A polícia da prefeitura de Chiba teve de intervir após Sōsuke Tōka, o autor do mangá Ousama Ranking, ser vítima de uma série de publicações difamatórias nas redes sociais.
A esquadra de Narashino fez uma acusação de difamação contra uma mulher de 30 anos, residente na província de Kagawa, que foi formalmente encaminhada para o Ministério Público depois de ter sido acusada de prejudicar a reputação do autor.
A mulher, que se identifica como desempregada, admitiu as acusações e comentou: “Achei que a obra era parecida com outro mangá de que gosto e fiquei zangada, por isso decidi desabafar online”.
A acusação refere-se a uma publicação no Twitter feita a 2 de julho de 2022, onde a mulher indicava que o “Ousama Ranking” lhe causava um sentimento de repulsa ao lê-lo, alegando que tal acontecia porque o autor era “um pedófilo e um netouyo” (Termo pejorativo japonês usado para descrever extremistas de direita na internet). Foi em abril de 2023 que o advogado de Sousuke Toka se dirigiu à polícia, dando início à investigação que terminou com a denúncia.
O caso gerou muita polémica nas redes sociais. Alguns leitores manifestam dúvidas sobre a gravidade do crime e criticam a lentidão da denúncia, como se reflete neste comentário: “Como é que algo que aconteceu em julho de 2022 só foi denunciado em abril de 2023? “Isto parece suspeito”. Outros centram-se na utilização do termo “netouyo” e no seu peso como insulto: “Netouyo é difamação? não sabia”.
Um dos comentários mais proeminentes questiona também o argumento da mulher sobre a semelhança do Ousama Ranking com outro mangá, mencionando: “Com que mangá é que ele se parece? Não me lembro de nada parecido”, ao que um utilizador respondeu que os trabalhos mais próximos poderiam ser “Houseki no Kuni” ou “Gash Bell“, embora muitos outros acreditem que não existe uma semelhança clara entre estas séries e “Ousama Ranking“.
Outros leitores apontaram a gravidade das acusações, salientando que ser chamado de pedófilo é um insulto grave e merece definitivamente denúncia. “O termo netouyo pode não ser assim tão prejudicial, mas chamar alguém de pedófilo é ultrapassar os limites”, comentou outro leitor. É ainda realçado o facto de o autor nunca ter feito afirmações relacionadas com ideologias políticas ou temas polémicos: “É um absurdo, o autor nunca demonstrou inclinações políticas na sua obra ou na sua vida pessoal”.
A discussão trouxe também à tona o impacto que esta situação poderia ter na carreira do autor, tendo um utilizador referido que “devido a estas críticas, o autor sentiu-se afetado e o trabalho foi temporariamente paralisado”. No entanto, outros seguidores do mangá e do anime pediram para não se deixarem influenciar por esta polémica e gostarem da obra: “É uma série muito boa, se ainda não viram, deviam”.
