Mais...
    InícioO que estamos a verO que estamos a ver – 19 de Novembro de 2023

    O que estamos a ver – 19 de Novembro de 2023

    De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Captain Tsubasa: Youth Tournament Arc (07)

    Os capítulos de Captain Tsubasa que estiveram durante décadas no banco dos suplentes à espera de entrar em campo finalmente terminaram o seu primeiro mini arco e onde o destaque foi essencialmente acompanhar as lacunas e consequente crescimento dos maiores talentos de futebol juvenis do Japão. Este episódio fechou com chave de ouro o final da tumultuosa viagem de Tsubasa e dos seus colegas e amigos no estrangeiro, e ofereceu um vislumbre do que esperar do próximo mini arco, ou seja, o torneio de futebol de sub 17 na França que vai reunir os melhores talentos juvenis do mundo do desporto rei. Não sei se é um reflexo dos novos tempos, mas foi interessante assistir ao facto de Portugal marcar presença no rol de equipas neste. Nos anos 90 este era um feito impossível, porque lendas como Luís Figo e Cristiano Ronaldo ainda não tinham singrado nos maiores palcos mundiais. Um elemento que achei deveras interessante foi a carta UNO de Wakabayashi, porque o guarda redes tornou-se no elemento arrogante da equipa enquanto o anteriormente temperamental Hyuuga tornou-se num jovem mais calmo e benevolente, efeitos que revelam o quanto Tsubasa foi determinante no crescimento e na ausência de ambos.

    Será que vamos ver a seleção juvenil de Portugal

    Shangri-la Frontier (07) 

    O training arc é um termo específico em battles shonen para desenvolver os poderes ou capacidades de uma ou de um grupo de personagens numa série anime. Normalmente este é constituído por um bloco de episódios onde o foco são as conquistas de duras provas. Com Shangri-la Frontier esse efeito foi passado em fast forward porque Sunraku foi colocado numa arena para conquistar não um mas dez adversários sucessivos numa dificuldade progressiva para desenvolver os seus poderes. Este formato assentou que nem uma luva na narrativa, porque essencialmente este é um jogo e colocar o protagonista num cenário de survival mode fez imenso sentido e contribuiu uma fluidez narrativa muito melhor que não fatigou, humor e nuances de RPGs foram do mais divertido.

    Rurouni Kenshin (2023) (20) 

    Aposto que tal como eu sentiram o aroma de filler que tivemos neste episódio de Rurouni Kenshin. Realmente este é um sabor que não esperava encontrar nesta adaptação, ainda mais porque estava inicialmente projetada para receber 24 apenas episódios e ainda nem sequer chegámos ao genial e recorrente Kyoto Arc. Não sei se no mangá original tivemos esta mini história mas independente que tivesse existido ou não o seu sabor é extremamente parecido ao dos episódios de fillers da obra clássica. Porque a história apresenta personagens que não vão ter implicações na narrativa, mas que mesmo assim conseguem o efeito de enriquecer e desenvolver o seu universo. Segundo parece este bloco de episódios vai ser focado nos estrangeiros que desembarcaram no Japão nomeadamente os holandeses e espanhóis, por isso mesmo que a narrativa seja um pouco aborrecida a trivia certamente que não vai ser.

    Jujutsu Kaisen -Segunda Temporada- (17)

    Apenas sabemos que Sukuna era um ser cruel, porém até a este episódio não sabíamos o quanto. Mortes, independentemente de lados, marcaram este episódio e uma explosiva, sangrenta, artística e crua luta contra Fushiguro e o seu “nemesis” demonstraram o quanto forte e indiferente o demónio que habita no corpo de Yuji consegue ser. Quando o jovem desperta e revela aos espetadores a destruição que causou em Shibuya senti a sua dor, ou seja um enorme vazio e uma incapacidade de soltar adjetivos ou outras palavras. É certo que já assistimos a esta dualidade de personalidades no mesmo corpo em outras séries como Bleach ou até Dragon Ball Z, mas sempre foi encoberto o mal, as perdas e destruição que causaram. Jujutsu Kaisen foi vanguardista neste elemento ao demonstrar uma realidade nua e crua, onde um herói ou morre rápido para se tornar um herói ou morre tarde e torna-se num vilão. Começo a acreditar que o Studio Mappa pode estar a ter mais olhos que barriga, nem sei se vai conseguir aguentar muito mais com o ritmo que imprimiu nesta indústria e nas expetativas dos seus fãs.

    STARS!

    Dr. Stone: New World (19)

    Se Dr. Stone teve desenvolvimentos calmos ao longo deste arco, estes últimos episódios estão a compensar porque ação é tanta que o mais difícil é acompanhar os seus efeitos. Sinto este arco como uma panela de pressão que está a libertar todo o vapor que acumulou no inicio desta parte. Regressos inesperados, momentos surpreendentes e um verdadeiro jogo de xadrez entre as duas nações foram apenas algumas das situações que pudemos presenciar deste verdadeiro festim animado onde a ciência deu lugar a uma ação mais próxima de um battle shonen clássico. Também surpreendentemente foram descritos dois elementos do ser humano, a necessidade de ter um líder e o instinto mais básico de todos nós, a sexualidade.

    Goblin Slayer II – (07)

    É certo que Goblin Slayer está a ter uma ação mais suave e uma animação menos requintada, porém, temos um elemento que pode redimir está temporada, o desenvolvimento do Orcbolg, pela primeira vez o Matador de Goblins reconhece que usou o termo “Goblin” em excesso. Na anterior temporada apenas assistimos ao seu ódio compulsivo por Goblins, contudo, nesta temporada através de alguns vislumbres gradualmente estamos a descobrir o porquê de tais desenvolvimentos. Ao que parece o guerreiro alberga este ódio porque os Goblins foram responsáveis por algo que aconteceu com a sua irmã, o mesmo até parece venerar a mesma. Outro apontamento que estou a achar muito interessante são as dinâmicas de grupo como cada tem um destaque e um lugar e não pude deixar de soltar uma risada quando colocaram um Goblin no dorso de um braquiossauro para arranjar uma desculpa para a personagem se motivar.

    Tenchu: Goblin Assassins

    SPY x FAMILY II (07) 

    Este é sem dúvida o arco da Yor e este episódio foi um hino ao seu desenvolvimento até ao momento. A jovem do setor publico também faz parte de uma associação de assassinos e durante este e o anterior episódio não só pudemos presenciar que não está sozinha neste mundo como até pode existir “humanização” no ato de assassinar. O cruzeiro de luxo está repleto de assassinos desprovidos de sentimentos que recorrem a diversas armas e técnicas de combate para conquistar os seus alvos, sendo que assistimos a alguns momentos que devido à sua crueldade ficaram ao critério da imaginação do próprio espetador, sim porque SPY x FAMILY no fundo é uma série de cariz familiar. É precisamente o termo “Família” que está a causar dúvidas nos corações do casal Forger. Durante anos quer a Rosa Negra como o agente Twilight foram treinados para recalcarem os seus sentimentos e serem meras ferramentas. Devido a partilharem um lar em casal primeira vez nas suas vidas, começam gradualmente a sentir o propósito da sua existência, se uma vida assassinato é a melhor via ou se viver desprovido de emoções é o melhor caminho. A cola que mantém ambos juntos é a sua filha, Anya Forger que não só tenta salvar a todo o custo a “Operation Strix” como manter unida a sua família. Certamente que o faz com uma mente muito inocente e infantil mas foi devido a estes e a muitos mais valores que capturou as atenções de uma verdadeira legião de fãs.

    Quando os stats são mais importantes que a aparência

    Frieren: Journey’s End (11) 

    O episódio desta semana de Frieren demonstrou os estilhaços que uma guerra causa no coração das famílias que foram mergulhadas na mesma. A perda e o vazio pós guerra foram transmitidos nestes 20 minutos e não pude deixar de sentir o fecho de um arco e um vislumbre do anterior, porque o desenvolvimento do trio parece que terminou mas a sua viagem está apenas a começar. Também não fui incapaz de sentir o que se formou no mesmo, por exemplo a dinâmica de Fern e Stark pode evoluir brevemente para uma relação e Frieren como uma mentora não só destes como de várias gerações.

    Qual o preço a pagar para acabar com uma guerra? Tudo
    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

    Artigos Relacionados

    Subscreve
    Notify of
    guest

    0 Comentários
    Mais Antigo
    Mais Recente
    Inline Feedbacks
    View all comments
    - Publicidade -

    Notícias

    Populares