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    O que estamos a ver – 05 de Fevereiro de 2023

    A comunidade de Last of Us perde a cabeça, BUDDY DADDIES continua a surpreender e pode existir esperança para Trails of Cold Steel: Northern War

    De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Vinland Saga Season 2 (04)

    Por muito que Thorfinn queira fugir ao seu passado simplesmente não consegue. Não só vê o Askeladd na primeira ameaça que encontra como à noite os pesadelos não o deixam descansar em paz. Como não podia deixar de ser estas condições captam os olhos e atenções tanto escravos como dos responsáveis por estes. Cobra e Einar são dois destes exemplos. Enquanto o primeiro oferece roupas a Thorfinn e mantem interesse no islandês, o segundo vê neste um dos soldados responsáveis pela invasão e morte dos seus amigos e família. Felizmente sente que Thorfinn também é uma alma torturada pela guerra e dá-lhe uma oportunidade para se agarrar à vida. Este na minha ótica foi um episódio dotado de uma mestria quer na narrativa como na fotografia, elementos característicos do estúdio Mappa. Os planos aproximados das bocas e dos olhares transmitiram na perfeição o medo e a fúria descritas nas personagens. Outro efeito que estou a adorar nesta adaptação é a sua abertura, para já uma séria candidata a abertura do ano nos Otakupt Awards de 2023, quer em nível de arte como de canção.

    The Last of Us (04)

    Este foi o episódio de The Last of Us até à data o que mais se desviou do conteúdo original, isto por se tratar de uma série de televisão. Na verdade, este episódio foi de tal forma marcante que quase podia ser separado em dois. No entanto, o elemento que o une é o mesmo, as relações humanas. Ao longo destes 50 minutos apenas tivemos a presença de um infetado pelo vírus Cordycepts. Porém, este também surge para demonstrar a possível transformação que Ellie vai sofrer mais tarde na série.

    As estrelas deste episódio foram essencialmente as relações humanas e estas foram descritas de duas formas e aos olhares por dois pares. A primeira foi no foro parental, em que Joel tenta educar da melhor maneira que pode a irreverente Ellie, mantendo a jovem salvo longe de perigos. A segunda demonstra aos espetadores a vida de Billy, uma personagem secundária do jogo que aqui teve uma presença digna de um Óscar da academia. Billy é uma pessoa antissocial que você isolada do mundo e fez de uma pacata cidade norte-americana o seu lar. O quotidiano deste literalmente é assistir aos infetados a sucumbirem às suas armadilhas enquanto come e bebe do bom e do melhor sem quaisquer reservas. Porém, num certo dia, um humano chamado Frank cai numa das suas armadilhas – felizmente não era um engenho explosivo ou uma cerca elétrica- e a troco de uma refeição Billy, descobre o que é o amor e o que significa ser humano. Este episódio está a ser controverso não só por demonstrar uma relação homossexual entre dois homens como se desviar do jogo. A meu ver, julgo que ambas foram necessárias para contexto de série -que mais pareceu um filme. Frank e Billy foram um casal em todos os momentos, desde as brigas, até ao fim dos seus dias. A escrita e seguimento deste episódio foi magistral. O drama e romance entre dois homens foi exemplarmente demonstrado por dois atores que certamente vão despertar as atenções dos espetadores mais cinéfilos num episódio digno de filme. Não me façam falar da colheita dos morangos sem ficar emocionado.

    A Ellie mais parecia uma versão minha de 1994

    Após um emocionante adeus, Joel e Ellie vestiram-se com cores muito mais próximas das que conhecemos do jogo e partem para encontrar o irmão de Joel a bordo do jipe do Billy. No entanto, desta vez o adeus de Billy foi muito mais sentido. Outro elemento que descobrimos em Ellie, é que adora geekices do outro antigo mundo. Este elemento é descrito com uma máquina arcada de Mortal Kombat II, em que a jovem perde a noção do tempo e do espaço e relata ao Joel que existe uma lutadora chamada Mileena que come os adversários à dentada. Esta personalidade de Ellie vai ser mais trabalhada, especialmente no segundo jogo onde o jogador coleciona trading cards de super-heróis.

    Urusei Yatsura (2022) (15)

    O verão chega finalmente a Tomobiki e como não podia deixar de ser a turma do barulho viaja até à sua praia local. Este aparentemente é um local calmo. No entanto, Ataru, Lum, Shuutaro e Shinobu são abordados por um pai e uma filha do mais disfuncional possível. Estes têm como negócio um restaurante na praia, e o pai quer a todo o custo que a sua filha herde o estabelecimento e que se torne num filho.

    Ryuunosuke, desde muito nova foi educada como tal, por isso desenvolveu uma personalidade de Maria rapaz. Contudo, desde que foi exposta à feminilidade também deseja viver a sua. Um dos seus maiores sonhos é vestir um fato de estudante de liceu. Porém, para o conseguir primeiro tem de vencer o seu pai em combate, coisa que constantemente tenta fazer. Após a destruição do restaurante por parte destes, Ryuunosuke e o seu pai planeiam viver na cidade. A primeira prova que a sua filha terá de enfrentar é ingressar no liceu, mas como o seu pai ficou encarregado dos uniformes escolares entregou um gakouran à sua filha. Para piorar a situação Ryuunosuke tem um aspeto masculino, e como seria de prever faz imenso sucesso diante das suas colegas. Shuutaro sente que a sua é posição ameaçada e forma uma aliança junto de Ataru para colocar um vestido de estudante feminino na Ryuunosuke. Infelizmente, a jovem tem como tutora e ídolo de feminidade a disfuncional Ran.

    Julgo que esta versão moderna de Urusei Yatsura finalmente recebeu as suas últimas personagens “principais”. Estas são claramente retratos de outros tempos porque aos olhares atentos da atualidade seriam demasiado polémicas devido aos seus temas o que evocam. Também para efeitos modernos, por vezes sentiram repetitivas, especialmente na primeira parte do episódio, o qual é assente apenas nas constantes brigas entre pai e filha. Felizmente, a segunda do episódio não só apresentou um ritmo muito melhor de narrativa como demonstrou as principais forças da primeira obra de Rumiko Takahashi. Interações de personagens providas de um senso comum irónico e hiperbólico envoltas numa história com uma premissa base simples e funcional.

    One Piece episódio 2045

    The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel: Northern War (05)

    Enquanto viajam de comboio até à sua próxima localização em Erebonia, o grupo de Lavi é parado por uma derrocada causada por um monstro que faz com que o veículo pare. Após algumas peripécias, Lavi conhece dois agentes do governo, a black rabbit Altina e o herói Rean Schwarzer. A dupla foi enviada para exterminar a ameaça. Lavi desconhece que Rean é o Ashen Chevalier, e só reconhece a faceta do aluno da Thors Academia quando convoca Valimar para exterminar o monstro. Lavi e os Jeagers conseguem tirar fotos sobre a principal causa que os vai mergulhar na guerra para assim terminarem a missão com sucesso. Porém, o espírito de Lavi ficou ardente, primeiro por Rean possuir traços da personalidade benevolente do seu avô, e segundo por não conseguir acabar com o Ashen Chevalier quando teve oportunidade. Este até à data foi o melhor episódio da adaptação do arco da guerra fria de Erebonia, o que me leva a crer diversos fatores além da problemática animação. O grupo de Lavi simplesmente não apresenta o carisma e destaque de elementos como os Bracers, a SSS, ou a Class VII. As suas personagens são demasiado unidimensionais ao chegar a níveis de quase NPC’s. No momento que esta adaptação resgatou as personagens dos jogos tais como o Lechter, o William, Aurelia, Rufus, e até o próximo Rean que senti mais coesão. Não falo num termo de conectividade familiar por se tratarem de personagens que estou acompanhar durante décadas, mas sim por serem mais interessantes quer em narrativa como história. Esta adaptação também já deixou elementos para alguns acontecimentos para quem segue os jogos desta subsérie de The Legend of Heroes. Rean apresentou-se como agente de Crossbell, o que significa que já se cruzou com Lloyd e Rixia na Geofront. Aurelia possivelmente citou Sara Valenstein, Arianhod surgiu como um strap para a Enigma e Rean demonstra os seus dotes de pescaria e cita a célebre frase de Crow quando combateu contra este no castelo Vermilion. Foi interessante pelo menos assistir a este encaixe narrativo. Agora tudo me leva a crer que parcialmente estes acontecimentos se passaram um pouco antes do final de The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel II, e agora dar um breve salto para os eventos pós-final do jogo. Infelizmente penso que não vamos ver o encontro de Rean com a SSS nesta adaptação, era algo que estava entusiasmado por presenciar.

    O Harém do Rean não para de aumentar

    SPY x FAMILY dos Chineses (BUDDY DADDIES) (04)

    Educar uma criança não só exige demasiada estabilidade emocional como também muito dinheiro, efeitos que os papás mais célebres de 2023 eventualmente depressa vão sentir. Isto porque a Miri fez descer a conta destes drasticamente. Para piorar a situação, a dupla não recebeu nenhuma nova missão após o fracasso da anterior. Para evitar que o trio seja mergulhado na pobreza, Kazuki e Rei decidem pedir ao seu patrão uma nova oportunidade para desempenharem funções.

    Miri, desde muito cedo desejou saber mais sobre a profissão dos seus papás, e a sua escolinha incumbe revelar aos seus colegas e professora algo que é obviamente mantido em segredo. Claro, que como qualquer criança, Miri também é muito curiosa e decide seguir um destes. Escusado será dizer que vai colocar todos em muitos problemas. A cada semana que passa BUDDY DADDIES afirma-se cada vez mais como aquele diamante obscuro da temporada. A sua escrita apresenta uma fluidez muito agradável quer para a narrativa como para o espetador. Acontecimentos aparentemente notórios são integrados num enredo simples, mas muitíssimo funcional e relacionável. Adoro ser surpreendido e provar que estou errado, e o carinhosamente apelidado “SPY x FAMILY dos Chineses” a cada semana que passa não para de oferecer elementos para este efeito. Sem dúvida leva o meu selo de recomendação, garantia e qualidade.

    Miri, uma digna sucessora da Anya

    Trigun Stampede (05)

    Vash e a sua tripulação continuam a sua viagem pelo deserto. O destino os leva a uma aldeia e a um culto religioso macabro. Neste local a Plant é adorada, as crianças são sacrificadas para invocar o vento e Vash não tem escolha senão enfrentar uma sombra do seu passado. Para já este foi o episódio que senti mais repetitivo e aborrecido.

    Ijirinaide, Nagatoro-san: 2nd Attack (06)

    Aparentemente a Nagatoro e o Senpai festejam o natal e o ano novo um mês mais tarde que o resto do mundo. Neste episódio o Senpai e a sua bully pessoal desejam oferecer presentes mutualmente, visitam um templo e pedem secretamente para apaixonarem se tornarem num casal. Este episódio evoca o disse há umas semanas atrás, ou seja, a relação entre ambos evoluiu bastante. Enquanto o Senpai gradualmente se impõe, a Nagatoro desenvolveu atitudes de trocista amigável. O mesmo digo das suas amigas, sinto que até estão a torcer para a felicidade da sua amiga. Quem sabe se fundo estas diabinhas até são anjinhos.

    Felipe Soares

    My Hero Academia 6 (17 e 18)

    Continuo achando muito interessante como as coisas estão se desenvolvendo nos episódios recentes de My Hero Academia. Diferente de outras obras battle shonen, recentemente a obra entrou em um momento bastante político e social, mostrando como a influência dos heróis estava atrelada não só a questões de segurança mas também ao modo de vida de muitas pessoas. Claramente que as consequências recentes da série e a revelação de Debi ainda é que mais afeta a sociedade da obra, olhando para o mundo real, isso seria o equivalente a determinada corporação de segurança falhar e ter que trabalhar sua imagem e modelo de trabalho para se ajustar em todas as mudanças que a sociedade estão sofrendo.

    A reunião e Deku e os antigos usuários do One For All foi algo que achei bem fraco. Uma coisa que acho desnecessária é a necessidade de tentar explicar tudo relacionado ao One For All e saber como foi a vida de alguns dos antigos usuários. Saber a vida deles não afeta diretamente a história presente, afinal Deku ira apenas utilizar os poderes deles. 

    Trigun Stampede (03 a 05)

    Estou gostando como está o andamento recente de Trigun Stampede, a série trabalhar em mini arcos acaba sendo algo interessante e está conseguindo desenvolver o seu protagonista e seus aliados (mesmo em uma escala menor). A ambientação da obra em questão de universo também é algo que está bem interessante, isso fica bem claro sobre como cada local do mundo da série possui um estilo de vida próprio no meio da vastidão do deserto.

    Minha opinião sobre a animação dos episódios recentes permanece a mesma dos episódios passados. Apesar que temos que dar os devidos aplausos ao estilo visual e a montagem do episódio três, que chegou a remeter diretamente a filmes de suspense/terror com o Millions Knives retalhando tudo com os tentáculos e sem mostrar ele em tela diretamente.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    Samuel Silva
    Samuel Silva
    5 , Fevereiro , 2023 23:27

    O contraste na personalidade do Thorfinn de uma temporada para a outra é incrível. Passa de um guerreiro imparável para um escravo morto por dentro e atormentado pelo passado nos sonhos. Apesar de uma história muito mais pausada estou a adorar o rumo desta segunda temporada e só quero ver mais e mais.
    A cada episódio Buddy Daddies afirma-se como uma das propostas mais interessantes da temporada.
    Já eu gostei mais da primeira parte do episódio de Urusei Yatsura, já tinha saudades de umas boas cenas de pancadaria entre pai e filho/a. Rumiko clássico!
    MHA está melhor do que nunca actualmente.

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