Ravenswatch é um roguelike hack-and-slash em perspectiva top-down, ao bom estilo de clássicos como Diablo, desenvolvido pelos franceses da PassTech Games (Curse of the Dead Gods, Space Run) e publicado pela Nacon. No mundo de Reverie, as velhas lendas e contos populares ganham vida num estilo de dark fantasy onde os seus heróis intemporais combatem as forças sombrias dos Nightmares invasores como parte da Ravenswatch.

Inicialmente contamos com quatro heróis – Scarlet (o Capuchinho Vermelho), amaldiçoada a tornar-se um lobisomem durante a noite; The Pied Piper (o Flautista de Hamelin) e a sua horda de ratazanas; Beowulf (da antiga literatura anglo-saxónica) com a sua cria de dragão; e The Snow Queen (do conto de Hans Christian Andersen) com os seus feitiços de gelo.

Ao acabar pelo menos um capítulo com cada um dos quatro heróis iniciais, são desbloqueados mais quatro respectivamente – Aladdin (dos contos das Mil e Uma Noites) e a sua lâmpada mágica; Melusine (uma sereia do folclore europeu) com os seus poderes de controlo de água; Gepetto (da história de Pinocchio), inventor de mecanismos e autómatos; e Sun Wukong (da lenda chinesa Jornada ao Oeste) equipado com o seu bastão mágico e poderes de rei macaco.

Finalmente, ao completar um capítulo com qualquer um dos heróis desbloqueados, abre-se um nono herói – Carmilla (da novela com o mesmo nome), uma dhampir com vários poderes vampirescos.

Cada herói conta com um trait passivo, um ataque básico, uma skill potente, uma skill especial e uma skill defensiva como Abilities, desbloqueando ao longo de uma playthrough uma Ultimate skill e vários Talents que potenciam as Abilities, que permite assim aos jogadores construir uma build adequada à situação em tempo-real (e diferente para cada jogada). Sendo também possível encontrar vários objectos mágicos de várias raridades, que também contam com habilidades passivas que melhoram as nossas personagens.

Embora seja possível desfrutar do jogo a solo, Ravenswatch foi feito para ser jogado com até quatro heróis em simultâneo, onde cada capítulo é gerado por procedimento e nos dá um ciclo de 3 dias e noites (18min em tempo real) para explorar o mapa, cumprir objetivos e mini-quests e levelar as personagens da party antes de o tempo acabar e o Master Nightmare do capítulo “acordar”, levando a uma boss fight, com cada playthrough a acontecer ao longo de três capítulos assim estruturados

A party dispõe de respawns limitados e comuns a todos os jogadores, sendo necessário efectuar uma gestão de grupo. É possível ajustar a dificuldade (com as dificuldades superiores a serem desbloqueadas) e ainda adicionar modificadores positivos ou negativos que afectam as mecânicas do jogo em troca de um aumento ou diminuição da percentagem de score. Cada playthrough irá aumentar o rank com cada personagem usada, desbloqueando assim aos poucos as Memoirs de cada personagem, estabelecendo as suas histórias pessoais.

Ravenswatch é assim um jogo com mecânicas interessantes e divertidas de aprender para cada personagem, apesar de algo repetitivo, como é apanágio de qualquer roguelike. Não é um jogo de todo fácil, mas com amigos ou uma boa party para explorar cada capítulo, o facto de cada um dos mesmos ser temporizado significa que é possível fazer uma playthrough em relativamente pouco tempo, com a longevidade do jogo estar baseada na variação de builds para cada personagem.

Review por Tiago Vasconcelos.

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