Final Fantasy XVI é a mais recente adição principal à já histórica série da Square Enix, agora com uma versão Windows com novas opções gráficas e de performance (embora necessitando de hardware um pouco acima da média), bem como disponível numa “Complete Edition” que inclui ambas as expansões de DLC.

Como tem sido a norma nos últimos jogos da série (FFXV, FFVII Remake/Rebirth, Stranger of Paradise) continuamos com um sistema de jogo de Action RPG que nos prende aos controlos (bastante dinâmicos) do nosso protagonista, Clive Rosfield, com uma party em constante rotação de companheiros controlados pela AI, e embora os movimentos e poderes de Clive sejam bastante únicos, os controlos serão sem dúvida familiares a quem tenha jogado os jogos acima mencionados, com os seus devidos toques específicos.

FF XVI tem uma temática muito dark fantasy e explora os continentes de Valisthea Ash e Storm, actualmente em guerra entre as suas seis principais nações que lutam pelo acesso aos Mothercrystals, e aos Dominants, os humanos que funcionam como avatares do Eikon de cada nação. Aqui começamos logo a notar alguns dos elementos clássicos da série, com os cristais mágicos presentes desde o Final Fantasy original, os Eikons que representam os summons (com clássicos como Phoenix, Ifrit, Shiva e Titan incluídos) e obviamente temos imensos monstros, magias e items familiares, assim como os Chocobos que não podem faltar.

Os Mothercrystals providenciam energia de aether às várias populações e potenciam as civilizações através do uso de fragmentos de cristal minados para uso no dia-a-dia. No entanto, há também humanos que conseguem usar magia sem utilizarem cristais, chamados de Bearers, que são sujeitos ao preconceito da sociedade e escravizados, com o abuso da sua magia a causar a sua petrificação gradual. Durante os eventos de FF XVI, Valisthea sofre com o esgotamento de aether, chamado de Blight, que faz com que toda a vida definhe nas zonas afectadas, levando as várias nações a entrar em conflito.

O nosso protagonista, Clive Rosfield, é o filho primogénito da monarquia da Grand Duchy of Rosaria, cuja sucessão é ultrapassada quando o seu irmão mais novo, Joshua, se torna o Dominant de Phoenix. Clive acaba assim por treinar para se tornar o guarda-costas de Joshua, sendo também um Bearer e conseguindo controlar algum poder de Phoenix, o Eikon de fogo.

No prólogo do jogo, 13 anos no passado, descobrimos os eventos que levam ao despertar dos poderes de Joshua aquando da morte do seu pai, Elwin, chamando assim Phoenix, com um outro Eikon de fogo, Ifrit, cuja existência deveria ser impossível, a emergir de seguida, matando Phoenix e levando Clive a jurar vingança.

E é a partir daqui que seguimos as aventuras de Clive no presente, agora um Bearer escravizado do Holy Empire of Sanbreque com ordens de assassinato de Dominant’s, que acabam por levar Clive a desertar e mais tarde ao despertar dos seus próprios poderes, que prometem alterar completamente o rumo da guerra em Valisthea, procurando a verdade por detrás dos mesmos, assim como uma forma de acabar com a Blight, salvando as terras de Valisthea.

Como referido, a Complete Edition inclui também os DLC’s lançados à posteriori em separado, Echoes of the Fallen e The Rising Tide, que nos dão mais duas aventuras de Clive e a sua party, com especial foco na tribo dos Motes of Water e a sua associação ao Eikon de água, Leviathan. Em ambos os casos, conteúdo adicional mais do que bem-vindo, mas que não deixa de dar a impressão de que deveria ter sido incluído desde o início, por muito que a sua história seja completamente opcional face ao enredo principal.

É assim bastante notável a nova direcção de jogo da série (que já vem de longe, na realidade), com um ênfase cada vez maior na acção e em set-pieces genuinamente grandiosos, que nos põem ao comando de confrontos absolutamente titânicos em termos de escala. Os novos Final Fantasy’s já não são só as histórias fantásticas e os RPG’s de combate por turno, mas sim jogos recheados de acção e experiências cinemáticas. Se isto será uma mudança para melhor ou pior caberá ao gosto de cada um, mas a qualidade do produto, seja pelos visuais, pelas fantásticas bandas sonoras, e até pelas histórias que nos continuam a contar é inegável, e Final Fantasy continua a ser uma série de topo neste espaço.

Em específico nesta nova versão Windows, desde que acompanhado de um equipamento que o permita, Final Fantasy XVI toma sem dúvida a sua forma definitiva, com os gráficos maximizados e framerates completamente desbloqueadas, mostrando toda a glória visual a que a Square Enix nos tem habituado. É de apontar, no entanto, que mesmo com uma máquina perto do mínimo recomendado, o jogo se encontra bem optimizado e parece até ter mais problemas com as cutscenes (que normalmente até estão bloqueadas a 30 frames por segundo) do que propriamente com o gameplay. Havendo uma demo disponível, façam a experiência antes de comprar.

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