A Intel confirmou uma reestruturação de proporções históricas que resultará no despedimento de mais um quarto da sua força de trabalho atual até ao final de 2025. A empresa tecnológica revelou estes números durante a apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre.
A fabricante de processadores, que empregava 99.500 pessoas no início do ano, planeia reduzir a sua equipa principal para apenas 75.000 funcionários. Este corte representa uma das maiores reestruturações da indústria tecnológica nos últimos anos, refletindo as dificuldades financeiras que a Intel enfrenta num mercado cada vez mais competitivo.
Os números tornam-se ainda mais impressionantes quando analisados numa perspetiva temporal mais alargada. Há um ano, a Intel empregava 116.500 pessoas em todo o mundo, o que significa que a empresa terá eliminado mais de 41.000 postos de trabalho em apenas dois anos.
Cancelamento de projetos europeus
Como parte desta estratégia de contenção de custos, a Intel anunciou o cancelamento de projetos de expansão previamente confirmados na Alemanha e na Polónia. A empresa justifica esta decisão com a necessidade de reduzir as suas despesas operacionais non-GAAP para 17 mil milhões de dólares este ano, com o objetivo de atingir os 16 mil milhões até ao final de 2026.
A reestruturação inclui também a consolidação das operações de teste e montagem na Costa Rica, que serão transferidas para as instalações existentes no Vietname e na Malásia. Nos Estados Unidos, a Intel irá “abrandar o ritmo” do crescimento num projeto de construção no Ohio.
Nova liderança com mão pesada
Lip-Bu Tan, que assumiu o cargo de CEO em março após a saída de Pat Gelsinger, tem sido claro sobre os seus planos de redimensionamento da empresa. “O nosso desempenho operacional demonstra o progresso inicial que estamos a fazer para melhorar a nossa execução e impulsionar uma maior eficiência“, declarou Tan.
O novo líder foi contratado especificamente para reverter a situação financeira da Intel, que tem enfrentado uma descida lenta mas constante nos últimos anos, perdendo terreno para concorrentes como a AMD e enfrentando a crescente concorrência dos chips desenvolvidos pela Apple e outras empresas tecnológicas.
Esta reestruturação massiva coloca a Intel numa posição de maior agilidade financeira, mas levanta questões sobre a capacidade da empresa manter a sua competitividade tecnológica com uma força de trabalho significativamente reduzida num setor que depende fortemente de investigação e desenvolvimento.