Recentemente estreou no catálogo da Netflix a adaptação para filme live-action do mangá Cells at Work! (Hataraku Saibou) de Akane Shimizu, o longa estreou nos cinemas japoneses em dezembro de 2024.
A direção do filme foi entregue a Hideki Takeuchi (live-action de Nodame Cantabile, Thermae Romae, Fly Me to Saitama) e o argumento é de Yūichi Tokunaga (live-action de Kaguya-sama: Love is War, Liar x Liar, Princess Jellyfish).
No elenco temos:
Mei Nagano (live-actions de “My Broken Mariko”, “Ni no Kuni”, “Peach Girl”, “Burn the House Down”, Teasing Master Takagi-san”)
Takeru Satou (live-actions de “Rurouni Kenshin”, “Ajin”, “Bakuman”, “Beck”)
O mangá original Hataraku Saibou / Cells at Work! sobre células humanas antropomorfizadas começou a ser lançado na Shonen Sirius em março de 2015 e terminou em janeiro de 2021. Tem mais de 1.3 milhões de cópias em circulação.
A primeira série anime estreou em julho de 2018. A segunda temporada estreou em janeiro de 2021, juntamente com o anime Cells at Work! Code Black.
Depois de uma bem sucedida série mangá e de uma boa adaptação para anime, transformar a versão live-action de Cells at Work! seria um desafio interessante para a equipe de produção deste longa. O principal desafio seria como trazer uma história que pudesse prender a atenção do espectador de uma forma que não fosse chata didaticamente e nem estranha para o público. A escolha em trazer a história sobre uma garota ao mesmo que mostra a história de suas células foi inesperada, mas me surpreendeu positivamente.
Ao mesclar a parte didática sobre o funcionamento do corpo com uma história dramática, o live-action de Cells at Work! conseguiu se tornar bastante original ao ponto de ser bem diferente do anime e do mangá. Isso ocorre não só pelo longa conseguir contar uma história muito interessante enquanto fala sobre o funcionamento do corpo humano, como também conseguiu criar momentos emocionantes e engraçados que funcionaram muito bem no decorrer de quase duas horas.
Existem algumas referências diretas que conversa diretamente com as obras originais, como o já clássico momento de mostrar como um vírus é expelido por um espirro, mas o longa conseguiu ir além e mesclar a história é os personagens da obra original e do spin-off Code Black de uma forma simples, mas que funcionou dentro do universo da série.
O longa possui um nível de produção bem satisfatório para sua proposta. Dentro do corpo humano temos cenários diversos que lembram mais produções de séries Tokusatsu, isso não é um fator ruim, afinal o lado lúdico funciona ali, mas pode causar estranheza em quem não acompanha as produções de Super Sentai ou Kamen Rider. Já as cenas no mundo real são mais simples, mas que funcionam no contexto em que elas ocorrem.
As cenas de luta talvez seja o ponto mais fraco da produção, mas senti que isso ocorre pela ideia das cenas irem para um sentido mais lúdico e com um nível de violência bem mais baixo. Em outras palavras, não espere chuva de sangue ou membros decepados como ocorre nas obras originais, o longa se manteve na classificação etária mais nova possível e isso abrange um público maior que pode assistir ao filme.
No geral, o filme live-action de Cells at Work! foi uma grande surpresa. Ao trazer um conteúdo original, o longa consegue contar uma boa história que mescla bem com o lado lúdico e o didático sobre o funcionamento do corpo humano.