Clash: Artifacts of Chaos chega-nos por parte da editora francesa Nacon e dos developers chilenos ACE Team como um género de continuação à sua série Zeno Clash, também passado nos estranhos cenários de Zenozoik com todas as criaturas incrivelmente surreais que lá habitam que parecem saídas da mente do pintor holandês Hieronymus Bosch.

Ao contrário dos anteriores Zeno Clash e Zeno Clash II, Clash: AoC segue um novo protagonista, um artista marcial chamado Pseudo que nos primeiros momentos do jogo se torna o protector de uma jovem criatura tipo pássaro apenas referida como “Boy”, com poderes curativos procurados pela tirana Gemini e os seus capangas.

A jogabilidade continua a centrar-se em combate corpo-a-corpo, desta feita em terceira pessoa, com uma elevada variedade de estilos e posições de combate e todos os seus ataques, esquivas, bloqueios, parries, contra-ataques e ataques especiais para atordoar os adversários, sendo possível utilizar um modo especial em primeira pessoa para um poderoso ataque final de modo a derrotar os adversários mais duros.

Clash: AoC apresenta também um novo sistema de customização de personagem, sendo possível encontrar novas roupas, acessórios e até armas para Pseudo, assim como aumentar vários atributos a cada level up, desbloqueando novos estilos de luta e ataques especiais. Temos ainda um mini-jogo de apostas de dados sob a forma do Ritual, que é possível executar contra alguns adversários, de modo a conseguir algumas vantagens específicas antes da luta contra os mesmos (ou, no minimo, evitar que eles usem essas vantagens contra nós) dependendo do resultado do Ritual.

O jogo toma também algumas inspirações “Souls-escas” em termos de level design, com um mundo semi-aberto que funciona quase como um labirinto onde vamos abrindo pequenos atalhos que nos permitem regressar a zonas anteriores com muito mais rapidez. Também quando somos derrotados, Pseudo toma uma segunda forma, apenas disponível durante a noite, sendo possível retomar a sua forma normal e recuperar o progresso repetindo o caminho até onde caímos originalmente. Tanto o mapa como algumas das coisas às quais temos acesso (e às criaturas que deambulam no terreno) variam entre o dia e a noite e a maneira como ambas as formas de Pseudo interagem com as mesmas.

O grafismo de Clash: AoC é também bastante particular, utilizando uma técnica de cel-shading com um filtro de renderização em cross-hatch que dá ao jogo um aspecto quase que desenhado a lápis, onde é possível nas opções de jogo até reverter o mesmo para preto & branco, acentuando ainda mais o efeito extremamente bem conseguido

Com os motores de jogo e gráficos a apresentar um elevado nível de polimento e um sistema de combate bastante competente, Clash: AoC mostra que esta receita da ACE Team no estranho mundo de Zenozoik já tem boas bases e ainda tem algumas cartas na manga, mas infelizmente tanto a narrativa como a navegação neste mundo, bem como a sua estranheza em si, poderão não apelar a todos os jogadores. Ainda assim, não sendo um jogo full price, é certamente uma experiência curiosa a ter em conta.

Review por Tiago Vasconcelos.

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