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    Mensagem do Embaixador do Japão à Conferência “Gerar energia para o mundo e preservar o planeta”

    Gerar energia para o mundo e preservar o planeta

    Com a cooperação da Embaixada do Japão em Portugal, o Clube de Lisboa organiza nos próximos dias 21 (9:00-18:00) e 22 de fevereiro (9:00-13:00) uma conferência com o tema “Gerar Energia Para o Mundo e Preservar o Planeta”, a pensar no desafio global mais crucial para a sobrevivência do planeta – o da preservação das condições de vida em limites toleráveis pelas espécies que o habitam – e, portanto, na urgência de começar a reverter os efeitos nefastos do aquecimento global provocado pela ação humana e pelo sistema de produção atual.

    A conferência será híbrida, no auditório da Agência Europeia de Segurança Marítima, instituição anfitriã – Cais do Sodré, Lisboa – e na plataforma Zoom, contando com vários académicos, especialistas, membros de organizações internacionais, ativistas ambientais e gestores de instituições que trabalham estes tópicos.

    A conferência contará com as intervenções do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa e, ainda, de quatro oradores do Japão, entre outros.

    Em baixo podem ler a mensagem à conferência do Embaixador do Japão, USHIO Shigeru:

    Nos últimos anos, assistimos a mudanças estruturais no mercado internacional da energia, em áreas como a procura (consumo), oferta (produção), e seleção de recursos. Em relação à seleção de recursos em particular, pelo facto de a produção e a utilização de energia representarem cerca de dois terços das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), a transição para recursos energéticos mais limpos, tais como as energias renováveis, está a acelerar. Além disso, desde a adoção do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, as empresas têm feito esforços para avançar ainda mais no sentido de reduzir as emissões de carbono. Por outro lado, existem preocupações sobre a segurança energética futura, relacionadas com a complexidade da política energética, e eventos geopolíticos que afetam a estabilidade da oferta e picos dos preços. Além disso, disparidade no acesso à energia está a aumentar e os desafios na abordagem da pobreza energética não se limitam aos países em desenvolvimento.

    No caso do Japão, desde o Grande Terramoto do Japão Oriental em 2011, a percentagem de combustíveis fósseis atingiu cerca de 90% da produção de energia do país em 2012, contra cerca de 60% antes do terramoto. O Japão depende de importações do estrangeiro para quase todos os seus recursos de petróleo, gás natural, carvão e outros recursos energéticos, e a sua taxa de autossuficiência energética primária mantém-se a um nível baixo, quando comprado com outros países da OCDE, de cerca de 12%. Garantir um fornecimento estável de energia é extremamente importante para o Japão. Neste contexto, e como resposta às alterações climáticas para a sobrevivência do planeta, o Japão adotou a Estratégia de Longo Prazo “Net-zero até 2050”, com o objetivo de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 46% no ano fiscal de 2030, em relação aos níveis do seu ano fiscal de 2013. O Primeiro-Ministro Kishida anunciou o compromisso do Japão em liderar a transição para energia limpa, introduzindo as energias renováveis tanto quanto possível para a sociedade descarbonizada, no seu discurso na COP26 Líderes Mundiais, realizada em novembro passado.

    Na sequência do seminário organizado com sucesso pelo Clube de Lisboa em cooperação com a Embaixada do Japão no ano passado, o tema deste seminário é “Gerar energia para o mundo e preservar o planeta”. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse que “o acesso à energia limpa e renovável é, muito simplesmente, a diferença entre a vida e a morte” no seu discurso de abertura do Diálogo de Alto Nível sobre Energia, o primeiro evento a juntar líderes para debater as questões energéticas em 40 anos que teve lugar na Assembleia Geral da mesma no ano passado. Esta é uma questão verdadeiramente urgente e o mundo, incluindo o Japão, não pode perder tempo. Neste seminário, especialistas de diferentes países, organizações e gerações irão discutir esta tema e trazer várias perspetivas. Acredito que este seminário contribui para aprofundar a nossa compreensão e aumentar o ímpeto para abordar o tema.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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