua estadia no Rio que os autores seguem para desvendar a personalidade de Ava Gardner, uma mulher dona de uma beleza estonteante que enfrentou todos numa época em que desfrutar da mesma liberdade que um homem era uma verdadeira transgressão.
Ava Gardner é a imagem da mulher fatal e de ícone inacessível. A imprensa concentrou-se na sua vida privada, nos seus romances e num impressionante número de amantes. Criticada pelos seus três casamentos e divórcios, nunca ninguém censurou que os seus três ex-maridos tenham somado 20 casamentos ao longo da vida.
“Ava” é uma visão de uma vida manchada pela violência: a dos homens e do seu desejo de a possuírem que Ana Miralles ilustra segundo o argumento de Emílio Ruiz. Uma mulher fatal, generosa, com grande sentido de humor e, ao mesmo tempo, uma vulnerabilidade que a tornava irresistível. Um retrato íntimo daquela a quem chamaram “a mais bela criatura do mundo”.
SOBRE OS AUTORES:
Emilio Ruiz (argumento)
Nascido em 1960, natural de Santander, Espanha, Emilio Ruiz formou-se em Belas Artes pela Universidade Politécnica de Valência, tendo iniciado a sua atividade profissional em 1982, como fotógrafo. E é através da fotografia que descobre o processo de contar histórias, o qual terá um impacto significativo na sua vida. Gosta de contar histórias de forma poética e não hesitou em colocar o seu talento ao serviço do teatro e da dança: fez fotografias para montagens teatrais para o teatro La Moma, o Teatro Banda, Gracel Meneu, o Centro Dramático de a “Generalitat” de Valência e a Associação de Escritores de Valência e, como fotógrafo, é convidado, para dias de dança em Barcelona, Sitges, Tarragona ou no Conservatório de Valência. Especializou-se posteriormente na realização de slides audiovisuais aplicados a fundos cenográficos para teatro, dança e exposições. Realiza ainda diversos documentários e propostas de videoarte, enquanto como designer e documentarista trabalha na série de televisão “Cuéntame como pasó” (2001-2003).
No que refere à banda desenhada, escreveu vários argumentos para o desenho de Ana Miralles: em 1990 publicou “El brillo de una mirada” e a trilogia “A la recherche de la Licorne”, esta última uma adaptação do romance de Juan Eslava Galán (prémio Planeta 1987), que ganhou o prémio Diário de Avisos de melhor argumento em 1998.
Depois de publicar “De mano en mano” em 2009, Ana Miralles e Emilio Ruiz repetem a colaboração com “Muraqqa”, os três volumes de “Wáluk” e “Ava”, uma história baseada na vida da famosa actriz Ava Gardner.
Ana Miralles (desenho)
Natural de Madrid, Espanha, nasceu em 1959. Estudou Belas Artes em Valencia e trabalhou inicialmente como ilustradora antes de se lançar profissionalmente na banda desenhada em 1982, ao publicar o seu primeiro conto na revista espanhola “Rambla”. Seguiram-se, a partir daí, publicações em revistas como “Madriz”, “Cairo”, “Marca Acme”, “Blue Press”, “Marie-Claire España”, “Vogue España” e “Je Bouquine”, entre as mais importantes.O seu primeiro álbum “El brillo de una Mirada”, que conta com argumento de Emilio Ruiz, foi inicialmente publicado a preto e branco em 1990 (Editions La General), sendo posteriormente publicado em França, a cores, sob o título “Corps à corps.”O seu reconhecimento internacional chegaria em 1991 com obras como “Marrocos, mon amour” ou “Eva Medusa”, que contam com argumento de Antonio Segura. Ainda com Emilio Ruiz, adapta para banda desenhada, em 1997, o conto “En Busca del Unicornio”, do escritor espanhol Juan Eslava Galán.Com a chegada do novo milénio, Miralles cria com o argumentista Jean Dufaux a série “Djinn” (Dargaud), a qual encerram em 2016, após 13 volumes e 15 anos de trabalho conjunto.Depois de, em 2009, terem publicado “De mano en mano” (De Ponent), Miralles repetiu a colaboração com Emilio Ruiz para a criação dos três volumes de “Wáluk” (Astiberri) que se encontram publicados até à data e “Ava”, baseada na vida da estrela de cinema Ava Gardner.Para além de outros prémios e distinções recebidos ao longo da sua carreira, em Junho de 2009 Ana Miralles tornou-se na primeira mulher a receber o Gran Premio del Salón del Cómic de Barcelona, a mais alta distinção outorgada por este certame.