Nesta quinta-feira (27) estreou no Brasil o filme live-action Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo (Knights of the Zodiac), a adaptação baseada na franquia Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) criada pelo mangaka Masami Kurumada. Lembrando que o longa vai estrear no Japão no dia 28 de abril e em Portugal no dia 25 de maio.

Produzido pela Toei Animation, pela A Really Good Film Company e pela Sola Entertainment, o longa possui roteiros de Josh Campbell, Matt Stuecken e Kiel Murray, produção de Ikezawa Yoshi, Joseph Chou, Jeffrey Chan, Tim Kwok e Miguel A. Faura. A direção do filme é de Tomek Bagiński (produtor da série The Witcher) e a distribuição internacional é da Sony Pictures.

O longa tem no elenco Sean Bean (Game of Thrones) como Alman Kido, Mackenyu Arata (Samurai X – O Final) como Seiya de Pégaso, Madison Iseman (Jumanji: Welcome to the Jungle) como Saori Kido e Diego Tinoco (Teen Wolf) como Ikki de Fênix. No elenco também estão Nick Stahl (Terminator 3: Rise of the Machines), Mark Dacascos (John Wick 3: Parabellum) e Famke Janssen (Jean Grey na primeira trilogia X-Men).

Sinopse de Cavaleiros do Zodíaco

Seiya (Mackenyu), um obstinado adolescente de rua, passa seu tempo lutando por dinheiro enquanto procura por sua irmã sequestrada. Quando uma de suas lutas inadvertidamente explora poderes místicos que ele nunca soube que tinha, Seiya se vê lançado em um mundo de santos guerreiros, treinamento mágico antigo e uma deusa reencarnada que precisa de sua proteção. Se ele quiser sobreviver, precisará abraçar seu destino e sacrificar tudo para ocupar seu lugar de direito entre os Cavaleiros do Zodíaco.

creenshot 2 live-action de Cavaleiros do Zodíaco

O filme live-action tinha a difícil missão de introduzir um universo de deuses e magia de uma forma que não só agradasse o fã que já conhece a franquia, mas principalmente o público comum que não sabe o que é Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya). Para a minha surpresa a história do longa usa como base um arco original do recente anime remake da franquia e isso foi um excelente acerto pois no decorrer do longa temos a junção de uma amálgama de outras coisas positivas dentro da franquia sendo usadas de forma coerente dentro do universo que foi mostrado neste longa. Como adaptação o filme funciona bem, fazendo as devidas concessões para que sua história pudesse tentar ser coerente. Ainda assim, algumas informações jogadas em diálogos chave e desenvolvimentos desastrosos de alguns personagens acabam sendo um ponto fraco do longa.

Dentre as muitas versões de Seiya nas adaptações da franquia, pra mim a versão live-action, interpretada por Mackenyu, foi a que melhor desenvolveu o personagem. Aqui temos o personagem principal otimista, mas que esconde por trás da sua positividade o trauma envolvendo o sequestro de sua irmã. A Saori de Madison Iseman foi desenvolvida de uma forma que eu não esperava, mas que gostei do resultado, mostrando um lado insegura e que ainda está aprendendo a lidar com seus poderes.

O conflito entre Alman Kido (Sean Bean) e Graad (Famke Janssen) ganha o foco principal em boa parte da trama do longa. Apesar disso, todo o plot entre os dois personagens acaba sendo o ponto mais fraco do longa com diversos diálogos expositivos que deixam mais perguntas em aberto do que resoluções para a história principal deste longa. Ikki de Fênix é outro personagem que acabou deixando a desejar, o personagem não teve um desenvolvimento e serviu apenas para ser um boss de momento e mostrar que existe algo maior por trás de suas ações.

A questão visual é um dos pontos que mais pesaram quando anunciaram esta adaptação live-action. O longa possui muitas cenas que são muito bem produzidas visualmente e em locação, mas as cenas de luta no decorrer do filme acabam tendo alguns pontos bem questionáveis. As cenas de lutas iniciais do filme me pareceram bem filmadas e coreografadas, Mark Dacascos possui uma cena que é muito legal visualmente, o mesmo ocorre quando vemos as cenas iniciais de Mackenyu lutando em um ring clandestino. As cenas do treinamento de Seiya com Marin de Águia são as mais consistentes visualmente, nestas cenas são utilizadas bastantes cenas abertas que são visualmente legais. A luta final entre Seiya e Ikki foi visualmente interessante em diversos momentos, ainda assim em outros momentos a luta fica muito plástica, ficando visivelmente perceptível que são dois personagens de puro CG. As cenas em que Saori usa os seus poderes também tem seus altos e baixos.

Falando das polêmicas armaduras, achei que as armaduras de Pégaso e de Fênix estão mais próximas do visual das armaduras do filme CGI de 2014 (Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário), isso não é um ponto ruim pois o visual das armaduras daquele filme são as minhas favoritas da franquia, ainda assim o elmo das armaduras para o filme estão claramente fora de proporção e isso me incomodou bastante.

A trilha sonora do longa é o maior acerto do filme. Se utilizando de uma trilha orquestrada original produzida por Yoshihiro Ike (Takt Op. Destiny, Dororo, Os Cavaleiros dos Zodiacos: Saint Seiya), a trilha funciona muito bem como um todo, mas em dois momentos chave é mesclado a trilha original trechos da música tema da franquia.

No geral Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo (Knights of the Zodiac) acerta ao utilizar um arco original do remake da franquia e uma amálgama de outras coisas que deram certo na série como uma base na adaptação do primeiro filme live-action. Mesmo com um bom desenvolvimento para Seiya e Saori, o longa peca com informações jogadas em diálogos chave e desenvolvimentos desastrosos de outros personagens. O longa possui muitas cenas que são muito bem produzidas visualmente, mas na luta final fica visivelmente perceptível em alguns momentos que são dois personagens de puro CG.

Screenshot live-action de Cavaleiros do Zodíaco

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CharlesD
Charles
28 , Abril , 2023 4:27

Esperava uma crítica bem negativa, mas até que não. Vou assistir no domingo.