Katsuyoshi Nakatsuru, um dos animadores mais importantes de Dragon Ball, recentemente num podcast revelou que o mangá Dragon Ball quase foi cancelado durante os seus primeiros anos.
Nakatsuru, que começou a trabalhar no anime em 1986, contou como a série estava a perder popularidade durante a Saga do Imperador Pilaf. As audiências caíram tanto que perderam as páginas a cores, que estavam reservadas apenas para as séries mais populares. Foi então tomada a decisão de acelerar o final desta parte da história de Goku e Pilaf para que o enredo avançasse o mais rapidamente para o Mestre Roshi (Tartaruga Genial) e para o Torneio de Artes Marciais.
Nakatsuru recorda que começou a trabalhar em Dragon Ball no Episódio 4, animando uma cena em que Goku é atingido na cabeça por um velho que o confunde com um monstro, pouco antes de Oolong chegar à aldeia. Nessa altura do mangá, a série ainda apresentava algumas páginas a cores, mas a audiência logo caiu. As secções coloridas especiais terminaram por volta desse capítulo e, a partir daí, começou o declínio. Para evitar problemas maiores, foi necessário reunir rapidamente as sete Dragon Balls e introduzir o treino de Goku e o Torneio Tenkaichi logo no início.
Já o autor do mangá, Akira Toriyama, também falou em entrevistas anteriores sobre como Dragon Ball teve dificuldades no início. No “Dragon Ball Daizenshuu 2: Story Guide”, Toriyama contou que Torishima, o seu editor, lhe disse que Goku não era suficientemente atraente para os leitores, pois o seu design era demasiado simples. Isto fez com que Goku se focasse mais no seu desejo de se tornar mais forte, o que mudou completamente o rumo da história.
O próprio Torishima, que também esteve na entrevista, recordou como Dragon Ball começou por ser uma espécie de road movie inspirado em “Journey to the West“, mas não estava a resultar. Foi aí que surgiu a ideia de fazer com que Goku tivesse um objetivo claro: tornar-se mais forte. E, como todos sabemos, essa foi a chave para que Dragon Ball se tornasse no sucesso que é hoje.