Foi em 2008 na Xbox 360 que o clássico Ninja Gaiden 2, a sequela directa de Ninja Gaiden, impressionou os jogadores com o aprofundamento da sua jogabilidade e com a sua ação intensa e desafiadora. Ainda hoje, assume-se como um dos melhores títulos de hack-and-slash ao lado de grandes séries como Devil May Cry e Bayonetta, e tal como os nomes referidos, continua a servir de referência para o género.

Depois de criarem várias versões ao longo dos anos, a Koei Tecmo e a Team Ninja abrem 2025 com o lançamento imediato de Ninja Gaiden 2 Black, uma nova remasterização do original que chega mais polida e refinada às atuais plataformas.

Ryo

Em Ninja Gaiden 2 Black, a narrativa desenrola-se à volta do ninja Ryu Hayabusa, que tenta impedir que um culto chamado Black Spider Ninja destrua o mundo, enquanto persegue o responsável pela morte do seu pai e destruição da sua vila. A história continua igual, preservando um enredo cheio de clichês que serve apenas como pano de fundo para a incrível ação ininterrupta que o jogo oferece.

Ainda assim, ao longo da exploração vamos encontrando documentos com relatos de outros ninjas que trazem algum contexto aos eventos, mas nada relevante que nos faça ficar entusiasmados.

Durante o jogo é importante melhorarmos as armas para que consigamos desbloquear todos os combos.

O que começa primeiramente por surpreender nesta nova versão é a sua componente visual que foi refeita a partir do notável motor gráfico Unreal Engine 5. Para além das excelentes cutscenes, fica evidente que os cenários e os personagens foram atualizados, apresentando mais qualidade e detalhe nas suas texturas e iluminação, trazendo um tom mais realista comparado aos títulos anteriores da série. Esta aposta trouxe também melhores efeitos visuais, destacando-se melhor os desmembramentos dos inimigos, os efeitos das habilidades de Ryo e o regresso das chuvas de sangue. No entanto, durante os momentos de combate mais intensos o jogo nem sempre consegue manter os seus FPS, mas ainda assim até ao final do jogo foram poucas as vezes em que isso aconteceu.

Já a banda sonora de Ninja Gaiden 2 Black é bastante agradável de se ouvir, com faixas marcantes que não só complementam a ação, como são uma verdadeira extensão da brutalidade e intensidade do jogo. O voice-acting é outro elemento forte com a opção de podermos escolher as vozes em inglês ou japonês. Embora não existam diálogos extensos ou conversas sofisticadas, fazem um excelente trabalho ao adequar-se ao clima do jogo, principalmente em japonês.

O sangue voltou!

Se há algo que Ninja Gaiden 2 Black faz de forma absolutamente brilhante, é o seu combate. Na maioria das vezes controlamos Ryu em batalhas rápidas e brutais com inimigos a surgir de todos os lados. Para os eliminar, temos do nosso lado uma vasta gama de armas e habilidades interessantes, que vão desde a famosa espada do dragão, até à katana, foice, arco, bolas de fogo e mais, sendo que cada uma tem o seu uso e se adequa a um determinado grupo de inimigos.

Ao início, aprender todos os truques pode parecer complicado – afinal, não é um jogo acessível à primeira partida. Mas, depois de dominarmos as mecânicas de combate e timing dos ataques, o jogo torna-se extremamente satisfatório. O verdadeiro destaque do combate são os combos que as armas proporcionam. Carregar aleatoriamente nos botões nem sempre é o mais acertado, mas sim perceber como cada golpe e movimento se encaixam para atacar no momento certo. Além disso, a defesa e a esquiva são os nossos melhores aliados, como também sabermos as fraquezas dos inimigos, para escolhermos melhor a arma mais eficaz contra eles.

Shadow Ninja Rasetsu

Igual à versão Sigma 2, a dificuldade continua acessível para receber novos jogadores, mantendo assim a redução de inimigos em campo. De qualquer forma, os inimigos continuam ferozes e implacáveis na altura de atacar, aliados a uma inteligência artificial que acredito fazer inveja a muitos outros jogos do estilo. Diria que o único senão são os seus chefes, que apesar de terem presença, a maioria não proporciona combates desafiantes e épicos como acontecem por exemplo na série Bayonetta.

Ninja Gaiden 2 recebeu ao longo dos anos duas versões: Sigma 2 e Sigma 2 Plus

Outra questão ainda por resolver nesta versão é a sua câmara incrivelmente difícil de dominar, com tendência para atrapalhar a exploração e o combate, especialmente quando somos atacados por hordas de inimigos. Em certas instâncias, como por exemplo em espaços apertados, a perspectiva pode tornar-se um verdadeiro terror, dificultando muitas das vezes a visualização dos oponentes.

Uma das personagens jogáveis do jogo

Ninja Gaiden 2 Black é também composto por conteúdo adicional, como a presença de personagens extras jogáveis: Momiji, Ayane e Rachel, que trazem variedade à jogabilidade, novos capítulos, um novo modo de dificuldade e ainda um chefe secreto. Por outro lado, ficamos na dúvida se esta será a sua versão definitiva como o estúdio indica na sua descrição, dado a ausência de conteúdos, tais como a falta de alguns chefes, modos como Survival e Ninja Race, ou ainda o modo multiplayer.

Apesar de Ninja Gaiden 2 Black não ser de todo a derradeira versão de Ninja Gaiden 2, continua a ser um dos melhores hack-and-slash que temos dentro do género. Ao ser reconstruído graficamente no Unreal Engine 5, não só se tornou mais apelativo para as gerações atuais como também deu mais ênfase à sua ação intensa e jogabilidade envolvente. É sem dúvida uma experiência imperdível para qualquer fã de jogos de ação.

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