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    Entrevista Exclusiva à JBC Portugal

    Obras da JBC Portugal passam a ser distribuídas pela Dinalivro

    Entrevista Exclusiva à JBC Portugal

    Depois de um arranque energético a JBC Portugal foi gradualmente diminuído os seus lançamentos e muitos dos fãs de mangá em Portugal começaram a manifestar o seu desagrado online.

    Tendo em mente esta realidade estivemos à conversa com Júlio Moreno, o responsável por esta editora portuguesa.

     

    Como surgiu a ideia de criar uma editora de mangá em Portugal? 

    Na verdade, sempre foi um sonho da JBC. A editora nasceu no Japão e foi para o Brasil. Por conta da língua, sempre nos pareceu que Portugal seria um caminho natural de crescimento. Nosso projeto estava quase pronto quando veio a crise económica de 2008, em que Portugal foi afetado diretamente, e adiamos o plano porque no Brasil a crise não foi sentida. Dez anos depois, em 2018, as economias se inverteram. A brasileira dava sinais de desgaste, enquanto a portuguesa estava mais estabilizada. Assim, decidimos lançar nosso primeiro título em Portugal, The Ghost in the Shell.

     

    Existe alguma diferença significativa entre os leitores de mangá portugueses e brasileiros? 

    Fizemos muita pesquisa sobre Portugal, mas mesmo assim fomos surpreendidos por uma realidade que não existe nem no Brasil ou Japão. O leitor português, em geral, sabe falar bem o inglês e com isso costuma ler as versões americanas, já que em geral elas saem antes do restante do mundo. Afinal, os Estados Unidos é o único país em que as editoras japonesas têm suas próprias editoras locais. Esta característica de ter as edições americanas como concorrentes não se repete em nenhum outro mercado de mangá do mundo além de Portugal.

     

    Após um ritmo acelerado de lançamentos tivemos uma paragem de alguns meses, a que se deveu esse abrandamento?

    A JBC Portugal lançou o seu primeiro mangá em Portugal, The Ghost in the Shell, na metade de julho de 2018. Em cinco meses, foram cinco títulos: Akira, O Cão que Guarda as Estrelas  e Ataque dos Titãs volumes 1 e 2. Nossos títulos tiveram uma boa aceitação pelo mercado português e as vendas estavam exatamente como esperávamos. No entanto, inesperadamente, o mercado editorial brasileiro entrou numa crise inédita. As três principais livrarias tiveram problemas: a Fnac foi embora do país e as duas maiores redes (Saraiva e Cultura) entraram em recuperação judicial. Além disso, a única distribuidora do país para bancas de jornal também entrou em recuperação judicial. Infelizmente, por conta destes fatores externos, a editora JBC foi obrigada a uma reestruturação completa, tanto no Brasil como em Portugal. Foi necessário reduzir os lançamentos e mudar o sistema de distribuição. A partir de agora, a JBC Portugal passa a trabalhar com uma distribuidora de livros de Lisboa, a Dinalivro, e nos próximos dias voltamos a lançar novidades. A primeira é o terceiro volume de Ataque dos Titãs, cuja capa foi finalmente aprovada pelo Japão.

    Ataques dos Titãs 3 pela JBC Portugal
    Ataques dos Titãs 3 pela JBC Portugal

     

    Obras da JBC Portugal passam a ser distribuídas pela Dinalivro

     

    Qual é o vosso mangá mais popular em Portugal? 

    Para nossa surpresa, os quatro títulos lançados têm a venda bem parecida, algo impensável no mercado brasileiro em que os números mudam completamente conforme o tipo da obra.

     

    Planeiam lançar mais one-shot como O Cão que Guarda as Estrelas?

    Já está sendo preparada versão portuguesa de O Outro Cão que Guarda as Estrelas, uma história one-shot e independente, na mesma linha de O Cão que Guarda as Estrelas, escrita pelo mesmo autor, Takashi Murakami.

     

    Lançamento de O Outro Cão que Guarda as Estrelas confirmado

     

    Alguma pista sobre a próxima obra a ser lançada pela JBC Portugal?

    A grande novidade é o lançamento do mangá digital, algo que não chegou ainda nem em países como Espanha e Alemanha, que estão entre os maiores mercados de mangá do mundo. Com esta novidade, Portugal passa a ter acesso a nada menos do que 160 edições de mangá em E-book. Além disso, toda semana, dois títulos terão lançamento simultaneamente ao Japão. Os capítulos de Edens Zero, de Hiro Mashima, e Seven Deadly Sins, de Nakaba Suzuki, sairão no mesmo dia que no Japão. Seria impossível versar de uma vez todas estas obras para português PT, já que elas foram traduzidas no Brasil durante muitos anos. Mas dependendo do resultado da aceitação do digital em Portugal, isso pode acontecer no futuro. A questão do preço conta a favor: as publicações digitais chegam com valores bem abaixo das versões impressas. Em alguns casos custam até metade do preço de capa. Esta diferença já foi valorizada pelo mercado português. Nos cinco primeiros dias, a venda do digital em Portugal foi surpreendentemente acima do esperado.

     

    a venda do digital em Portugal foi surpreendentemente acima do esperado

     

    Alguma pista sobre a próxima obra a ser lançada pela JBC Portugal?

    Agora vamos retomar o lançamento de Ataque dos Titãs e, depois disso, teremos O Outro Cão que Guarda as Estrelas. Temos ainda as continuações de The Ghost in the Shell e Akira. E no meio disso tudo, boas novidades surgirão.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    tone obama
    tone obama
    4 , Agosto , 2019 8:49

    Muito boa entrevista, a minha esperança até subiu, espero que se deem bem no mercado

    Yanshi
    Yanshi
    4 , Agosto , 2019 8:49

    1º Surpreendentemente parece que eles estão com boa vontade pra trabalhar aqui em Portugal.
    2º O digital vendeu bem, algo que não esperava.
    3º Já confirmaram um novo lançamento, o que mostra que pelo menos andaram a trabalhar.
    4º Meio que também já confirmaram que irão lançar Gits 2.0.
    Overall até tá bom, esperemos agora que seja o fim definitivo destas paragens longas.

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