
A Shonen Jump+ tem vindo a publicar dezenas de mangás ao longo do ano, mas nem todos conseguem destacar-se num mercado tão competitivo. Enquanto Ichi the Witch continua a sua ascensão na Weekly Shonen Jump, outra história sobre bruxas começa a conquistar fãs de forma mais discreta, WITCHRIV, de Hakuri, estreou recentemente na plataforma digital e está a receber críticas bastante positivas.
WITCHRIV desenrola-se num mundo onde magia e os seus utilizadores são temidos pelos cidadãos comuns, tornando impossível a convivência pacífica entre humanos e magos. A protagonista, Nona, cresceu a ouvir os conselhos da mãe para continuar a fingir ser uma menina normal, já que os magos são constantemente perseguidos pelo Bureau of Magic Surveillance.
A situação dos magos neste universo é particularmente cruel, qualquer suspeita por parte dos humanos pode resultar em execuções sumárias. Paradoxalmente, os magos são forçados a usar magia ocasionalmente, uma vez que a sua saúde fica gravemente afetada se não o fizerem durante muito tempo.
Nona acaba por ignorar os avisos da mãe quando decide ajudar a sua amiga Lovi a reparar uns óculos partidos, para que esta não seja repreendida. Este único momento de descuido tem consequências devastadoras, Lovi é capturada pelo Bureau e acaba por revelar o segredo da protagonista. A amiga e toda a sua família enfrentam mortes brutais, enquanto Nona consegue escapar graças aos poderes extraordinários da mãe.
No entanto, a fuga é apenas o início de uma série de tragédias. À medida que mãe e filha tentam sobreviver, a verdade sobre o Bureau e os seus planos aterradores vem ao de cima. Nona vê-se apanhada nas garras da organização e precisa de encontrar uma forma de escapar, iniciando assim uma jornada de perseverança e resiliência na procura da mãe, num mundo que parece determinado a destruí-la.
WITCHRIV tem vindo a surpreender os leitores. Embora o conceito de perseguição a utilizadores de magia não seja particularmente original no mundo do anime e mangá, a execução tem sido notável.
A história explora um mundo onde o grupo mais poderoso está a ser subjugado por um governo corrupto que apenas aparenta preocupar-se com os cidadãos. O primeiro capítulo destaca-se por mostrar as imperfeições da protagonista, uma jovem desesperada por amizades depois de ter sido forçada a esconder a sua verdadeira identidade durante toda a vida.
Nona aprende sobre a crueldade do mundo da forma mais dura possível, o que serve de catalisador para a sua jornada. O desenvolvimento da personagem promete ser um dos pontos fortes da série, especialmente considerando as provações brutais que enfrentará.
Apesar do início forte, o caminho de WITCHRIV está longe de estar garantido. A Shonen Jump+ é conhecida por ser bastante mais agressiva com cancelamentos.
O mangá ainda está a desenvolver o seu worldbuilding e a definir a direção narrativa, pelo que os próximos meses serão cruciais. Uma série com uma protagonista feminina forte tem todos os ingredientes para atrair público, mas deverá manter-se relativamente desconhecida até ao lançamento do primeiro volume compilado.









