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    My Dress-Up Darling – Análise

    Neste último sábado foi exibido o décimo segundo e último episódio da adaptação para anime do mangá Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru (My Dress-Up Darling) escrito e ilustrado por Shinichi Fukuda.

    Com animação pelo estúdio Cloverworks (The Promised Neverland, Wonder Egg Priority), a direção é de Keisuke Shinohara (A3! Season Spring & Summer, Black Fox, Little Witch Academia), o guião é de Yoriko Tomita (Beelzebub-jou no Okinimesu mama, Build Divide: Code Black, Osananajimi ga Zettai ni Makenai Love Comedy) e o design de personagens é de Kazumasa Ishida (Kiznaiver, Saekano: How to Raise a Boring Girlfriend). A banda sonora é de Takeshi Nakatsuka (Augmented Reality Girls Trinary, Brothers Conflict, Magical Girl Ore).

    Sinopse de Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru (My Dress-Up Darling)

    Traumatizado por um incidente na sua infância com um amigo que se opôs ao seu amor por bonecos tradicionais, o esperançoso artesão de bonecas Wakana Gojou passa os seus dias sozinho, encontrando consolo na sala de aula do clube da sua escola.

    Para Wakana, pessoas como a bela Marin Kitagawa, uma menina moderna que está praticamente sempre cercada de amigos, é como uma alienígena de outro mundo. Mas quando a alegre Marin, que nunca é tímida, vê Wakana costurando um dia depois da escola, ela irrompe-o com o objetivo de envolver o clube no seu passatempo secreto: cosplay! O coração ferido de Wakana pode lidar com a invasão dessa alienígena sexy?

    A prática do Cosplay sempre foi vista por muitas pessoas como um hobby caseiro, praticado por poucas pessoas e popularizado graças aos eventos de cultura pop no decorrer dos anos. Porém, esta prática, que já apareceu em outras séries anime, está escalonando nos últimos anos para um outro nível e ganhando uma indústria, com empresas e pessoas sempre se especializando dentro da área. Em My Dress-Up Darling vemos a atual indústria do Cosplay pelo lado do hobby, mas os detalhes “técnicos” relacionados a área trazem muitas informações sobre uma indústria que está atualmente em expansão e tudo isso ocorre de forma bastante didática e de fácil entendimento. 

    Gojo acaba representando o lado do cosmaker, a pessoa responsável por fabricar peças de roupa ou acessórios para cosplayers. Mesmo que o personagem faça as peças de Marin como um hobby, atualmente existem diversos cosmakers que realizam orçamento para a fabricação das peças. Marin e Sajuna Inui representam os cosplayers, pessoas que interpretam personagens de obras da cultura pop em eventos ou em sessão de fotos, atualmente existem cosplayers que fazem por hobby, mas, graças a financiamento coletivos ou trabalhos em modelagem, muitos cosplayers conseguem sobreviver apenas da prática do Cosplay. Por fim temos a personagem Shinju Inui, nela temos o lado dos fotógrafos de cosplay, uma indústria composta por fotógrafos e estúdios profissionais que nos últimos anos vem crescendo bastante em diversos países.

    Como um todo em My Dress-Up Darling é bastante interessante como a série consegue desmistificar a indústria Cosplay, mostrando todo o trabalho que um cosmaker tem para produzir as peças, que atualmente é possível o cosplayer produzir e divulgar suas imagens através do celular ou com uma produção por um fotógrafo. O anime ainda aborda de forma bastante didática sobre questões envolvendo os acessórios, como perucas e papel de parede para cenários.

    Se na parte sobre a indústria Cosplay eu dei muitos elogios a série, o mesmo não posso dizer sobre o desenvolvimentos de outros fatores de sua história.

    Não é apenas a prática do Cosplay que é abordada no decorrer do anime, questões mais pessoais dos personagens também são tocadas no decorrer dos 12 episódios da obra. Gojo acaba ganhando um maior destaque por ter o desenvolvimento do incidente na sua infância sendo feito de forma indireta, com o personagem compreendendo que nem todos vão entender o gosto que ele tem por bonecas Hina. Inicialmente o personagem tem vergonha de expor suas habilidades ao ponto de se fechar em mundo próprio focado nas bonecas Hina, mas gosto como no decorrer da série são as habilidades dele com costura que fazem ele se desenvolver como pessoa e sair para explorar outras coisas e conhecer outras pessoas. Marin é o motor que conduz Gojo para fora de seu próprio mundo, a personagem sendo o fio que conduz a maior parte da história, arrastando Gojo para diversas situações e lugares e sendo o ponto de partida para revelar suas habilidades de costura para outras pessoas. A participação das irmãs Sajuna Inui e Shinju Inui pode ter sido pequena, mas gosto como elas deixam sua marca dentro da série. A obra ainda possui muitos momentos de comédia e de quebra de expectativas que se encaixaram muito bem.

    Por outro lado, existem muitas coisas que me deixaram incomodado no decorrer da série. Com certeza o principal deles foram as cenas com um ecchi exagerado e em momentos completamente desnecessários, isso acabou me tirando completamente da história em alguns momentos e tirando o foco de cenas que estavam bem legais. O roteiro da série também me pareceu mais apressado a partir do episódio nove, inclusive algumas coisas que seriam interessantes eram apenas citadas de forma expositivas ou mostradas de forma muito apressada. Não sei quanto ao conteúdo do manga, mas é possível que o planejamento da série tenha decido sacrificar algumas coisas para encaixar os acontecimentos da série até o festival. A falta de consequência após o ocorrido entre Gojo e Marin no motel no episódio onze também se mostrou uma falta de cuidado em questão de continuidade, afinal o que aconteceu entre os dois naquela cena não poderia ter sido deixado de lado no episódio seguinte.

    A animação da série é bastante básica como um todo, ainda assim ela ganha um destaque especial em diversos momentos com o uso da produção da animação por cima de fotos de ambientes reais. Isso acaba resultando em diversos momentos em que a produção aumenta de nível excepcionalmente, com destaque a cena da praia no episódio oito e os fogos no festival no episódio doze. O anime possui uma edição que é bastante dinâmica, trazendo um ritmo que é bastante divertido para ser assistido, a trilha sonora é bem básica e não possui nenhum tema de destaque, porém, os temas de abertura e encerramento casam bem com a série. O elenco de voz da obra funciona bem, gosto como a atriz de voz Hina Suguta conduz a interpretação da personagem Marin, o mesmo ocorre com o ator Shouya Ishige e sua interpretação para Gojo.

    No geral Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru (My Dress-Up Darling) consegue ter como diferencial mostrar de forma didática e de fácil entendimento sobre a indústria do Cosplay.  As questões pessoais dos personagens são até bem trabalhadas, porém, cenas com ecchi exagerado, o roteiro apressado e a falta de consequências acabam sendo o ponto negativos da série. A animação da série é bem básica, apesar de haver momento em que a qualidade do anime ganha um aumento de qualidade em determinadas cenas.

    Felipe Soares
    Felipe Soares
    Um fã de animes, cinema, games, séries e com um gosto musical incomum. Membro brasileiro do OtakuPT e formado em Processos Fotográficos.

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    josney
    josney
    29 , Março , 2022 16:51

    Nesse comentário, “as cenas com um ecchi exagerado e em momentos completamente desnecessários”, evidencia que não é um animê voltado para um publico mais delicado como do editor do texto… Eu particularmente não me incomodei, e não achei desnecessário, pois sei que é direcionando a um publico especifico. No geral o Anime me agradou bastante.

    🍦Pico Baby🍦D
    🍦Pico Baby🍦
    29 , Março , 2022 17:40

    Finalmente uma resenha decente pois tem um site BR que relacionou o anime a pedófilia e outras ideias absurdas.
    Sobre o uso exagerado do ecchi eu disse em outro site, maioria dos animes já costuma ter ecchi aí juntou o tema Cosplay onde os mais populares que vendem são os sensuais, então era óbvio que ia ter bastante e o 2 episódio bem claro isso.
    Mas não é um ecchi tosco a nível fire Force, ao meu ver muito bem usado de uma maneira que ficou legal.
    Sobre os personagens acho que vai ter mais desenvolvimento depois, afinal foi só a 1 temporada.🍦

    CFD
    CF
    Reply to  🍦Pico Baby🍦
    29 , Março , 2022 18:48

    Qual site? Fiquei curioso.

    Beja
    Beja
    29 , Março , 2022 18:08

    Bom artigo, gostei muito da visão sobre a obra.
    No inicio estava a gostar e a achar divertido.
    Mas a determinado momento a história começou a empurrar momentos de ecchi a torto e a direito, especialmente com a introdução daquela tal Juju, ai sim quase que desconectei de vez.
    Se não fosse a química e a dualidade do casal principal teria dado drop.
    Dei uma olhada no mangá e o ecchi é 1000x mais insuportável ( e não estou a exagerar, é impossível levar a história a sério).
    Apesar de tudo, foi um anime leve e descomprometido.

    CFD
    CF
    29 , Março , 2022 18:50

    Não curti esse, parei de assistir no episódio quatro. Sei lá, achei a obra estúpida.

    Kaiki
    Kaiki
    29 , Março , 2022 21:11

    Virgem: O Anime

    Noᥙzᥱᥒ ΨυκιησD
    Noᥙzᥱᥒ Ψυκιησ
    30 , Março , 2022 2:54

    Eu só fui assistir esse anime por causa q tinha cosplay envolvido. Sem isso, nem teria visto. Mas no fim, eu acabei gostando.

    josenilson vinicius
    josenilson vinicius
    30 , Março , 2022 7:15

    Olá Felipe,gostei bastante da sua crítica, inclusive tenho pontos semelhantes no meu texto no meu blog,menos uma,pois eu vejo a crítica ao ecchi bastante superficial, pois a obra mostra demais pontos que suprimem esse “defeito”, mas o ecchi apresentado na obra é condescendente a sua narrativa, o que faz a crítica ao “ecchi desnecessário” ser apenas identitario, pois pessoas que não gostam de ecchi reclamariam da obra, sendo que a própria narrativa contexto e moralidade a ela, já que a Marin só se mostra para seu amante e praticamente todos do cast regular, com exceção do avô do Gojo, são menores de idade, todavia o ecchi não ofende a própria obra, já que não é seu ponto central

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