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    O que estamos a ver – 26 de Março de 2023

    De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Vinland Saga Season 2 (11)

    Vinland Saga é uma série fortemente apoiada nas suas personagens consoante os seus desenvolvimentos, faz avançar a sua narrativa. Este episódio foi praticamente um exemplo visual desta afirmação. O Rei Canute, desde a sua mais tenra infância odeia guerras e lutas. Ao aceitar um cargo contra sua vontade, desenvolve uma faceta que não vai olhar a meios para conquistar a sua desconfiança. O Rei de Inglaterra está disposto a fazer cm que todos sofram por um bem maior. Também foi interessante descobrir que a família de Thorfinn não desiste de encontrar o seu paradeiro. O seu substituto de olhos esbugalhados foi bem divertido de se ver.

    Urusei Yatsura (2022) (23)

    O último episódio de Urusei Yatsura do segundo cour da primeira temporada adaptou um mini arco que não esteve presente na série anime de 1981. Bem, mini arco neste contexto é um pouco exagerado, visto que pulou algumas provas e apressou alguns desenvolvimentos de cinco capítulos. Contudo, julgo que este foi o ponto perfeito para terminar este cour. Isto porque além de introduzir diversas personagens terrestres e extraterrestres, o grande foco foi a vida escolar da Lum. A nossa princesa Oni, no início dos últimos episódios decidiu que para viver na Terra deve aprender a sua cultura, por isso vai estudar para o mesmo liceu do Ataru -para grande desespero deste. Ao longo das suas aventuras desenvolve a sua amizade com Shinobu, conhece o rival e a irmã de Shuutaru, e Ryuunosuke, uma mulher de aspeto andrógeno, responsável por criar uma certa fadiga na série, porque as suas piadas e momentos batem todas na mesma tecla.

    Devido a estes e muitos outros elementos, este episódio foi interessante num ponto de vista narrativo, porque também colocou Lum contra todas as beldades do liceu de Tomobiki. No clímax as concorrentes participaram num combate de wrestling contra os animais mais temíveis do jardim zoológico da cidade -o torneio da Queen Tomobiki 1 foi um plano para o Ataru enriquecer às custas da meninas. Durante o confronto Ran, beija todas menos a Lum, e neste ponto assistimos à mestria da escrita e do desenvolvimento das coloridas personagens criadas por Rumiko Takahashi.

    Todas são imperfeitas, aliás vou mais longe e toda a obra é demasiado humana e orgânica. Urusei Yatsura é uma obra que considero criada em prol da individualidade das suas personagens. Todas apresentam um lado A e um lado B que são indissociáveis. Lum transborda de sex appeal, a nossa extraterrestre favorita é sensual e possui uma energia muito própria. Mas debaixo desta camada de confiança também se esconde uma mulher frágil que mais do que tudo quer ser amada e respeitada pelo seu marido. Este é um mulherengo sem freios que se baba por qualquer rabo de saia. Porém quando Lum, o abandona ou sente que algo entre os dois pode deixar de existir, emerge como um homem que não olha a meios para salvar ou restabelecer a devoção da sua mulher. O mesmo acontece em todas as outras personagens. Ran aparenta ser frágil e fofinha, contudo é uma mulher compulsiva, vingativa e manipuladora. Shinobu também doce e simpática, mas quando situação o exige desenvolve uma força animalesca. Foi precisamente nestas dualidades que este episódio se debruçou. Todas à exceção da Lum perderam o seu outro lado, e senti que as suas personagens e personas se perderam. Assim que recuperaram os seus outros lados, o episódio explodiu com o que de melhor Urusei Yatsura consegue produzir, muita confusão, aleatoriedade, e diversão protagonizada por um leque de personagens coloridas. Para colocar a cereja no topo do bolo o momento é celebrado com todas as personagens apresentadas até ao momento -até a polémica Kurama- ao som de uma versão moderna de “Lum’s no Love Song” o primeiro tema de abertura da série anime de 1981, que também é uma espécie de tema oficial de Urusei Yatsura. O regresso da Lum só será para o ano e sinceramente já sinto saudades.

    The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel -Northern War (12) FIM

    The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel The Northern War, é o que considero série com potencial desperdiçado. Além de manter momentos do mais questionável do início ao fim, iniciou o seu trilho com foco a uma personagem que considero muito fraca. Este efeito é bem contratante, afinal estamos a falar de uma série de jogos conhecida por introduzir e desenvolver personagens ricas em desenvolvimento e conteúdo. Julgo que grande parte deste problema foi devido ao seu formato, visto que The Legend of Heroes, não poupa esforços a desenvolver as suas personagens e mundo, aliás o guião do jogo é duas vezes superior a diversos jogos com uma narrativa imensa, por exemplo Metal Gear Solid.

    Desde muito cedo que senti que o foco não foi a guerra de North Ambria em si, mas narrar a história de uma personagem. Para ficarem com uma ideia praticamente metade da série foi dedicada à excursão da Lavi e os seus colegas Jeagers a Erebonia. Esta vertente acabou por conduzir não só a uma narrativa aborrecida sobre uma personagem muito fraca, como fez com o que o foco principal da série fosse relegado a segundo plano. A guerra propriamente dita não foi sentida, e diversos elementos que supostamente deviam acontecer foram omitidos ou surgiram ligeiramente diferentes -por exemplo o golpe de estado tem uma data diferente da que foi relatada no jogo, e Rean não entrou a Juna.

    Claro que o efeito mais negativo e que mais ficou à vista do espetador comum, foi a sua abominável animação. Um CGI medonho, uma direção artística inconsciente e uma animação muito robótica foram logo elementos para qualquer um que não é fã dos jogos não passar do primeiro episódio. Mas será The Legend of Heroes: Cold Steel -Northern War uma série tão má que não tivesse pontos positivos? Bem, muito sinceramente posso vos dizer foi talhada especialmente para os seus fãs e dificilmente conseguirá ocupar o tempo de quem não é. Quem é fã pelo menos pôde ficar mais informado sobre elementos que ficaram por textos ou em imagens paradas, como por exemplo o golpe de estado, ou a história do pai da Sara Valenstein. Foram nestes momentos que senti a série mais próxima da qualidade de escrita dos jogos. Infelizmente The Legend of Heroes anime continua com os mesmos problemas das anteriores adaptações.

    SPY x FAMILY dos Chineses (BUDDY DADDIES) (11)

    A vida sem Miri não já faz sentido para a dupla de papás assassinos. Os dias coloridos repletos de risos e sorrisos deram lugar a um quotidiano cinzento sem emoções. Contra tudo e contra todos o papá Rei e papá Kazuki estão decididos a recuperar a sua filha. Infelizmente, os olhares da máfia também estão atentos a estes desenvolvimentos e enviam um assassino para pôr um fim à mãe da criança. Mais uma vez a P-A Works demonstrou que em matéria de dramatismo e emoções é um dos melhores estúdios. Isto porque BUDDY DADDIES revelou ser uma série sobre criar uma família e este episodio foi como servido como um bom prato que antes de ser cozinhado levou muitos temperos. A conturbada relação entre Rei e Miri floresceu ao ponto de um assassino desejar recomeçar de novo e confrontar o seu passado. O mesmo com a mãe da Miri, se bem que não gostei muito como se inseriu e teve o seu desfecho.

    My Hero Academia 6 (24)

    Vou ver sincero conosco, não gostei muito inicio desta temporada. Tudo foi demasiado rápido e ao mesmo tempo, não tivemos momentos para sequer respirar, sentir o peso de mortes e tudo foi demasiado em prol do fluxo de um battle shounen normal. Porém, a segunda de My Hero Academia foi muito possivelmente a minha favorita até ao momento. Pensem em todos clichés de um battle shounen e vejam como o Dark Hero arc os destrói. Também o ambiente e temáticas foram bem mais adultas, maduras e meticulosas. A série demonstrou que o cinzento que um herói pode ser, e como a sociedade consegue ser cruel.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    Samuel Silva
    Samuel Silva
    29 , Março , 2023 23:54

    Não és o único que já tem saudades de Urusei Yatsura.

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