Star Wars Jedi: Survivor chega-nos por parte da Electronic Arts e dos estúdios da Respawn Entertainment (responsáveis por Titanfall e Apex Legends) como uma sequela directa ao original Jedi Fallen Order de 2019, retomando a história do Jedi sobrevivente da Order 66 e fugitivo do Império Galáctico Cal Kestis, passados cinco anos das suas aventuras anteriores.

Nesses cinco anos, Cal continua a sua luta contra o Império, ajudando o lutador da resistência Saw Gerrera, participando numa missão para o mesmo no mundo de Coruscant e a introdução da nova equipa de Cal, em que vamos aos poucos percebendo que as personagens do jogo anterior – Cere Junda, Greez Dritus e Merrin foram seguindo os seus próprios caminhos, deixando a luta (e a nave Stinger Mantis) com Cal Kestis…

Os cenários extremamente urbanos da capital Imperial começam a acção a abrir, como seria de esperar, com uma grande variedade de Stormtroopers e droides de combate a oferecer-nos uma primeira amostra de tudo o que virá mais à frente no jogo até chegarmos ao nosso objectivo e após uns twists, o nosso primeiro boss e à fuga de Coruscant, com a Stinger Mantis a sair danificada.

Assim, Cal decide procurar Greez no planeta remoto de Koboh, onde este abriu a sua própria “cantina”, para este o ajudar a reparar a nave. No entanto, Cal descobre que o planeta é controlado por uma organização criminosa que se intitula de Bedlam Raiders, e na busca pelas peças para reparar a Stinger Mantis, encontra uma câmara de treino Jedi da era da High Republic e um antigo droid Jedi, ZN-A4 ou “Zee”.

Neste ponto, o jogo começa realmente, abrindo todo um enredo sobre tecnologia da High Republic perdida, planetas secretos escondidos do Império e da restante galáxia, o Hidden Path (um género de organização que ajuda refugiados fugidos ao Império) e põe Cal na mira directa dos Bedlam Raiders que terá de lidar com eles, assim como o já esperado Império e a fauna local.

Todas as mecânicas de Fallen Order são repetidas e melhoradas em Survivor, usando a receita “Dark Souls”-esca do original, com a exploração ao bom estilo “Metroidvania”, onde vamos passando zonas inacessíveis às quais poderemos voltar mais tarde, quando tivermos mais e melhores habilidades para desbloquear novos items e conteúdo extra. Desta feita, no entanto, Cal começa com uma boa quantidade de poderes desbloqueados, sendo que há muitos mais para desbloquear e aumentar, assim como novos estilos de luta para desbloquear para além do lightsaber único, duplo ou de lâmina dupla, sob a forma de um híbrido de lightsaber com blaster de apoio e um lightsaber pesado com guarda cruzada (ao estilo de Kylo Ren).

Star Wars Jedi Survivor gameplay pv screenshot

Desta vez a Respawn pegou no conceito da customização dos sabres e dos ponchos de Fallen Order e decidiu alargá-lo a tudo o que Cal Kestis usa, sendo possível alterar as várias peças do sabre nas suas diferentes formas (e a côr da sua lâmina), o blaster e suas peças quando eventualmente o desbloqueamos e todas as suas cores e diferentes materiais, a roupa da Cal, sendo possível misturar vários género de calças, camisolas interiores e casacos e suas cores e ainda os estilos de cabelo e barba de Cal, com visuais para todos os gostos! Se não se fartarem de tanta customização, ainda podem alterar o nosso droid companheiro BD-1 com várias peças, cores e materiais também!

A quantidade de planetas a explorar é menor… mas é inegável que a quantidade de terreno a explorar é bastante maior, principalmente em Koboh, que apresenta espaços incrivelmente abertos e interligados que equivalem a vários planetas de Fallen Order juntos e com mais câmaras Jedi para encontrar, onde a comparação com os Shrines de The Legend of Zelda: Breath of the Wild é quase inevitável. No entanto, as novas aventuras de Cal continuam a levá-lo a outros locais de interesse como à lua de Koboh, que contém uma base Jedi dos tempos da High Republic e ao misterioso planeta de Jedha (que aparece no filme Rogue One), onde Cal é também reunido com o resto da equipa do jogo original.

Infelizmente, na parte técnica, Star Wars: Jedi Survivor apresenta até ao momento (cerca de uma semana depois do lançamento do jogo e com apenas um update) performance um pouco instável na nossa PS5 (e com queixas ainda piores na versão PC), com algumas quebras de framerate (algumas desculpáveis tendo em conta a dimensão de algumas áreas, outras nem por isso) mesmo em modo “Performance”, onde o jogo usa uma estranha (para consola) resolução de 1440p para dar prioridade à fluidez, ao contrário dos 4K/30fps do modo “Quality”… Mas que torna os visuais um pouco turvos (questiono se 1080p não teria sido uma melhor decisão, quer para a fluidez, quer para uma fidelidade visual reduzida, mas talvez mais clara).

Star Wars: Jedi Survivor deixa assim um sabor estranho na boca, onde consegue ser uma experiência sólida, expandindo em tudo aquilo que Fallen Order fez, oferecendo-nos mais da mesma jogabilidade de qualidade, com novidades suficientes para se manter fresco, uma história coesa que consegue integrar vários elementos do novo universo expandido de Star Wars que vamos conhecendo através das séries e comics, conseguindo ainda assim ser interessante por mérito próprio e excelentes performances por partes dos actores participantes… Mas que depois deita tudo um pouco por terra com os problemas de performance (que honestamente na PS5 não são um “deal-breaker”, mas ainda assim escusados) que só podemos esperar que venham a ser reparados nos próximos updates.

Apesar dos problemas, Survivor é decididamente uma boa experiência para fãs de Star Wars (e do género “Souls-like”) a ter em conta, com um possível terceiro jogo na calha, mas com a Electronic Arts a ter de mostrar o que vale devido à expiração do contrato de exclusividade de videojogos Star Wars a acabar este ano.

Review por Tiago Vasconcelos.

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