Estreando mundialmente em 13 de dezembro de 2024 nos cinemas e chegando recentemente no catálogo do MAX, o filme The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim (O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim) trouxe de volta o universo da franquia O Senhor dos Anéis do diretor Peter Jackson em um filme comemorativo pelos vinte anos do lançamento do primeiro filme da trilogia, mas em estilo animado pelo diretor Kenji Kamiyama (Ghost in the Shell: Stand Alone Complex, Blade Runner: Black Lotus, Eden of the East).
O filme animado de Kenji Kamiyama (Ghost in the Shell: Stand Alone Complex, Blade Runner: Black Lotus, Eden of the East) é uma produção da Warner Bros. Animation (WBA) e tem animação pela Sola Entertainment (Shenmue the Animation), produção de Joseph Chou (Ultraman) e de Peter Jackson (diretor dos filmes originais de The Lord of the Rings) e história por Jeffrey Addiss e Will Matthews com supervisão de Philippa Boyens, uma das argumentistas originais da trilogia de filmes The Lord of the Rings.
A animação tem no elenco Brian Cox como Helm Mão-de-Martelo, Gaia Wise como Hera, Luke Pasqualino como Wulf, Laurence Ubong Williams como Fréaláf Hildeson, Shaun Dooley como Freca e participação de Miranda Otto narrando a história como Éowyn (personagem que ela interpretou nos filmes originais do diretor Peter Jackson).
Sinopse de O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim
Quase 200 anos antes dos acontecimentos da trilogia “O Senhor dos Anéis”, esta é a história do lendário Helm Hammerhand, Rei de Rohan, e de uma batalha que ajudou a moldar a Terra Média.
Um ataque repentino de Wulf, o implacável senhor de Dunlending que procura vingança pela morte do pai, obriga Helm e o seu povo a um último e ousado ato de resistência na antiga fortaleza de Hornburg – que mais tarde ficará conhecida como o abismo de Helm. Perante a situação cada vez mais desesperada, Héra, a filha de Helm, tenta descobrir a vontade de liderar o combate contra o inimigo que pretende aniquilá-los.
Com diversas empresas tendo acesso a partes diferentes do universo criado por J. R. R. Tolkien, o desenvolvimento de produtos relacionados a franquia O Senhor dos Anéis ficam cada vez mais escassos e complicados de serem produzidos. Tirando a linha principal da história já contada na trilogia de filme de Peter Jackson, o que acabou sobrando para a Warner Bros. foi criar se utilizando das apêndices dos livros e dentro do período de tempo de histórias que lhes é permitido juridicamente. Assim como ocorreu com diversos momentos da trilogia de Peter Jackson, The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim (O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim) é uma mescla de história original com uma base dentro dos apêndices deixados por Tolkien.
A história, desenvolvida por Jeffrey Addiss e Will Matthews com supervisão de Philippa Boyens, funciona como um conto antigo que é passado dos mais velhos para os mais novos e ter narração de Éowyn (Miranda Otto) traz muito desse clima de que estamos ouvindo uma história de um épico antigo. Diferente dos filmes live-action da franquia, neste filme animados temos uma história simples e trágica em que diversos personagens realizam feitos inumanos e com simbologias tão grandes que as transformam em lendas nas gerações seguintes.
Para mim, é perceptível que em The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim (O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim) existem bastante de algumas da tematicas bastante exploradas por Tolkien e por Peter Jackson em O Senhor dos Anéis. O tempo todo o filme animado foca em mostrar como o orgulho é algo que pode trazer a queda de uma pessoa, ao mesmo tempo que aborda personagens se sacrificando para manter a esperança de outros. O longa ainda faz pequenas ligações com os filmes de uma forma simples e que não são tão jogadas apenas para servirem como fanservice.
A animação de The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim (O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim) é um misto entre deslumbrante em muitos momentos e estranho em outros. A produção da animação pela Sola Entertainment (Shenmue the Animation) tenta introduzir um tipo de filtro em diversos momentos do longa que causa bastante estranheza em diversas cenas e isso acabou me tirando a atenção da narrativa em alguns momentos. Em cenas de batalhas abertas a animação também acabam ficando esquisita ao ponto de questionar se não foi utilizado CGi.
Por outro lado, o visual dos personagens e de alguns locais mostrados no decorrer do filme são incríveis. É impressionante como alguns locais mostrados nos filmes ficaram muito bem na animação, principalmente na primeira parte do longa. A atuação de voz do elenco também se mostrou muito competente, mas fiquei impressionado como a edição de som do longa funciona muito bem e que cada objeto tocado em cena possui um som único. É claro que essa percepção em relação ao som vai ficar mais nítida em locais adaptados (como é o caso dos cinemas) ou caso a pessoa use fones de ouvido com boa nitidez de som.
No geral, The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim (O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim) é como uma ampliação do universo da franquia O Senhor dos Anéis do diretor Peter Jackson. O longa funciona como um conto antigo, com personagens realizando feitos inumanos e com simbologias temáticas que são bastante exploradas por Tolkien. Mesmo com uma animação que tem um misto entre o deslumbrante e a estranheza, a produção acerta bem em seu elenco de voz e em sua edição de som.