O YouTube anunciou que vai começar a dar uma segunda oportunidade a determinados criadores de conteúdo que foram anteriormente expulsos da plataforma. A medida surge depois de a Alphabet, empresa-mãe do YouTube, ter informado o Comité Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, no mês passado, que iria reconsiderar a situação de craidores banidos por violação de políticas relacionadas com COVID-19 e desinformação eleitoral.
A partir de hoje, alguns criadores que viram os seus canais encerrados poderão solicitar autorização para abrir um canal completamente novo. O YouTube descreve a iniciativa como um programa piloto focado em “segundas chances“, embora os critérios para determinar quem pode candidatar-se permaneçam pouco claros.
A empresa garante que nem todos os tipos de banimento serão elegíveis para revisão. Entre os fatores que serão analisados estão a gravidade das violações cometidas, a persistência dessas infrações às normas da comunidade ou termos de serviço, e se a atividade do criador, dentro ou fora da plataforma, causou ou pode continuar a causar danos à comunidade do YouTube. Criadores banidos por violação de direitos de autor ficam automaticamente excluídos do programa.
Plataforma vai implementar programa piloto que permite a alguns Criadores solicitar novo canal, mas processo levanta várias questões
O que chama a atenção é a diferença entre o que foi comunicado ao Congresso americano e o que agora está a ser implementado. Na carta enviada aos republicanos da Câmara, a Alphabet tinha sido bastante mais explícita: afirmava que o YouTube iria “proporcionar uma oportunidade para todos os criadores regressarem à plataforma” caso os seus canais tivessem sido encerrados por violações repetidas de políticas sobre COVID-19 e integridade eleitoral que já não estão em vigor.
Agora, a linguagem usada pela plataforma é consideravelmente mais vaga. O YouTube refere apenas “alguns criadores previamente terminados” e “criadores qualificados”, sem especificar quem se enquadra nessas categorias. A empresa indica que o processo será gradual nos próximos meses e pede paciência enquanto analisa os pedidos.
Vale a pena notar que esta não será uma reposição dos canais antigos. Os criadores que forem aceites no programa terão de criar um canal totalmente novo, o que significa recomeçar do zero, sem subscritores, sem vídeos anteriores, sem o histórico que construíram. É praticamente como se fossem novos utilizadores da plataforma.
A questão das políticas de desinformação tem sido um tema sensível para o YouTube nos últimos anos. Após o início da pandemia e as eleições americanas de 2020, a plataforma endureceu significativamente as suas regras sobre conteúdo relacionado com COVID-19 e processos eleitorais. Isso resultou no banimento de vários criadores, alguns com audiências consideráveis.
O YouTube não detalhou quantos criadores poderão beneficiar desta nova política nem estabeleceu um calendário específico para a análise dos pedidos. A empresa limitou-se a dizer que vai “aprender à medida que avança” e que aprecia a paciência dos interessados enquanto o processo é implementado.