À semelhança do que acontece normalmente, a Nintendo no arranque das suas consolas tem por norma lançar um jogo que apresente as novas capacidades do sistema e, naturalmente, as inovações dos controlos. Com a Nintendo Switch 2 não foi diferente. Desta vez, a aposta recaiu sobre Drag x Drive, um jogo dedicado ao basquetebol com a particularidade de ser jogado em cadeiras de rodas, algo inédito no mundo dos videojogos.
A natureza da jogabilidade é direta e tem como principal objetivo demonstrar os controlos por rato dos novos Joy-Con 2. É com os dois comandos que conseguimos mover, deslizar, acelerar, travar, passar a bola, encestar e realizar várias acrobacias. Ao entrar pela primeira vez no jogo, somos recebidos com um tutorial bastante explícito, que indica como executar estas funções com os Joy-Con 2 em modo “rato”. À primeira vista, ao ver outros a jogar, parece simples de controlar, mas rapidamente percebemos que exige alguma prática e perspicácia para que o que aprendemos antes se aplique de forma eficaz.

Durante as várias partidas, e tendo apenas poucos minijogos à disposição, foi necessário encontrar uma superfície adequada para que os comandos funcionassem corretamente. Além disso, certos movimentos, como mudar a direção da cadeira de rodas, nem sempre correspondiam aos meus gestos. Noutras ocasiões, dei por mim com dores nos pulsos e braços devido à repetição constante de determinados movimentos. Felizmente, ações como levantar o Joy-Con 2 para passar a bola ou encestar são simples e de menor esforço manual.
O modo Parque Particular é dedicado a partidas entre amigos, algo que acredito ser muito mais divertido.
Nas partidas é também possível realizar manobras que dificultam a vida aos adversários e permitem marcar pontos com estilo. Foi provavelmente o que mais gostei, pois trouxe alguma variedade para o campo. No entanto, mais uma vez, tive dificuldade em tirar pleno partido destas técnicas, dado o meu processo de adaptação às funcionalidades do modo “rato”.
Em poucas horas, aprendi rapidamente que é importante treinar primeiro com os bots antes de saltar de imediato para as partidas online. Na maioria das vezes, senti frustração ao ver os outros jogadores a jogarem com total fluidez, enquanto eu, ainda a tentar dominar os comandos, acabava encostado. Também não esperem um jogo com uma grande componente estratégica: tudo é bastante direto, sem espaço para planos mais elaborados.

Graficamente, Drag x Drive não tem o brilho habitual dos exclusivos da Nintendo. O cenário repete-se e as cores são monótonas, tornando a experiência visualmente cansativa. O lado positivo desta simplicidade está no desempenho, a ação é fluida e não encontrei problemas técnicos durante as minhas sessões. As partidas online correram com a mesma qualidade, com as ligações sempre estáveis.
No jogo, é possível personalizar a cor do equipamento e da cadeira de rodas, dividida em quatro elementos: capacete, traje, chassis e pneus. No caso do capacete, podemos ainda escolher entre diferentes modelos e desbloquear novos ao longo do jogo.
Desde a sua primeira apresentação, percebi que Drag X Drive não seria possivelmente o meu tipo de jogo. Ainda assim, esperava mais diversidade de conteúdo e que esta oportunidade de mostrar as novidades dos Joy-Con 2 fosse mais ambiciosa e divertida, em vez disso, acabou por se revelar numa experiência demasiado frustrante, cansativa e monótona.
A Nintendo continua a apresentar-se sem dúvida como um dos estúdios mais criativos do mercado, mas, desta vez, não conseguiu de todo surpreender-me como costuma ser habitual.