Publicado pelo selo JBStudios, a Editora JBC publicou no Brasil o quadrinho Jiraiya: O Novo Império dos Ninjas, uma obra em estilo mangá no universo da série Jiraiya: O Incrível Ninja (Sekai Ninja Sen Jiraiya no original). A continuação oficial da série Tokusatsu da Toei Company, possui roteiro de Chris Tex, desenhos de Santtos e Jhonny Domingos, edição de Marcelo del Greco e produção executiva de Edi Carlos Rodrigues, numa parceria entre a Toei Company, Sato Company e a Editora JBC.
A obra faz parte do Henshin Universe, um universo criado com uma nova roupagem de quadrinhos inéditos baseados em histórias de séries de tokusatsu. Anteriormente foi publicado pela Editora JBC como parte do Henshin Universe o quadrinho O Regresso De Jaspion (de Fábio Yabu e Michel Borges), uma história oficial da obra Tokusatsu O Fantástico Jaspion (Kyojuu Tokusou Juspion). Agora temos uma história nova com o ninja do clã Togakure.
Sinopse de Jiraiya: O Novo Império dos Ninjas
Depois da queda da Família de Feiticeiros, o mundo vive tempos de paz. Porém, o império dos Ninjas começa a se agitar com a união do cartel de Hong Kong com os ninjas ciborgues do clã Tetsunin. Jiraiya terá que enfrentar grandes inimigos sem a sua Espada Olímpica…
Exibido no Japão entre 1988 e 1989, a série série Jiraiya: O Incrível Ninja (Sekai Ninja Sen Jiraiya no original) ganhou muitos fãs no Brasil após a exibição da série na extinta Rede Manchete no anos 1990, ganhando diversas reexibições no Brasil decorrer dos anos (sendo a última em 2020 no canal Band). Oficialmente a obra não teve uma continuação na TV japonesa, mas o personagem apareceu em 2013 rapidamente no filme Super Hero Taizen Z e em 2015 foi destaque em um episódio da série Shuriken Sentai Ninninger.
Quando a Editora JBC anunciou a produção de uma obra oficial da daria continuidade a história de Jiraiya: O Incrível Ninja após O Regresso De Jaspion (de Fábio Yabu e Michel Borges), uma história oficial da obra Tokusatsu O Fantástico Jaspion (Kyojuu Tokusou Juspion), ficou claro para mim que o poder de influência da popularidade da série no Brasil foi um bom fator para a Toei Company autorizar a produção da nova obra. Para minha surpresa, Jiraiya: O Novo Império dos Ninjas abre as portas para uma história que é bastante interessante e com uma arte estupenda.
De uma forma bastante clara, este quadrinho é apenas uma parte de um arco maior em desenvolvimento. A obra aborda uma mistura de mostrar antigos personagens com idades mais avançadas e novas visões de mundo, isso acaba sendo um fator positivo por evitar emular alguns personagens na época da série e trazer um roteiro mais livre para novas abordagens. Ainda assim, o quadrinho possui um roteiro que lembra bastante um formato de história que poderia funcionar em um episódio de série Tokusatsu, mas com uma pegada um pouco mais madura. Uma coisa que pode causar estranheza são momentos de passagem de tempo abruptas, isso é uma coisa que em série Tokusatsu ocorrem mais por questão de tempo de tela, mas que ficou um pouco estranha no quadrinho. Existem diversas referências que serão identificadas por quem assistiu a série Tokusatsu, mas a obra coloca alguns momentos que posicionam bem quem nunca assistiu Jiraiya: O Incrível Ninja.
A arte de Santtos e Jhonny Domingos é muito boa, gosto do estilo visual que os personagens e os ambientes possuem no decorrer do quadrinho. A arte consegue ser em um estilo mangá bem trabalhado, consistente e com diversos detalhes em roupas dos personagens e ambientes de fundo. A arte das páginas coloridas merecem um destaque à parte, por lembrarem arte em pintura. Uma adição legal desta edição foi a inclusão de uma parte extra com os artistas falando sobre o processo de criação do estilo mangá utilizado, inclusive adicionando rascunhos de algumas páginas antes da finalização.
No geral, Jiraiya: O Novo Império dos Ninjas abre as portas para uma história que é bastante interessante, com antigos personagens com idades mais avançadas e novas visões de mundo, mas posicionando quem nunca assistiu a série Tokusatsu. Já a arte em estilo mangá é bem trabalhado e consistente.