O Aeroporto de Lisboa enfrentou uma situação invulgar durante esta edição da Web Summit, tendo sido forçado a recusar a aterragem de alguns jatos privados devido à falta de slots disponíveis. Segundo avança o Financial Times, vários voos tiveram de ser desviados para aeroportos alternativos, incluindo Badajoz, cidade espanhola situada a cerca de duas horas da capital portuguesa.
A Web Summit é conhecida por atrair investidores, fundadores de startups e oradores de alto perfil do mundo tecnológico. Este ano, o evento conta com apresentações do CEO da Qualcomm e do presidente da Microsoft, entre outras figuras proeminentes. Muitos destes participantes optam por viajar em jatos privados, o que criou uma pressão sem precedentes nas infraestruturas aeroportuárias.
Os organizadores da conferência confirmaram a situação aos participantes através de um comunicado. “Informamos que existe atualmente uma escassez de slots para jatos privados durante a Web Summit no Aeroporto de Lisboa e nos aeroportos mais pequenos da região”, terá referido a organização. A mensagem acrescentava que o aeroporto estava a ter dificuldades em gerir o volume de tráfego, resultando numa falta de slots disponíveis para descolagens e aterragens.
Esta é a primeira vez que a Web Summit enfrenta um estrangulamento desta magnitude nas operações aeroportuárias. O problema parece resultar da conjugação de dois fatores: o aumento do número de participantes na edição deste ano e uma crescente preferência pela aviação privada entre os executivos e investidores do setor tecnológico.
A situação levanta questões sobre a capacidade das infraestruturas aeroportuárias portuguesas para acomodar eventos desta dimensão, especialmente quando uma proporção significativa dos participantes escolhe meios de transporte que exigem slots individuais em vez de voos comerciais partilhados. Alguns dos afetados viram-se obrigados a aterrar em território espanhol e fazer uma viagem rodoviária de duas horas até Lisboa para participar na conferência.
O episódio sublinha os desafios logísticos que grandes eventos internacionais podem criar, particularmente quando atraem um público que privilegia soluções de transporte individualizadas em detrimento de opções mais convencionais.
