Sabiam que agora a Riot faz jogos? 

Err. Outros jogos, para além de League of Legends, quero eu dizer. Mas tipo, imensos jogos. Todos baseados no universo de LoL, temos tudo desde auto battlers (Teamfight Tactics), first-person shooters (Valorant), RPGs (Ruined King), rhythm games (Hextech Mayhem)… E ainda há muitos mais a sair! 

Desta vez, decidiram enveredar pelo caminho dos cozy games, e desta iniciativa surgiu o Bandle Tale: A League of Legends Story. Neste jogo, o jogador encarna a personagem de um Yordle, uma raça de criaturas bastante presente no universo de LoL. Este Yordle é um tricoteiro que possui o poder de criar portais com o seu tricô. Para além disso, também vamos descobrindo outros métodos de crafting, tais como jardinagem ou culinária, e temos também a habilidade de organizar festas. 

Uma festa a decorrer!

É um conceito interessante. O mundo dos Yordles está repleto de materiais para aproveitar, e rapidamente o jogador vai tecendo (heh) uma teia de criações todas a depender umas das outras. 

O factor de ter de se organizar festas para se poder adquirir alguns recursos também é interessante, e dá uma certa idiossincrasia ao jogo, sendo que não é uma actividade muito comum neste tipo de jogos. 

Os gráficos são também bastante bem conseguidos, com estilo de pixel art bem definido e fácil de interpretar, embora por vezes o mapa no jogo não o traduza assim muito bem. 

O mapa do jogo

É também sempre divertido ver as personagens “importantes” de LoL a surgir ao longo da história. Eu já deixei de jogar LoL desde o momento em que andava na faculdade e os colegas com quem estava a jogar me começaram a dar flame por ser má (tu sabes quem tu és), mas ainda assim reconheci alguns dos clássicos champions, tais como o Veigar, a Tristana, ou o Teemo, que todos surgem no enredo deste jogo. 

No entanto, para além destes momentos de fanservice, o enredo de Bandle Tale não é particularmente extraordinário. Nós somos o único Yordle capaz de tricotar, e temos de unir as várias ilhas que acabaram divididas após um acidente numa festa. Para o fazer, temos de formar amizades e resolver problemas de várias facções de Yordles, tais como a Universidade, Gadgeton, ou os jardineiros. 

Ainda assim, esta história tem imenso diálogo… por vezes demasiado, até. Ao início em particular, parece que construímos um objecto, e imediatamente temos mais uma cutscene. À medida que vamos avançando no enredo, vamos apanhando com este problema menos vezes, mas continuam a haver imensos momentos de diálogo. 

A nossa casa/mochila, com muitas máquinas para fazer crafting!

Em termos de jogabilidade, o ciclo de criação de objectos é interessante e até um pouco viciante, mas é penalizado pela falta de um índice de consulta fácil para perceber o que já fizemos, o que nos falta fazer, o que temos disponível, e como fazer aquilo que queremos fazer. Muitas vezes dei por mim a querer ir ver uma wiki do jogo, o que é algo um pouco difícil de fazer com um jogo que ainda não saiu. 

O movimento no jogo é também um pouco incómodo. Eu joguei no PC, e o movimento AWSD, juntamente com a perspectiva isométrica, faz com que para estarmos em movimento tenhamos que usar pelo menos duas teclas. Tenho perfeita confiança que este problema não existirá na Switch ou caso o jogador utilize um comando, mas foi algo que notei muito na minha playthrough do jogo. Dei por mim a odiar ter de me movimentar muito pelo jogo, e embora o jogo tenha um sistema de fast travel, não é expansivo o suficiente para complementar o movimento. Na minha opinião, o movimento tornou-se stressante, que é a última coisa que alguém quer num jogo deste teor, normalmente mais focado no relaxamento e descontração. 

A nossa sala de jardinagem…

Ser possível compactar a nossa mochila e andar literalmente com a casa às costas é uma mecânica engraçada, que nos permite aproveitar as peculiaridades de cada localização na qual podemos abrir a mochila, mas novamente, como é uma mecânica de utiliza muito o movimento, torna-se aborrecida de usar devido ao quão incómodo o movimento é. 

Noutras pequenas queixas, já que aqui estamos, o menu de missões é excessivamente grande para o tamanho do jogo, especialmente tendo em conta que é impossível de fechar ou minimizar, e ter de cancelar a craft anterior sempre que queremos fazer alguma diferente em certas estações de montagem é chato. 

Não, mas a sério, já viram o espaço todo que esta UI ocupa???

E no final de contas, são todas estas pequenas chatices que fazem com que jogar Bandle Tale não seja uma experiência tão divertida quanto podia ser. O jogo tem uma ideia interessante, mas a execução deixa um pouco a desejar. Para mim, o mais importante é sempre se um jogo me faz querer continuar a jogar. E entre o enredo desinteressante, o movimento stressante, e o crafting confuso, tenho que admitir que não fiquei com vontade para mais. 

TL;DR: Se já és fã de League of Legends e estás com vontade de ver as personagens do jogo num ambiente um pouco diferente, este jogo pode ser fixe para ti. Caso contrário, eu esperaria por algumas mudanças de quality of life antes de ponderar jogar este jogo. 

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