Eu não diria que sou particularmente fã de Star Wars. O meu filme preferido é o Rogue One, que é o filme mais distante de toda a narrativa central do franchise. Não acompanho as séries televisivas, e depois da Trilogia Sequela, não sei sequer se voltarei a ver os filmes. 

O que eu quero dizer com isto é que não tenho particular interesse ou conexão ao universo de Star Wars, e que o meu conhecimento se reduz ao mais básico. 

Se calhar foi por isto que não achei Star Wars: Tales from the Galaxy’s Edge uma experiência particularmente divertida. 

O dono do bar que nos regala com várias histórias.

O jogo coloca-nos na pele (ou no colete flutuante) de um reparador de droids (leia-se: robôs), numa missão rotineira que é interrompida por um ataque de piratas espaciais. A nossa carga é espalhado pelo planeta de Batuu, e é a nossa missão ir em busca deste, derrotando piratas e fauna hostil. 

O enredo do jogo é bastante simples, mas também, não precisava de ser muito complexo. O objectivo do jogo é permitir ao jogador explorar este planeta, e sentir-se verdadeiramente como uma personagem de Star Wars

E funciona? Sem dúvida. Star Wars: Tales from the Galaxy’s Edge é bastante imersivo, usando perfeitamente as capacidades do sistema de VR para nos fazer sentir, usando uma frase um pouco gasta a este ponto, que estamos verdadeiramente lá. O combate é frenético e caótico, as armas tendo feedback háptico, e a exploração é divertida, com coleccionáveis desde entradas no nosso registro a pequenos mini-droids adoráveis. 

Alguns dos mini-droids que podemos coleccionar são mini R2-D2!

Obviamente, o jogo não é perfeito. O local de posicionamento das mãos do jogador para guardar as armas é muito preciso, e “deixei cair a minha arma!” foi algo que eu disse bastantes vezes ao jogar. A navegação pode também causar alguns enjoos, embora haja uma opção de teletransporte que reduz estes problemas consideravelmente. O movimento lateral, quando não rodamos o nosso próprio corpo, é feito por incrementos, o que causa uma certa confusão perante os nossos olhos. 

Tem também a cláusula de que aquilo que seria uma das maiores razões para uma pessoa querer jogar, a possibilidade de usar um lightsaber, está bloqueada por detrás de uma única missão, que é também a única altura em que se pode usar esta arma, não sendo possível trazê-la para o restante do mundo explorável. 

Honestamente, aquilo que é uma das maiores vantagens do jogo, a sua associação ao universo de Star Wars, pode também ser considerado a sua maior desvantagem. Foi difícil para mim encontrar interesse na história e personagens deste jogo, quando não é um franchise pelo qual eu tenha particular interesse. Juntando isto ao facto de que esta experiência se enquadra no ambiente do Galaxy’s Edge, a zona do parque de diversões Disney World dedicada à saga, causa uma divisão extra, tendo em conta que muitos dos jogadores certamente não terão experienciado esse local. Para os fãs ferrenhos de Star Wars, no entanto, será certamente uma experiência a não perder, tendo visitado a localização no mundo real ou não. 

Mas que o mundo está bem conseguido, certamente está.

Não é nada contra o jogo, em termos técnicos expõe as vantagens do novo sistema de VR, e não existe nada de errado com isto. Mas a motivação de um jogador para querer continuar a jogar um jogo é também importante, e embora a duração base do jogo seja curta (a versão aumentada da PS5 tendo cerca de 7 horas de jogo), foi-me difícil encontrar vontade de querer continuar a jogar. 

É essa a crítica máxima e fundamental que eu posso fazer: o jogo não me puxou. E se o jogo não faz com que as pessoas o queiram jogar, de que interessa o quão boa a experiência é em termos técnicos? 

TL;DR: Star Wars: Tales from the Galaxy’s Edge é uma experiência bem construída, que no entanto depende do gosto do jogador pelo franchise, e um jogador que não tenha grande interesse prévio pode-se encontrar farto após pouco tempo. E sim, pode-se usar um lightsaber, mas só numa certa parte do jogo. 

 

Prós: 

  • Ambientes agradáveis;
  • Combate frenético;
  • Boas opções de acessibilidade. 

 

Contras: 

  • História um pouco fraca;
  • Depende do gosto pelo franchise;
  • Movimento pode causar enjoos e dores de cabeça.
Subscreve
Notify of
guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments